A Diretoria Geral do Senado enviou na manhã desta quinta-feira a confirmação do novo gabinete que o senador eleito Jarbas Vasconcelos irá ocupar no Senado da República. Ele vai para o quarto andar do prédio do Senado, espaço que antes era ocupado pelo senador Ricardo Ferraço (PSDB/ES), que não foi reeleito.
Coluna do blog desta terça-feira
Marília Arraes pode ser novamente moeda de troca do PT
Eleita deputada federal com a segunda maior votação de Pernambuco, Marília Arraes foi lançada por Humberto Costa como pré-candidata a governadora de Pernambuco com o objetivo de atrair o PSB e garantir a vaga de senador na chapa encabeçada pelo governador Paulo Câmara. A estratégia deu certo e não só garantiu a reeleição de Paulo Câmara no primeiro turno como permitiu a renovação do mandato de Humberto no Senado como o mais votado do pleito.
Quando imaginava-se que o entendimento entre PT e PSB estava sacramentado, eis que surge uma nova dúvida na relação dos dois partidos, uma vez que alguns socialistas advogam da tese que o PT já foi contemplado com a reeleição de Humberto Costa, e que não há fundamento para que o governador seja obrigado a ceder uma robusta secretaria ao partido. Enquanto isso, petistas avaliam que o apoio do partido foi fundamental para a vitória do governador e que merecem ter um espaço representativo no governo. A exigência se dá, sobretudo, pelo fato de o partido ter sido varrido de muitos estados do Brasil, e apenas o Nordeste garantiu vitórias de governadores da sigla ou aliados, então a garantia de espaço no governo de Pernambuco será fundamental para abrigar membros do partido que estão sem ter onde ficar.
Diante do imbróglio envolvendo os dois partidos, o nome de Marília Arraes surge novamente como uma alternativa do partido para uma disputa majoritária, desta vez a prefeitura do Recife em 2020. O PSB considera que a vitória do sucessor de Geraldo Julio será vital para a manutenção da hegemonia do partido, e quanto mais candidaturas colocadas pior para aquele que for ungido pelo partido para o pleito. O nome de Marília Arraes, que virou pesadelo do PSB em 2018, seria novamente desesperador para o partido, se colocado na disputa pela prefeitura do Recife, o que acende o sinal de alerta no governo.
Faltando poucos dias para a confirmação do secretariado de Paulo Câmara, as definições relacionadas ao Partido dos Trabalhadores serão vitais para o pleito municipal, e por isso a temperatura entre os dois partidos que saíram vitoriosos do pleito eleitoral de 2018 tende a subir nos próximos dias se não houver um consenso quanto ao espaço dado pelo PSB ao PT no governo de Pernambuco e na prefeitura do Recife.
Despedida – Deputado estadual eleito, o vereador Marco Aurélio (PRTB) fez ontem o seu discurso de despedida da Câmara Municipal do Recife, onde ficou por dois mandatos. Na sua fala, Marco fez questão de criticar o prefeito Geraldo Julio, com quem cortou relações, chamando-o de “prefeito ruim” e pediu perdão ao povo do Recife por somente agora o seu partido ter tomado a decisão de fazer oposição ao gestor.
Aniversário – O secretário da Casa Civil, André Campos, comemora hoje 60 anos de idade. A data não passará em branco, pois haverá a comemoração no Manhattan em Boa Viagem. A nata da política pernambucana e a cúpula do PSB de Pernambuco se farão presentes na festa de André que fez muitos amigos por onde passou.
Influência – Prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PR) não tem restringido sua atuação política à cidade que governa e ao Recife. O prefeito foi fundamental na articulação para a eleição da mesa diretora da Câmara Municipal de Macaparana. Ao lado do ex-prefeito Paquinha e do seu grupo, Anderson conseguiu impor uma derrota ao grupo do prefeito Maviael Cavalcanti (DEM). Os movimentos do gestor têm lhe dado uma dimensão política estadual.
Desafio – Prestes a assumir o mandato de deputado estadual, Guilherme Uchoa Junior (PSC) terá um desafio muito maior do que os seus colegas novatos na Assembleia Legislativa de Pernambuco. Herdeiro do ex-presidente da Alepe, deputado Guilherme Uchoa, falecido em julho, Junior terá que substituir a altura o seu pai, que foi um deputado intenso e influente na Casa Joaquim Nabuco por quase 24 anos.
