Nos próximos dias, a Assembleia Legislativa de Pernambuco deve receber um pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar casos de pedofilia, abuso e exploração sexual em ONG’s de todo o estado. O deputado Romero Albuquerque, autor do requerimento, também quer que casos de uso indevido de doações e de maus-tratos a animais sejam apurados.
No centro das investigações, a ONG de proteção animal Pet PE, em Jaboatão dos Guararapes, foi acusada no final de semana de ser o local onde muitos desses crimes aconteciam. O criador da organização é o alvo de um grupo de cerca de dez mulheres que criaram um perfil no Instagram para denunciar diversos casos de assédio contra mulheres voluntárias do projeto e desvio das doações recebidas. Entre as vítimas do empresário, há também adolescentes.
“Não podemos mais aceitar que crimes terríveis praticados contra mulheres e crianças fiquem impunes. As ONG’s realizam um trabalho sério e essencial a diversas causas, é um trabalho social. No entanto, é preciso investigar se há aproveitadores usando de sua posição para disseminar a maldade e cometer os mais diversos crimes de cunho sexual”, disse Romero.
O caso da ONG Pet PE está sendo investigado pela Delegacia de Polícia da Criança e do Adolescente do município. O deputado que, junto à deputada Gleide Ângelo, foi um dos primeiros a se manifestar e prestar apoio às vítimas, entrou em contato com outras organizações para que pudessem abrigar os animais que ficavam sob responsabilidade da ONG acusada, mas recebeu relatos de que os animais – e o empresário – não foram encontrados.
“Estou muito preocupado com o desaparecimento desses animais, que eram usados por um suposto criminoso apenas para obter vantagens. A delegada Margareth Galdino, nova responsável pela Delegacia do Meio Ambiente (DEPOMA), já foi alertada e se comprometeu a tomar providências imediatas”, disse Albuquerque.
Para o parlamentar, a CPI será um “instrumento de investigação e punição deste e de qualquer outro caso no estado de Pernambuco. Vamos apurar denúncias feitas por órgãos e pessoas da sociedade civil, e elaborar propostas de políticas públicas de conscientização, combate e prevenção a crimes de abuso sexual de crianças e adolescentes, observando e resguardando o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), protegendo e salvando a vida de mulheres e cuidando para que, jamais, a causa animal volte a ser usada como pano de fundo de criminosos”, pontuou.
O requerimento estabelecerá um prazo de 90 dias para as investigações, podendo ser adiado.