O esboço do novo governo Paulo Câmara
Reeleito no dia 7 de outubro, o governador Paulo Câmara segue fazendo campanha no segundo turno para Fernando Haddad, porém já há avaliações de que o Palácio estaria costurando um novo governo, e nele seria realizado um rodízio para dar uma nova dinâmica ao segundo mandato, repetindo basicamente o que Eduardo Campos fez em 2011 quando foi reeleito.
Há uma grande possibilidade de André Campos ser mantido na Casa Civil, uma vez que a relação com parlamentares e prefeitos ficou muito melhor desde que ele assumiu o posto. Para não criar arestas com ninguém, evitando ciumeira e desgaste do governo, André Campos tem tudo para seguir no comando da articulação política do Palácio do Campo das Princesas.
Para a secretaria das Cidades, o nome de João Campos, eleito deputado federal com 460.387 votos, tem tudo para assumir o posto. Estar com a caneta de uma pasta robusta e Metropolitana dará mais cancha a João do que o exercício do mandato de deputado federal para uma provável candidatura a prefeito do Recife. Na confirmação de João no primeiro escalão, Milton Coelho assume o mandato na Câmara dos Deputados.
A deputada estadual eleita Gleide Angelo está sendo lembrada para assumir a secretaria da Mulher, pois a sua popularidade deve contribuir com o governo no primeiro escalão muito mais do que no exercício do mandato de deputada estadual. Além do mais, a convocação de Gleide permite que Sivaldo Albino, pré-candidato a prefeito de Garanhuns, possa assumir o mandato na Assembleia Legislativa de Pernambuco.
Ainda estão sendo lembrados para o secretariado os deputados federais Augusto Coutinho e Sebastião Oliveira, mas dificilmente os dois serão convocados, pois não há interesse no Palácio em dar o mandato a Marinaldo Rosendo que é o segundo suplente. Outro nome que pode integrar a equipe de Paulo Câmara ou de Geraldo Julio é o deputado estadual reeleito Alberto Feitosa. No mais, as convocações devem se dar respeitando o peso político de PP, PR, PSD, PT, PDT, PCdoB, Solidariedade e MDB, porém com o rodízio e o fim da porteira fechada para aqueles que assumirem espaços no primeiro escalão.
Petrolina – Setores palacianos apostam que o Palácio deverá abrigar no governo Odacy Amorim e Julio Lossio, que perderam a eleição no dia 7, e ainda deve permitir um posto de destaque ao deputado Lucas Ramos. O objetivo é fortalecer os aliados para que eles possam enfrentar o prefeito Miguel Coelho, uma vez que poderá haver segundo turno na capital do São Francisco.
Diálogo – Caso se confirme a vitória de Jair Bolsonaro no próximo domingo, apesar de ter apoiado Fernando Haddad, o governador Paulo Câmara não pretende fazer oposição ao possível eleito. A ordem é manter o diálogo para viabilizar os repasses federais para o estado. Bolsonaro por sua vez já sinalizou que não haverá caça às bruxas para fechar as torneiras aos estados.
Apoio – O ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes, apesar de filiado ao PSDB, declarou apoio a Fernando Haddad no segundo turno. Elias não é o único tucano a fazer isso, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, tucano de alta plumagem, também declarou que vota em seu xará no próximo dia 28.
Cobiça – Com a eleição de 52 deputados federais, o PSL passou a ter a segunda maior bancada na Câmara dos Deputados e consequentemente uma grande fatia do fundo eleitoral e partidário e do tempo de televisão e do rádio. É provável que muitos políticos em Pernambuco que possam trocar de partido filiem-se ao PSL para a disputa municipal e para ter Jair Bolsonaro como cabo eleitoral.
RÁPIDAS
Falta – O deputado estadual Marcantonio Dourado decidiu não tentar a reeleição pelo PSB e lançou o filho pelo PP. Se tentasse o mandato pelo partido e tivesse a votação do filho teria sido eleito, porém obteve ainda 748 votos mesmo sem fazer campanha. O filho obteve 28.513 votos, 136 a menos que Roberta Arraes, última eleita da coligação. Os votos do pai fizeram falta ao filho.
Desempenho – Dos suplentes que assumiram o mandato ao longo da legislatura na Câmara dos Deputados, destaque para Luciano Bivar (PSL) que saltou de 24.840 para 117.943 votos, Fernando Monteiro (PP) que foi de 50.128 para 82.071 votos e Augusto Coutinho (Solidariedade) que foi de 67.918 para 77.817 votos. Todos foram eleitos com expressiva votação.
Inocente quer saber – O senador Armando Monteiro fará alguma declaração sobre sua posição no segundo turno presidencial?