RÁPIDAS
Fabrizio Ferraz – Eleito deputado estadual com 17.729 votos, Fabrizio Ferraz (PHS) pretende atuar como um dos integrantes da Casa Joaquim Nabuco mais sintonizados com a pauta da segurança pública. De carreira militar, uma vez que é PM, Ferraz pretende contribuir com o governador Paulo Câmara na continuidade da redução dos índices de violência.
UVP – Eleito por uma margem de dez votos, e reeleito com mais de 300 votos de diferença sobre seu adversário, o presidente da União dos Vereadores de Pernambuco, Josinaldo Barbosa, segue se movimentando no sentido de recuperar a instituição. Ele conseguiu durante sua gestão requalificar a sede da entidade no Recife, que serve de apoio aos vereadores do interior quando vêm à capital pernambucana.
Inocente quer saber – Quando o motorista da família Bolsonaro irá aparecer para esclarecer as movimentações financeiras suspeitas?
Coluna do blog desta quarta-feira
Fernando fica mais fortalecido para liderar oposição
Deputado estadual, federal, prefeito de Petrolina, secretário de estado, ministro e senador, Fernando Bezerra Coelho construiu uma trajetória política que lhe deu condição de almejar ser governador de Pernambuco. Nas eleições deste ano ensaiou uma candidatura a governador depois de ingressar no MDB mas por conta do imbróglio jurídico envolvendo o comando do partido, acabou ficando de fora da disputa.
Pesava contra Fernando uma investigação envolvendo seu nome, a respeito de um suposto recebimento de propinas de empreiteiras na refinaria de Suape. O Supremo Tribunal Federal entendeu que não havia qualquer indício de culpa do senador, que teve a denúncia arquivada pela segunda turma do STF.
Com a decisão do STF e o resultado eleitoral que inviabilizou os três candidatos da chapa majoritária da oposição, o senador Fernando Bezerra Coelho larga na frente para liderar a oposição pelos próximos quatro anos e novamente fica com a condição de pré-candidato a governador, desta vez com tempo de sobra para decidir se continua disputando o comando do MDB com o também senador Jarbas Vasconcelos ou até mesmo chega a um entendimento com o colega de partido, uma vez que Jarbas só tem no seu horizonte a conclusão dos seus oito anos de mandato, ou segue para um novo partido para ter o comando e tornar-se efetivamente o líder de uma sigla.
O senador terá quatro anos para fazer o contraponto ao PSB em Pernambuco e buscar liderar o grupo que foi derrotado ainda no primeiro turno nas eleições deste ano. O impasse que lhe deixava mergulhado no processo político já não existe mais, cabendo a ele trabalhar diariamente no sentido de construir uma alternativa ao PSB, que em 2022 completará dezesseis anos à frente do Palácio do Campo das Princesas.
Oposição – O PRTB atendeu a orientação da executiva nacional do partido e decidiu que seus três vereadores do Recife, Hélio Guabiraba, Alcides Teixeira Neto e Samuel Salazar, e o deputado estadual Marco Aurélio, terão que integrar a oposição na Câmara Municipal do Recife e na Assembleia Legislativa de Pernambuco. Caso algum vereador decida desrespeitar a orientação partidária, poderá incorrer na infidelidade partidária e consequentemente ter seu mandato questionado na justiça.
Motivo – A decisão do PRTB de migrar para a oposição se deu sobretudo porque o prefeito Geraldo Julio não teria cumprido compromissos acertados na eleição de 2016. Dono de uma das maiores bancadas na Câmara Municipal, o PRTB esperava um espaço proporcional ao seu tamanho eleitoral na gestão, fato que não se confirmou e deu margem para o rompimento, que diminui o tamanho da base governista na Câmara e já começou a criar problemas para o prefeito, que ontem não teve quórum para votar matérias de seu interesse na Casa José Mariano.
Sintonizados – O deputado federal Fernando Rodolfo deu mais uma demonstração de sintonia com o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira, quando recepcionaram juntos o ministro dos Transportes Valter Casimiro, em Caruaru, para o anúncio de seis passarelas, sendo duas em Garanhuns e quatro em Caruaru. Fernando Rodolfo deverá ingressar no PR pelas mãos do prefeito de Jaboatão, que trava uma disputa interna pelo comando do partido.
Próxima semana – A respeito das especulações envolvendo nomes que comporão o secretariado, interlocutores do governador Paulo Câmara afirmam que somente na próxima semana que haverá algumas definições em relação a quem será mantido, substituído ou remanejado para o segundo governo que se inicia em 1º de janeiro de 2019.
