No meio da crise do Novo Coronavírus, que ainda atinge com força o interior do Estado, gastos exorbitantes da Prefeitura de Ouricuri, no Sertão do Araripe, causaram revolta e indignação por parte da população do segundo maior município da região. Dados do Portal da Transparência municipal, divulgados nas redes sociais, revelaram o tamanho da revolta: R$ 317 mil. Esse foi o valor gasto pela gestão do prefeito Ricardo Ramos (PSDB) no aluguel de tendas para abrigar os beneficiários do Auxílio Emergencial do Governo Federal, na frente da agência da Caixa Econômica Federal.
O valor de R$ 317 mil – extremamente exorbitante para um simples aluguel de tendas – por si só já seria suficiente para deixar a população da cidade indignada. Mas a história ganhou outros contornos e novas revelações. O boca a boca, áudios na internet e matérias jornalísticas nos blogs regionais e programas de rádio locais, revelaram pagamentos uma empresa do Ceará e questionamentos – muito inconvenientes para o prefeito Ricardo Ramos – sobre a verdadeira destinação dos R$ 317 mil aplicados no aluguel das tendas.
Diante do valor excessivo da contratação, surgiram manifestações e questionamentos de toda natureza e de vários setores da sociedade de Ouricuri. Alguns áudios de camelôs, por exemplo, reacenderam um antigo pleito da categoria: sugeriram que o valor de R$ 317 mil poderia ser bem melhor aplicado na produção de tendas similares que serviriam para padronizar as bancas das feiras livres do município após a pandemia da COVID-19. Outra denúncia que chamou atenção foi o áudio de um agente de endemias que revelou a carência de EPI’s – Equipamentos de Proteção Individual para os profissionais da saúde de Ouricuri. O agente de saúde afirmou que desde o início dos trabalhos no combate ao Novo Coronavírus recebeu apenas uma máscara após muitas cobranças e que esses profissionais não foram procurados sequer para “saber se estão vivos” pela secretaria municipal de saúde ou pelo prefeito Ricardo Ramos.