Arthur Lira acompanha Bolsonaro e leva voto impresso ao plenário
Após a comissão especial da Câmara dos Deputados rejeitar por 23 votos a 11 a PEC que trata da aplicação do voto impresso nas eleições brasileiras, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), decidiu levar para o plenário a votação.
Segundo Lira, a decisão acontece no sentido de buscar tranquilidade para as próximas eleições e para que os deputados possam trabalhar em paz até janeiro de 2023. O comandante da Câmara afirmou que nada melhor do que a decisão soberana do plenário para não deixar qualquer dúvida sobre a vontade da Casa nesta medida.
Apesar de reforçar o alinhamento com o presidente da República ao tomar esta decisão, Lira também poderá lavar as mãos em caso de a PEC ser rejeitada pela Casa. São necessários 308 votos na Câmara para seguir ao Senado, o que dificilmente logrará êxito, tamanha a divisão que o tema causa.
A cada gesto de Arthur Lira, fica latente que o presidente da Câmara dos Deputados está sintonizado com o presidente Jair Bolsonaro. Esta semana a Câmara aprovou a privatização dos Correios, uma demanda antiga do presidente da República, e novas pautas de interesse do Planalto deverão avançar ao longo deste semestre. Portanto, o alinhamento de Lira deixa claro um sinal, que é o de que o impeachment de Bolsonaro não avançará enquanto ele presidir a Câmara dos Deputados.
Contraponto – O gesto de Arthur Lira é um contraponto a postura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, também eleito com o apoio do Palácio do Planalto. Enquanto Lira segue bastante alinhado com Bolsonaro, Pacheco faz questão de se distanciar do presidente da República. O presidente do Senado tem seu nome lembrado para disputar o Planalto ou ser candidato a vice-presidente de Lula em 2022.
Sem apoio – O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, declarou que tanto o voto impresso quanto o distritão, ainda que passem pela Câmara dos Deputados, não terão apoio no Senado Federal. Portanto, devem ser rejeitados pela Câmara Alta caso sejam aprovados pelos deputados.
Encontro – Em meio à crise entre Bolsonaro e alguns ministros do STF, o presidente da Corte, Luiz Fux, e o procurador geral da República, Augusto Aras, se reuniram por cerca de 50 minutos nesta sexta (6). Fux convidou Aras para conversar sobre as relações entre o Judiciário e o Ministério Público. Ambos reconheceram a “importância do diálogo permanente entre as duas instituições”.
Leilão – O STF julgou improcedente ação contra a realização de todos os atos preparativos da 17ª Rodada de Licitações de Petróleo e Gás Natural pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). O PDT pedia a suspensão dos procedimentos e alegava que a União e a ANP burlaram regras ao ignorar a obrigatoriedade de Avaliações Ambientais.
Inocente quer saber – Quem será o senador da Frente Popular para receber a alcunha de “senador de Lula” na campanha eleitoral de 2022?