RÁPIDAS
Comemorando – Presidente da Comissão de Educação da Câmara Federal, deputado Danilo Cabral (PSB), comemorou o arquivamento do projeto da chamada Escola sem Partido na comissão especial que analisava a proposta. “É uma vitória dos que acreditam na organização da luta do povo. Foi a mobilização da sociedade, especialmente daqueles que fazem a educação pública do país, que levou essa Casa a tomar essa acertada decisão, de arquivar um projeto que era uma verdadeira ‘lei da mordaça’ na educação brasileira”, celebrou o parlamentar.
Fundaj – Caso seja mesmo indicado para a presidência da Fundação Joaquim Nabuco, o ex-ministro Mendonça Filho terá condições de abrigar toda sua equipe em Pernambuco. A instituição tem ótimos cargos que permitem aos seus ocupantes morarem em Recife com remuneração no padrão de Brasília.
Inocente quer saber – Clodoaldo Magalhães é o favorito para ganhar a primeira-secretaria da Assembleia Legislativa de Pernambuco?
Coluna do blog desta terça-feira
Armando encerrará um mandato à altura de Pernambuco
Apesar de já ter 66 anos de idade, Armando Monteiro tem uma trajetória política curta, de apenas 20 anos de mandatos eletivos, iniciados em 1998 com sua vitória para o primeiro mandato de deputado federal. Herdeiro do ex-ministro Armando Monteiro Filho e do ex-governador Agamenon Magalhães, Armando conseguiu ocupar o cargo de senador em 2010, atingindo um objetivo que não foi conquistado pelo seu pai em 1994.
O mandato de senador, conquistado em 2010 como o mais votado, deu a Armando uma dimensão política ainda maior, de quem já tinha exercido três mandatos de deputado federal e presidido a Confederação Nacional da Indústria. E no exercício do cargo desde fevereiro de 2011, foram oito anos de muito trabalho por Pernambuco e pelo Brasil. Para muitos, o mandato de senador é sinônimo de fim de carreira, mas para Armando representou muito mais do que isso, pois ele soube transformar o seu mandato num instrumento irretocável em defesa dos interesses de Pernambuco.
Ao encerrar seu mandato em fevereiro de 2019, Armando Monteiro deixa o Senado Federal com a certeza de dever cumprido, uma vez que além das duas candidaturas a governador, ele ocupou o importante ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, sendo reconhecido internacionalmente pela sua competência e pelo seu preparo em relação aos desafios econômicos do país.
Após vinte anos de mandatos eletivos, ainda não se sabe qual será o destino do senador quando deixar a Câmara Alta, mas é indiscutível que além de ter sido um senador extraordinário, Armando Monteiro conclui um ciclo da sua vida pública sem qualquer mácula que pudesse desgastar a sua imagem de homem público ilibado. A vida impõe novos desafios ao senador a partir de então, mas pela sua competência, pelo seu preparo, e sobretudo pela sua respeitabilidade, Pernambuco não faltará a Armando Monteiro nem ele faltará a Pernambuco, agora em outra trincheira com a responsabilidade de fazer valer os milhares de votos que recebeu durante sua vida pública.
Governador – O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Eriberto Medeiros, assumiu novamente o governo de Pernambuco durante nova viagem de Paulo Câmara e Raul Henry. Na ocasião anterior, Eriberto recebeu parlamentares no Palácio do Campo das Princesas e cumpriu uma série de agendas externas.
Bomba – Após tentar aprovar a reforma da Previdência e viabilizar a PEC do teto de gastos alegando que precisava ajustar as contas públicas, o presidente Michel Temer sancionou o aumento dos ministros do Supremo Tribunal Federal para mais de R$ 39 mil. A medida causará um impacto de quase R$ 6 bilhões nas contas públicas. Temer tinha a chance de vetar, mas o corporativismo falou mais alto, deixando uma bomba-relógio para o presidente eleito Jair Bolsonaro.
Desastre – Diante do desastre da gestão do prefeito Manoel Botafogo em Carpina, o nome de Diogo Prado vem ganhando muita força para as eleições municipais de 2020. Diogo obteve 7.924 votos no município para deputado estadual, sendo o majoritário da cidade com quase o dobro dos votos do segundo colocado. A expectativa é que ele possa enfrentar Botafogo nas eleições municipais.
Suplência – Apesar de exigir pelo menos 10% do quociente para ser eleito deputado federal, a legislação decidiu que no caso dos suplentes que assumirem o mandato nesta condição nada será alterado. Mesmo quem teve votos abaixo do quociente eleitoral poderá exercer o mandato com a ausência do titular.
