Fator financeiro pode pesar para uma aliança PT/PSB em 2018
Nas eleições de 2014, Armando Monteiro e Paulo Câmara gastaram, oficialmente, mais de R$ 40 milhões para suas respectivas campanhas. O governador declarou R$ 19,7 milhões de gastos, enquanto o senador atingiu R$ 24,5 milhões. Nas eleições de 2016, João Paulo foi candidato a prefeito do Recife, que é em tese uma campanha mais barata, e não contou com o apoio do PT para a postulação. Além de ter sido derrotado por Geraldo Julio, o petista saiu com débitos da campanha que até agora não foram sanados pelo PT nacional e por isso ele não quer nem ouvir em disputar eleição majoritária.
Para as eleições de 2018 são estimados algo em torno de R$ 15 milhões como o teto de gastos de um candidato a governador, e mesmo contando com o fundo eleitoral, a prioridade do PT é o projeto presidencial e a eleição de deputados federais para manter o espaço do partido tanto em tempo de televisão quanto em acesso ao fundo partidário e ao fundo eleitoral.
A pesquisa recentemente divulgada valorizou ainda mais o passe do PT para uma eventual aliança com o governador Paulo Câmara, uma vez que Marília Arraes vem se constituindo numa candidata extremamente competitiva. O PT sabe que Marília não pode fazer feio numa campanha, sobretudo para preservar a eleição proporcional dos seus próceres no estado, que são Humberto Costa, candidato a federal e João Paulo candidato a estadual, é fundamental um guia eleitoral organizado, material de campanha, etc, e tudo isso custa dinheiro. Em vez de o PT canalizar esforços para a proporcional, terá que destinar recursos para Marília Arraes, e num momento de vacas magras, o partido não pode rasgar dinheiro.
Sem grandes estruturas de poder, o PT cada vez mais depende da estrutura de Paulo Câmara não apenas para eleger seus proporcionais como também poder tocar a candidatura presidencial do PT no estado. A cada dia que se passa fica mais latente que o PT não tem outro caminho senão formalizar uma aliança com o governador Paulo Câmara já no primeiro turno, não por falta de viabilidade de Marília, mas sim por falta de estrutura que somente o governador poderá ofertar isso ao partido em 2018.
Segurança – Com a experiência bem sucedida dos dois Centros Comunitários da Paz (Compaz) do Recife, o prefeito Geraldo Julio participa nesta segunda-feira do Seminário Sobre Boas Práticas Aplicadas ao Território – Conexão Recife – Medellín. O seminário tem por objetivo promover políticas integradas de combate à criminalidade para reduzir os índices de violência. O prefeito estará em uma mesa-redonda ao lado da socióloga e empresária Neca Setúbal e do consultor colombiano em gestão pública Jorge Melguizo.
Destino – O PSD poderá ser o destino de Ricardo Costa, Tony Gel, Gustavo Negromonte, Raul Henry e Jarbas Vasconcelos, enquanto o PSL poderá ser o caminho de Kaio Maniçoba. Os atuais peemdebistas já buscam outros abrigos para garantir sobrevivência na política. André de Paula já deixou as portas abertas para os políticos do PMDB quando for consumada a troca de comando no estado.
Partido Verde – O Partido Verde decidiu que terá candidato próprio a governador e a senador. O nome do empresário Zé Neto ficou pré-determinado para ser candidato a governador, enquanto o professor Cristiano Carrilho ficou com a pré-candidatura a senador. Ex-candidato a prefeito do Recife em 2016, Carlos Augusto Costa será candidato a deputado em 2018.
Chapinha – Voltou a ganhar força a tese de uma chapinha na Frente Popular para deputado federal. Ela seria composta por PP, PDT, PSL, PCdoB e Solidariedade. As contas são para eleger cinco federais, sendo o último com 50 mil votos. Estariam neste jogo Kaio Maniçoba, Luciano Bivar, Eduardo da Fonte, Augusto Coutinho, Wolney Queiroz, Michelle Collins e Luciana Santos.
RÁPIDAS
Alvaro Dias – Durante visita do pré-candidato a presidente da República pelo Podemos Alvaro Dias, o ex-governador João Lyra Neto, o ministro da Educação Mendonça Filho e o deputado federal Ricardo Teobaldo foram prestigiar o senador durante um almoço no Recife. Ele já foi governador do Paraná e é considerado um dos melhores senadores do Brasil.
Aposta – Setores ligados ao Palácio do Campo das Princesas avaliam que a delação do empresário André Gustavo destruirá as pretensões do senador Fernando Bezerra Coelho em disputar o governo de Pernambuco em 2018. Eles avaliam que Fernando não terá a menor condição de ser candidato no ano que vem.
Inocente quer saber – Depois de se descapitalizar em 2014 bancando boa parte da sua campanha, Armando Monteiro terá coragem de enfrentar novamente a máquina do PSB disputando o governo em 2018?