Nascida em Garanhuns no ano de 1936, Maria Cristina de Lima Tavares Correia graduou-se em línguas neolatinas na Faculdade de Filosofia do Recife em 1955, porém decidiu exercer a carreira de jornalista atuando em dois dos principais jornais de Pernambuco, o Jornal do Commercio e o Diário de Pernambuco.
Em 1978 decide ingressar na vida pública e tenta seu primeiro mandato eletivo, sendo eleita para a Câmara dos Deputados pelo MDB, tornando-se a primeira mulher a representar Pernambuco na Câmara Federal e a terceira nordestina a alcançar tal feito, antes somente duas deputadas baianas tinham conseguido.
Com a extinção do bipartidarismo, o MDB tornou-se PMDB e Cristina exerceu a função de vice-líder do partido na Câmara em 1979, tendo papel destacado integrando diversas comissões em Brasília. Em 1982 é reeleita na Câmara Federal e segue seu mandato bastante atuante, defendendo a redemocratização no país. Em 1984 votou a favor da emenda Dante de Oliveira que permitiria o voto direto para presidente da República, com a PEC derrotada, atuou para a eleição de Tancredo Neves no colégio eleitoral.
Nas eleições de 1986, conquista seu terceiro mandato em Brasília, tornando-se deputada constituinte e novamente teve papel destacado em Brasília, desta vez na formatação da nossa atual Constituição Federal. Defensora da área tecnológica por acreditar ser este o caminho, ao lado da educação, para o desenvolvimento do país, atuou na subcomissão e na comissão de Ciência e Tecnologia.
Cristina foi uma das fundadoras do PSDB, deixando o PMDB em 1988 para ingressar no novo partido, que era formado por líderes mais à esquerda do PMDB, porém em 1989 com o ingresso de Roberto Magalhães, egresso da Frente Liberal, no partido para ser o vice de Mário Covas, Cristina rompeu com o seu partido para filiar-se ao PDT. A escolha de Magalhães acabou não se concretizando, ele foi substituído pelo senador Almir Gabriel.
No decorrer da campanha, Cristina atuou na campanha de Leonel Brizola, do PDT, apoiando-o nas eleições presidenciais daquele ano, cujo candidato ficou em terceiro lugar. Cristina também ficou marcada pela célebre frase sobre Sérgio Guerra, quando afirmou que o parlamentar era uma inteligência à procura de um caráter.
Nas eleições seguintes, em 1990, tentou seu quarto mandato na Câmara dos Deputados, porém os seus 14.907 votos foram insuficientes para garantir a reeleição. Já com um câncer de mama, Cristina encerrou seu mandato em janeiro de 1991 e foi aos Estados Unidos para tratar da doença porém em 23 de fevereiro de 1992 veio a falecer na cidade de Houston.
Cristina Tavares marcou história no jornalismo e na política pernambucana, fazendo da sua precoce vida um divisor de águas em nosso estado. A partida de Cristina Tavares aos 57 anos de idade, de forma precoce, encerrou o ciclo de uma das mulheres mais importantes da política pernambucana, pois foi a partir de seu mandato em Brasília que tivemos a chegada de outros nomes na Câmara Federal como Ana Arraes, Luciana Santos, Creusa Pereira e Marília Arraes, e a representação feminina tem crescido em nosso estado com o aumento do número de prefeitas espalhadas pelos 184 municípios e com a ascensão de Luciana Santos ao cargo de vice-governadora, sendo a primeira mulher a ocupar o posto em nossa história.