RÁPIDAS
Regra – O presidente eleito Jair Bolsonaro já mandou avisar que não aceitará nenhum ex-ministro de Michel Temer em sua equipe ministerial. Apesar da regra, o presidente já permitiu que muitos nomes do segundo escalão do atual governo possam ser absorvidos no seu governo, sobretudo aqueles integrantes da área econômica.
Roberto Tavares – À frente da Compesa, Roberto Tavares é um dos auxiliares mais elogiados do governador Paulo Câmara. Há quem afirme que durante o rodízio que o governador está disposto a imprimir, Roberto seja alçado a uma importante secretaria.
Inocente quer saber – Quem ficará responsável pela indicação dos cargos em órgãos que funcionam em Pernambuco como Fundaj, Metrorec, Codevasf e Chesf?
Coluna do blog desta terça-feira
Oposição precisará de nome fora da política para disputar o Recife
Desde que Eduardo Campos foi eleito em 2006 que o PSB através da Frente Popular venceu direta ou indiretamente eleições no Recife ou em Pernambuco. No governo do estado foram quatro vitórias seguidas, já na prefeitura do Recife foram duas vitórias com Geraldo Julio e uma com João da Costa indicando o vice-prefeito.
As eleições tiveram em comum as derrotas de Mendonça Filho em 2006, 2008, 2012 e 2018, Daniel Coelho em 2012 e 2016 e Armando Monteiro em 2014 e 2018, além de nomes como Jarbas Vasconcelos em 2010, Humberto Costa em 2012 e João Paulo em 2016, que hoje integram a Frente Popular.
As derrotas obtidas pela oposição trazem a reflexão do grupo, atualmente composto por PTB, PRB, PSDB, DEM e PSC, sobre a possibilidade de apresentar um nome novo, preferencialmente de fora da política para disputar as eleições de 2020 na capital pernambucana, levando em consideração, sobretudo, um possível alinhamento com o presidente Jair Bolsonaro.
Dentre os nomes possíveis, eis que surgem duas alternativas que podem representar uma novidade efetiva na política local, que são Paulo Sales, da Baterias Moura, e Jorge Petribu, ambos ventilados para disputa majoritária em 2018 mas acabaram ficando de fora da eleição. A apresentação de um neófito na política, de preferência alinhado com Bolsonaro, poderá ajudar a oposição a quebrar a hegemonia do PSB na capital pernambucana após duas vitórias seguidas pelo Palácio do Capibaribe.
Elogios – O presidente eleito Jair Bolsonaro tem sido bastante elogiado pela equipe da área econômica que ele tem montado para o futuro governo. Além de Paulo Guedes, que assumirá o ministério da Economia, Bolsonaro conseguiu convocar um dream team para o BNDES, Banco Central e Petrobras, que foi bem recebido pelo mercado financeiro.
Falta – Dos 24 deputados estaduais que não foram reeleitos ou deixarão a Assembleia Legislativa de Pernambuco no próximo dia 1 de fevereiro de 2019, muita gente sentirá falta de nomes como Dr. Valdi, Ricardo Costa, Vinícius Labanca, Augusto Cesar, Laura Gomes, Julio Cavalcanti e Zé Maurício, que circulavam muito bem na Casa e acabaram não renovando o mandato.
Flerte – Terceiro deputado estadual mais votado de Pernambuco, Guilherme Uchoa Junior, herdeiro político do ex-presidente da Alepe, Guilherme Uchoa, vem recebendo incentivos de setores palacianos para entrar na disputa por uma vaga na mesa diretora. Filiado ao PSC, que possui a terceira maior bancada, Junior goza de um bom trânsito com o Palácio do Campo das Princesas, o que pode ser determinante na sua escolha para um cargo na mesa diretora da Casa Joaquim Nabuco.
Roberta Arraes – Única representante feminina do Araripe na Assembleia Legislativa de Pernambuco em 2019, Roberta Arraes não apenas conquistou a renovação do mandato, como também o protagonismo político na cidade de Araripina, que tem papel estratégico na região que abriga o polo gesseiro. A disputa de 2020 na cidade passará pelas mãos da deputada.
RÁPIDAS
Senado – Único novato na bancada pernambucana no Senado a partir de 2019, Jarbas Vasconcelos, que voltará à Casa após quatro anos, dividirá a representação de Pernambuco com os colegas Fernando Bezerra Coelho, seu correligionário no MDB, e Humberto Costa, seu companheiro de chapa na Frente Popular.
Novidades – Ao longo da semana, com a chegada do presidente eleito Jair Bolsonaro a Brasília, deveremos ter novidades sobre a equipe ministerial. Ainda faltam pastas estratégicas como Minas e Energia, Saúde e Educação que seguem sem titulares anunciados.
