Nesta quinta-feira o cantor e compositor Dominguinhos teve seu corpo velado na Assembleia Legislativa de Pernambuco. O que era pra ser uma desepedida calorosa e do tamanho da sua representatividade para a música e para a cultura nordestina se tornou uma segregação entre ricos e pobres, convidados e não-convidados, familiares e não-familiares.
No plenário da Alepe, onde o caixão ficou, apenas autoridades, familiares e músicos tiveram acesso. O cerimonial do “evento” não permitiu que o povo chegasse perto do caixão. A imprensa por diversas vezes foi desrespeitada por parte dos organizadores.
Quem quis ter um pouco de tempo a mais para se despedir do artista precisou entrar várias vezes na fila, que rodeava toda a Assembleia Legislativa e os seguranças simplesmente foram mandando andar rápido com a fila e sair logo. O local onde foi formada a fila parecia mais um curral com aspecto de labirinto, tornando impossível qualquer parada por mínima que fosse.
Os músicos populares que estavam cantando canções dele para homenageá-lo foram proibidos de ficar nas dependências do plenário, sendo obrigados a fazerem a homenagem no meio da rua, debaixo de um sol escaldante.
Fica o registro do desrespeito com o povo e sobretudo à memória deste grande artista brasileiro. Temos certeza que Dominguinhos gostaria de ser lembrado pelo povo, sobretudo o mais humilde, da mesma forma que foi Luiz Gonzaga.