Em convenção realizada em Brasília neste sábado o PSDB escolheu a sua nova executiva nacional que será presidida pelo senador Aécio Neves (MG), pré-candidato à presidência da República em 2014. No âmbito de Pernambuco foram escolhidos Sérgio Guerra para a presidência do Instituto Teotônio Vilela, Bruno Araújo para uma das vice-presidências e Daniel Coelho para a Coordenação de Meio Ambiente do PSDB nacional.
O PSDB é o maior partido de oposição ao governo federal com oito governadores, governando metade da população brasileira, possui doze senadores, 49 deputados federais em exercício e 17 que renunciaram ou estão licenciados, totalizando 56 deputados e quatro prefeitos de capitais.
Foi no governo do PSDB que o Brasil trilhou os rumos do desenvolvimento graças a estabilização econômica e o início dos programas sociais. Porém, o partido não soube capitalizar para si os avanços do governo Fernando Henrique Cardoso, escondendo-o das campanhas presidenciais que disputou com José Serra (2002 e 2010) e Geraldo Alckmin (2006).
O grande desafio do PSDB hoje é encontrar um discurso que impulsione a população brasileira, haja vista que o partido não tem a característica de criticar os outros, mas na realidade fazer. Os prefeitos e governadores do PSDB possuem em sua maioria capacidade de gestão comprovada.
Aécio Neves é prova disso. Teve elevados índices de aprovação nos oito anos que governo Minas Gerais, isso se deu graças a uma gestão moderna e eficiente que fez com que aquele estado se tornasse uma das maiores potências política e econômica do país.
Desde que assumiu o mandato de senador em 2011, Aécio Neves não se mostrou competente no âmbito de ser oposição ao governo Dilma Rousseff. Hoje ele é candidatíssimo a presidente e pra isso terá mais uma tribuna (além da do Senado) para se viabilizar como um nome competitivo para se contrapor ao PT.
É importante que o PSDB fale nesta eleição que se avizinha o que não conseguiu falar nas últimas eleições. A infraestrutura do país é problemática, a distribuição tributária entre estados e municípios é arcaica e as desigualdades financeiras entre regiões continuam em níveis elevadíssimos. Falar do sexo dos anjos como o PSDB fez nas eleições passadas ou aliviar nas críticas contra o PT como tem feito sistematicamente levará o partido a quarta derrota consecutiva.
O DEM e o PPS, parceiros outrora inseparáveis dos tucanos já ameaçam pular do barco e vislumbram outro projeto. O PPS já conseguiu viabilizar uma fusão com o PMN para criar o Mobilização Democrática, enquanto o DEM ganhou sobrevida com as eleições de ACM Neto em Salvador e João Alves em Aracaju e ameaça seguir com Eduardo Campos na disputa presidencial.
De todo modo, nos resta aguardar de Aécio Neves uma postura digna de um candidato à presidência da República pelo campo da oposição. E isso precisa ser visto a partir de agora.