Inocente quer saber – Quem são os sete deputados com investigação da Decasp?
Jarbas Vasconcelos na presidência do Senado
Conforme antecipamos em nossa coluna, o nome do senador Jarbas Vasconcelos vem ganhando força para presidir o Senado. Integrante do MDB, cujo partido possui a maior bancada e tem regimentalmente o direito de indicar o presidente, Jarbas disputa com os senadores Renan Calheiros e Simone Tebet. Com credibilidade no Brasil inteiro, o pernambucano cairia como uma luva num eventual governo Jair Bolsonaro, uma vez que não há nenhuma simpatia do provável presidente pelo nome de Renan Calheiros.
Coluna do blog desta segunda-feira
Eleição da mesa da Alepe ganha ares de pacificação
Passado o processo eleitoral quando foram eleitos os 49 deputados estaduais com 25 reeeleitos e 24 novatos, a Assembleia Legislativa de Pernambuco já respira as articulações com vistas à eleição da mesa diretora. Com sete cargos no comando da Casa, há condições de respeitar a proporcionalidade e atender às maiores bancadas.
Com 11 parlamentares eleitos, o PSB que comanda a primeira-secretaria já trabalha na recondução de Diogo Moraes para o posto. Setores palacianos avaliam que a sua manutenção no cargo é mais fácil de viabilizar do que a construção de um novo nome para o posto. O mesmo se avalia no caso do presidente Eriberto Medeiros, filiado ao PP que possui dez deputados eleitos. Por Eriberto ser um deputado experiente e com excelente trânsito na Casa, não há motivos para disputa pelo cargo, havendo as condições políticas para a sua recondução.
Para os demais cargos, PSC, PT, DEM e PSD teriam direito a reivindicar espaços na mesa, cabendo ao PSC a primeira vice-presidência e os demais partidos poderiam trabalhar os outros quatro cargos restantes da mesa diretora. Porém, este não é o único espaço passível de entendimento entre os partidos. Ainda existem o comando das comissões e as lideranças do governo, da oposição e dos dezoito partidos representados na Casa.
O nome de Priscila Krause parece ser o escolhido pelo DEM para a mesa, Rodrigo Novaes surge como o nome natural do PSD e Teresa Leitão por ser a única deputada reeleita do PT, aparece como favorita para o posto. Já no PSC, há apenas uma dúvida se Guilherme Uchoa Junior ou Manoel Ferreira serão o indicado para a primeira vice-presidência neste primeiro biênio.
Na liderança do governo, o nome do deputado Isaltino Nascimento parece resolvido para o posto, uma vez que desde que ele retornou para a Casa em 2017 que desempenhou com maestria o papel. Enquanto na oposição, por ser do partido de Armando Monteiro, o deputado Alvaro Porto desponta como favorito para liderar os deputados que compuserem a bancada de oposição a Paulo Câmara na Assembleia Legislativa de Pernambuco.
A eleição ocorrerá apenas no dia 1 de fevereiro, quando haverá a posse dos deputados eleitos no último dia 7 de outubro. Até lá as articulações seguirão a todo vapor, sobretudo para o comando das comissões, uma vez que os dois principais cargos, presidência e primeira-secretaria, existem favoritos para a recondução que são os atuais ocupantes.
Aglailson Victor – Deputado estadual eleito no último dia 7, Aglailson Victor obteve uma expressiva votação, legitimando-o a exercer funções importantes na Casa Joaquim Nabuco. Integrante da maior bancada na Casa, Victor possui estreita relação com o Palácio do Campo das Princesas devido a sua aliança histórica com o PSB, e por isso tem sido lembrado pelos seus pares para exercer um papel destacado na próxima legislatura.
Gleide Angelo – Eleita com votação recorde para a Assembleia Legislativa de Pernambuco, a deputada Gleide Angelo, se não for convocada para o secretariado de Paulo Câmara, deverá assumir a presidência da comissão Defesa pelos Direitos da Mulher, atualmente ocupada por Simone Santana.
Grande estilo – Substituto e herdeiro político do ex-presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Guilherme Uchoa, falecido em julho, o deputado eleito Guilherme Uchoa Junior chegou à Casa Joaquim Nabuco em grande estilo, sendo o mais votado do PSC e o terceiro mais votado de Pernambuco com 71.898 votos.
