Um partido que não tem alma nem ideal. Foi desta forma que o deputado federal Luciano Bivar definiu o atual momento do União Brasil, após membros da legenda serem atingidos pela Operação Overclean, deflagrada semana passada, através de 43 mandados de busca e apreensão, 17 mandados de prisão preventiva e ordens de sequestro de bens nos estados da Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás.
A operação conjunta da Controladoria-Geral da União (CGU), Polícia Federal (PF), Ministério Público Federal (MPF) e Receita Federal do Brasil (RFB) tem o objetivo desarticular uma organização criminosa envolvida em fraudes licitatórias, desvios de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. O esquema ilícito impactou diretamente o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), na Coordenadoria Estadual da Bahia (CESTBA), além de outros órgãos públicos.
Um dos presos foi o empresário Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo da Bahia”. Ele é proprietário da MM Consultoria Construções e Serviços, empresa especializada em serviços de limpeza urbana e que tem contratos com a gestão de Salvador (BA) e com prefeituras administradas pelo União Brasil.
“Tudo o que eu sei é o que está estampado nos jornais, que a Operação Overclean chega à cúpula do partido. Fico estarrecido e lamento muito pelo partido que ainda sou filiado, mas que não tem mais alma nem ideal. Todos os partidos políticos são dirigidos por políticos, mas o que estou filiado (UB) é dirigido por uma pessoa que quer fazer negociatas. Isso dói, mas são as mazelas da democracia”, disse Bivar.
Marcos Moura é membro do diretório e da executiva nacionais do União Brasil e é próximo a dirigentes da legenda, como o ex-prefeito ACM Neto e o presidente da sigla, Antônio Rueda.
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