Saída de Teich denota falta de rumo do governo Bolsonaro
Com quase dezessete meses de governo, o presidente Jair Bolsonaro coleciona uma série de crises políticas e institucionais que deixam a população perplexa com tamanha falta de habilidade e sensibilidade por parte do presidente.
Durante o início da pandemia da Covid-19 vimos o presidente esculachar o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, até ficar insustentável a convivência entre ambos e acabou na demissão do responsável pelo enfrentamento à pandemia. Pouco depois o presidente começou a esticar a corda na relação com ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. Após interferência indevida na sua pasta por parte do presidente para proteger seus filhos de investigação, Moro pediu o boné e fragilizou ainda mais o presidente, que perdeu um de seus pilares.
O substituto de Mandetta, Nelson Teich, que entrou no dia 17 de abril, foi pego de surpresa durante uma coletiva, quando o presidente anunciou no Palácio do Alvorada a inclusão de academias, salões de beleza e barbearia como atividades essenciais, num constrangimento jamais visto em relação a um ministro publicamente.
A situação estava tão ruim que Nelson Teich pediu para sair em menos de um mês no cargo por interferências indevidas em seu trabalho. O presidente a cada dia se mostra perdido e despreparado para exercer a função máxima do país. Sob seu comando, caminhamos a passos largos para um completo caos. É preciso detê-lo através de um impeachment, porque sabemos que ele tem ideia fixa e não vai retroceder um milímetro na sua postura incendiária e irresponsável.
Pandemia 1 – Dois partidos, Rede e Cidadania, além da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), já foram ao Supremo contra a medida de provisória de Bolsonaro, que tenta blindar agentes públicos de punição por eventuais desvios dos recursos do combate à covid-19. As ações foram distribuídas para o ministro Luís Roberto Barroso, um dos maiores críticos do presidente da República, via imprensa.
Pandemia 2 – A versão que corre em Brasília é que a medida provisória foi um “pedido do Banco Central”, que estaria sendo chamado a comprar títulos de empresas fora do sistema bancário, para ajudar a manter a economia. Como os títulos, depois da crise do covid-19, podem se revelar “podres”, os técnicos do Banco Central temem a responsabilização na Justiça.
Procuradoria – Crescem as críticas ao procurador geral da República, Augusto Aras, por supostamente estar “protegendo” o presidente Bolsonaro, no inquérito que investiga as denúncias do ex-ministro Sergio Moro. A última atitude de Aras foi pedir que apenas uma parte da reunião ministerial de abril seja divulgada. Segundo Moro, o presidente teria pressionado o ex-ministro a interferir na Polícia Federal durante a reunião. A gravação segue sob sigilo, no STF.
Cidadania – O deputado Romero Albuquerque (PP) anunciou a doação de 6 toneladas de ração para abrigos do estado, e conseguiu mais 1 tonelada doada pelo presidente da Juventude Progressista, Lula da Fonte. Além disso, o parlamentar também doará litros de água para o Abrigo Cristo Redentor, que acolhe idosos em Jaboatão.
Inocente quer saber – O rodízio de veículos é a medida mais correta para evitar a disseminação do coronavírus?