Junior de Cleto – Com 10.298 votos, dos quais 8.257 no Recife, o candidato a deputado estadual Junior de Cleto saiu credenciado da disputa para eleger-se vereador na eleição de 2020. Ele ficou na primeira suplência do Patriota em 2016 e agora está consolidado para chegar a um mandato na Casa José Mariano.
Sucesso – Reeleito para o terceiro mandato com 50.188 votos, o deputado Diogo Moraes realizou ontem uma grande festa em Santa Cruz do Capibaribe para comemorar o feito. Ele convidou o cantor Bell Marques, ícone da música baiana, e reuniu milhares de pessoas pelas ruas da cidade neste domingo.
RÁPIDAS
Queda – Candidatos a prefeito do Recife em 2016, Daniel Coelho e Priscila Krause tiveram significativa perda de votos na capital pernambucana em relação a 2014. Daniel caiu de 62.576 para 39.972 votos, enquanto Priscila caiu de 33.051 para 26.486 votos. A exposição da eleição municipal terminou sendo negativa para ambos e os números de 2018 comprometem uma nova tentativa majoritária em 2020.
Senado – Eleito para o segundo mandato como senador, Jarbas Vasconcelos, de volta à Câmara Alta a partir de 2019, poderia ser um excelente nome para ocupar a presidência do Senado. Com o eleitor cada vez mais atento e pela mudança da composição da Casa, não cabe a volta de Renan Calheiros ao cargo, é preciso alguém que tenha lastro moral para o posto e somente Jarbas tem isso.
Inocente quer saber – Jair Bolsonaro terá quantos votos em Pernambuco neste segundo turno?
Coluna do blog desta quarta-feira
A crônica de uma derrota anunciada
Durante o ano de 2017 os senadores Armando Monteiro e Fernando Bezerra Coelho e os deputados federais Mendonça Filho, Bruno Araújo e Fernando Filho, então ministros de Michel Temer, se uniram em Caruaru em um ato conjunto do ministério das Cidades numa entrega de casas do Minha Casa Minha Vida. Ali estava se formando o grupo oposicionista que estava pretendendo disputar o governo de Pernambuco.
Em dezembro ocorreu no Recife o primeiro ato intitulado Pernambuco quer Mudar, numa unidade de deputados federais e estaduais, os dois senadores, os ministros e alguns prefeitos. Era o pontapé inicial para uma coalizão formada por partidos e políticos que haviam sido afastados da Frente Popular. Ainda ocorreram mais três atos, um em Petrolina, um em Caruaru e o final em Ipojuca.
A cada evento, somente críticas ao governo do PSB, dizendo que faltava liderança a Paulo Câmara e que Pernambuco iria mudar, mas não se sabia qual era o projeto de mudança, uma vez que não se viu nenhuma proposta para a segurança pública, para a saúde ou para outros temas que careciam de discussão. Aquele formato de evento se mostrava cansativo e apontava para um caminho que não motivaria os eleitores numa disputa estadual. Era preciso mais do que críticas ao governador se a oposição quisesse mesmo vencer a eleição.
No evento de Caruaru houve o anúncio oficial de que haveria apenas uma candidatura ao governo daquele grupo. Uma estratégia que evidenciou a dificuldade oposicionista para a disputa, pois estava óbvio que a única chance de vitória seria num segundo turno e para isso era fundamental o lançamento de duas candidaturas. Somente em julho que a oposição definiu pela candidatura de Armando Monteiro, um nome que apesar de ter suas qualidades, foi derrotado em 2014 e estava atrás em todas as pesquisas, tendo sido incapaz de capitalizar politicamente a insatisfação que havia com o PSB.
O outro escolhido para a chapa foi Mendonça Filho, que já havia sido três vezes derrotado pela Frente Popular e que por muito pouco não se elegeu deputado federal no pleito anterior. No anúncio das duas candidaturas, somente críticas, nenhuma proposta, e o rumo seguiu até a convenção quando houve a oficialização de Bruno Araújo como segundo senador e Fred Ferreira como vice-governador. Os dois nomes tiveram vetos de Armando Monteiro, que somente foi convencido da aliança quando Bruno Araújo cogitou lançar uma candidatura própria a governador.
Talvez se Bruno Araújo tivesse lançado a candidatura ao governo em vez do Senado, e Armando Monteiro não tivesse vetado Silvio Costa como seu segundo senador, as chances da oposição seriam infinitamente superiores. Bruno pelo seu partido teria tempo de televisão suficiente para apresentar uma candidatura a governador que ajudaria a forçar o segundo turno, Silvio Costa por sua vez, na chapa de Armando serviria de antídoto para refutar a tese de palanque de Temer que o PSB quis aplicar na oposição.
