Disputa em Caruaru já começa a ganhar forma
Com o final da eleição deste ano, a disputa em vários municípios já foi deflagrada para 2020, e em Caruaru não é diferente, onde está uma das cidades mais politizadas de Pernambuco, que possui vários grupos políticos representativos que se articulam com vistas à prefeitura, que é uma das mais importantes do estado.
A atual prefeita Raquel Lyra muito provavelmente tentará a reeleição, na disputa passada ela correu riscos de sequer chegar ao segundo turno, mas alcançou a segunda etapa e derrotou Tony Gel. Nas eleições deste ano fez a opção de não lançar candidatos da cidade, importando nomes, que tiveram resultado aquém do esperado. Os números obtidos pelos candidatos de Raquel na cidade colocaram em xeque a sua capacidade eleitoral, porém é indiscutível a força da máquina que poderá impulsioná-la rumo à reeleição. Derrotado no segundo turno em 2016, Tony Gel conquistou mais um mandato na Assembleia Legislativa de Pernambuco com uma expressiva votação, quase 50 mil votos, obtendo seu melhor desempenho em disputas para a Casa Joaquim Nabuco. O resultado lhe deu força suficiente para novamente tentar disputar a prefeitura pelo MDB. Ele já se movimenta neste sentido para chegar fortalecido em 2020.
Também ex-prefeito, José Queiroz voltou à Assembleia Legislativa de Pernambuco em 2018, e segue como alternativa para a disputa, outra possibilidade é o deputado federal Wolney Queiroz que estará no sexto mandato na Câmara dos Deputados e poderá alçar voos maiores com a disputa pela prefeitura em 2020. O deputado estadual eleito Erick Lessa, que ficou em terceiro lugar na disputa municipal, também sonha em novamente tentar a prefeitura. Agora com uma tribuna na Casa Joaquim Nabuco, Lessa só não será novamente candidato se não quiser.
Por fim, o deputado federal eleito Fernando Rodolfo, que está de malas prontas para o PR, segue como opção para disputar a prefeitura em 2020. Apresentador conhecido na cidade de Caruaru, Rodolfo conquistou uma expressiva votação na cidade para a Câmara dos Deputados e não se exclui de ingressar no processo eleitoral municipal, que deverá ter outros candidatos sem mandato que apostarão na renovação para tentar desbancar os políticos tradicionais da capital do forró.
Lobos – A respeito dos rumores de que o PSL de Luciano Bivar poderá oficializar uma aliança com o PSB em Pernambuco, o presidente estadual do PRTB, Edinázio Silva, afirmou que o PSL não deveria continuar dormindo com os lobos, ao se referir a possível aliança estadual, que cogita inclusive garantir um espaço ao partido de Jair Bolsonaro na estrutura do governo Paulo Câmara.
Tempo – O PSL virou noiva cobiçada em Pernambuco devido o tempo de televisão que ele ofertará nas próximas eleições. Se porventura algum nome for colocado utilizando o número de Jair Bolsonaro, o 17, e o tempo do guia eleitoral, poderá atrapalhar muito os planos do prefeito Geraldo Julio de emplacar o sucessor no Recife, onde Bolsonaro teve uma expressiva votação.
Senador – Único senador de oposição a Paulo Câmara, Fernando Bezerra Coelho precisará ter uma atuação mais firme a partir de 2019 em relação ao governo do PSB. Fernando segue no litígio pelo comando do MDB em Pernambuco, mas para ficar realmente fortalecido na condição de antagonista do governador, precisará definir o quanto antes o comando de um partido no estado.
Bancada – A bancada oposicionista na Câmara dos Deputados ao governador Paulo Câmara só deverá contar com André Ferreira, Fernando Filho, Silvio Costa Filho, Daniel Coelho, Fernando Rodolfo, Ricardo Teobaldo e Ossesio Silva. Marília Arraes em tese será oposição, porém seu partido, o PT, deverá exigir discrição na sua postura oposicionista, uma vez que integrará o governo.
RÁPIDAS
Dificuldade – O prefeito de Paulista, Junior Matuto, que encerra seu mandato em 2020, ainda não encontrou um nome natural para a sua sucessão na disputa municipal. Ele só não tem maiores problemas porque a oposição no município está completamente destroçada.
Reforma – A Assembleia Legislativa de Pernambuco votará nesta quarta-feira a reforma administrativa proposta pelo governador Paulo Câmara, que manteve as 22 secretarias do seu governo com mudanças de nomes e atribuições de cada secretaria.
Inocente quer saber – Como o PT reagiria a uma eventual aliança do PSL de Jair Bolsonaro com o governador Paulo Câmara?