Como se não bastasse, Armando Monteiro já na condição de candidato a governador se apresentou como um candidato sem identidade, uma vez que por onde passava dizia que votava em Lula, desrespeitando seu eleitor em potencial que era aquele que não votava em Lula em hipótese alguma. Até a estrela do PT Armando chegou a usar na sua campanha eleitoral. Durante um ato em Petrolina ao lado de Geraldo Alckmin, Armando não se fez presente, evidenciando uma total falta de sintonia e um desrespeito ao presidenciável.
O tempo passou e ficou latente o erro absoluto da oposição que abdicou de lançar duas candidaturas, abdicou de Silvio Costa que ajudaria muito a narrativa oposicionista e apresentou um candidato que se mostrou incapaz de capitalizar as dificuldades do governo. Com o decorrer da campanha, Paulo Câmara que garantiu o MDB e o PT na sua coligação começou a crescer nas pesquisas distanciando-se de Armando até uma pesquisa Datafolha apontar um empate técnico entre ambos.
Naquele momento era a chance de Armando surfar na onda, criando um fato político que pudesse manter uma tendência de crescimento, mas novamente a oposição subestimou a força do PSB, que se organizou e construiu a narrativa da reforma trabalhista, o que foi o tiro de misericórdia em Armando. Mesmo assim, Armando ainda teve na reta final com o crescimento de Jair Bolsonaro nas pesquisas, uma chance real de diminuir a vantagem do governador e forçar um segundo turno, mas novamente Armando achou que jogando parado iria ao segundo turno, era preciso um pronunciamento dele em favor de Bolsonaro, não precisava ser uma declaração de apoio mas poderia ser de reconhecimento a liderança de Bolsonaro que talvez animasse o eleitor do presidenciável a também votar nele. Muitos fizeram isso pelo Brasil inteiro e lograram êxito, mas o medo de perder tira a vontade de ganhar, e Armando mais uma vez perdeu a oportunidade de capitalizar eleitoralmente com o crescimento de Bolsonaro.
A oposição achou que a junção de políticos tradicionais era suficiente para vencer a eleição, ledo engano, as urnas deram uma vitória numérica apertada a Paulo Câmara, mas uma vantagem elástica em relação ao segundo colocado que foi Armando Monteiro. Na disputa proporcional, os chapões de Armando Monteiro elegeram seis federais e sete estaduais, sendo um dos piores resultados obtidos por uma coligação. No fim, a oposição que sonhou em governar Pernambuco acabou dizimada, com a provável aposentadoria dos seus próceres e permitiu, mesmo diante de tantas dificuldades enfrentadas pelo governo, a manutenção da hegemonia do PSB que agora dura dezesseis anos.
Espólio – A desistência do deputado estadual Julio Cavalcanti em tentar a reeleição possibilitou a vitória de pelo menos três deputados. Seus apoios no sertão do Pajeú deram quase seis mil votos a João Paulo Costa, que sem eles teria sido derrotado na chapa do Avante. Uma vereadora de Arcoverde que garantiu quase 900 votos a Romero Sales Filho permitiu que ele superasse Socorro Pimentel e fosse eleito na chapa do PTB. Por fim, o apoio de Pão com Ovo em Escada dado a Roberta Arraes garantiu 400 votos e evitou que ela perdesse a vaga para Marcantonio Dourado Filho.
Força – Numa eleição atípica onde a maioria dos políticos baixaram a votação ou não se reelegeram, Rodrigo Novaes não só foi reeleito como ampliou seus votos em relação a 2014. O resultado obtido por Rodrigo é fruto da sua atuação na Alepe e da sua proximidade com suas bases. Rodrigo consolidou-se na política conquistando o terceiro mandato e está legitimado a ocupar postos mais relevantes na política estadual.
Jaboatão – Com as fragorosas derrotas sofridas por Neco e Elias Gomes, que poderiam ser nomes para enfrentar o prefeito Anderson Ferreira em 2020 em Jaboatão dos Guararapes, o PSB identificou um nome muito mais palatável ao eleitor e já decidiu que irá lançar para a prefeitura. A deputada estadual eleita Gleide Angelo obteve 66.779 votos somente em Jaboatão e será o nome apresentado pelo Palácio para enfrentar Anderson na próxima eleição.
Petrolina – O cientista político Pablo Fernandes ficou responsável por tocar a campanha de João Campos (PSB) para deputado federal em Petrolina. O deputado federal eleito obteve 2.783 votos na capital do São Francisco praticamente sem pisar na cidade.
Luciano Bivar – O deputado federal eleito Luciano Bivar tornou-se o principal interlocutor de Jair Bolsonaro em Pernambuco. Durante entrevista, ele afirmou que o PSL disputará a presidência da Câmara dos Deputados em caso de vitória de Jair Bolsonaro no segundo turno. Bivar foi o sétimo deputado federal mais votado de Pernambuco e terá grande poder no provável governo Bolsonaro.
RÁPIDAS
Fim – Ex-deputado federal e ex-presidente da Câmara Municipal do Recife, Vicente André Gomes foi candidato a deputado estadual e obteve apenas 6.952 votos, dos quais 5.571 foram no Recife. Com essa votação, depois de ter perdido em 2016 a reeleição, Vicente foi varrido da vida pública pelo mesmo eleitor que já lhe conferiu mandatos eletivos em outrora.
Lula Cabral – O prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral, deu mais uma demonstração de força no último domingo. Além de ver seus adversários dizimados pelas urnas, Lula garantiu que Paulo Câmara, Eduardo da Fonte, Humberto Costa e Fabiola Cabral saíssem majoritários da cidade. Somente Bruno Araújo não ficou entre os mais votados para o Senado.
Inocente quer saber – O PSL de Jair Bolsonaro terá candidato a prefeito do Recife em 2020?
Humberto Costa pode ser o mais votado
Na eleição de 2010, Humberto Costa liderou todas as pesquisas para o Senado até a abertura das urnas quando foi ultrapassado por Armando Monteiro. Se naquela ocasião ele acabou em segundo lugar, nas eleições deste ano, o fenômeno pode ser inverso. Humberto iniciou atrás nas pesquisas e foi se aproximando de Jarbas. No Datafolha ele aparece com 27% contra 26% de Jarbas Vasconcelos. Já no Ibope ele fica com 25% e Jarbas os mesmos 26%. A questão é que Humberto deverá receber o voto casado com Fernando Haddad que será o mais votado em Pernambuco, o que diferencia de Jarbas que terá o voto casado somente de Paulo Câmara que fica em primeiro neste domingo. Provavelmente os dois senadores da Frente Popular serão eleitos neste domingo, mas a primeira colocação tem tudo pra ser de Humberto Costa.
Datafolha: Humberto e Jarbas na frente para o Senado
Do G1
Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (6) aponta os seguintes percentuais de voto para o Senado em Pernambuco. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
- Humberto Costa (PT): 27%
- Jarbas (MDB): 26%
- Mendonça Filho (DEM): 18%
- Silvio Costa (Avante): 10%
- Bruno Araújo (PSDB): 9%
- Pastor Jairinho (Rede): 4%
- Adriana Rocha (Rede): 2%
- Eugênia (PSOL): 1%
- Hélio Cabral (PSTU): 1%
- Lídia Brunes (Pros): 1%
- Albanise Pires (PSOL): 1%
- Alex Rola (PCO): 0%
Para calcular os votos válidos, são excluídos da amostra os votos brancos, os nulos e os eleitores que se declaram indecisos. O procedimento é o mesmo utilizado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado oficial da eleição.
Veja, abaixo, o resultado da pesquisa Ibope considerando os votos totais.
- Humberto Costa (PT): 36%
- Jarbas (MDB): 36%
- Mendonça Filho (DEM): 25%
- Silvio Costa (Avante): 14%
- Bruno Araújo (PSDB): 12%
- Pastor Jairinho (Rede): 5%
- Adriana Rocha (Rede): 3%
- Eugênia (PSOL): 2%
- Hélio Cabral (PSTU): 1%
- Lídia Brunes (Pros): 1%
- Albanise Pires (PSOL): 1%
- Alex Rola (PCO): 1%
- Brancos/nulos – Vaga 1: 19%
- Brancos/nulos – Vaga 2: 26%
- Não sabe/não respondeu – Vaga 1: 7%
- Não sabe/não respondeu – Vaga 2: 12%
- Margem de erro: 2 pontos percentuais para mais ou para menos
- Quem foi ouvido: 2.674 eleitores, com 16 anos ou mais, em 59 municípios
- Quando a pesquisa foi feita: nos dias 5 e 6 de outubro
- Registro no TSE: PE‐05100/2018
- O nível de confiança utilizado é de 95%. Isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem o atual momento eleitoral, considerando a margem de erro
- 0% significa que o candidato não atingiu 1%. Traço significa que o candidato não foi citado por nenhum entrevistado
A pesquisa foi contratada pela TV Globo e Folha de S.Paulo