O senador José Serra (PSDB/SP) foi alvo de uma operação da força-tarefa da Lava-Jato que investiga lavagem de dinheiro transnacional. Além dele, sua filha Verônica Allende Serra também está envolvida na operação da Polícia Federal.
Governadores do Nordeste pedem investigações sobre abusos da Lava-Jato
ABUSOS DEVEM SER INVESTIGADOS
As seguidas revelações de conversas e acordos informais entre membros do Judiciário e do Ministério Público, em Curitiba, divulgadas pelo Theintercept.com e outros veículos de comunicação, são de muita gravidade. As conversas anormais configuram um flagrante desrespeito às leis, como se os fins justificassem os meios.
Não se trata de pequenos erros; são vidas de seres humanos e suas histórias que se revelam alteradas em julgamentos fora das regras constitucionais, legais e éticas. Todos sabem que um juiz deve ser imparcial e por isso não pode se juntar com uma das partes para prejudicar a outra parte. Acreditamos que a defesa da real imparcialidade dos juízes é um tema de alto interesse inclusive para eles próprios. Assim, manifestamos nossa confiança de que a imensa maioria dos magistrados e membros do Ministério Público que, com seriedade e respeito à lei fazem o verdadeiro combate à corrupção e outros crimes, podem apoiar as necessárias investigações nesse caso.
Agora, um dos trechos das conversas divulgadas destacam o Procurador Deltan Dallagnol sugerindo busca e apreensão na residência do hoje Senador pela Bahia, Jaques Wagner. E a justificativa do coordenador da Lava Jato? “Questão simbólica”, ou seja, ao lixo o direito. É mais uma revelação de extrema gravidade.
É inadmissível uma atuação que se denuncia ilegal entre membros do Ministério Público e do Judiciário, combinando previamente passos de uma importante investigação, com o intuito de perseguir e prender pessoas. Em discurso recente, na Cúpula Pan-Americana de Juízes, o Papa Francisco já demonstrou a sua preocupação com atos abusivos e de perseguição por meio de processos judiciais sem base legítima.
Reivindicamos a pronta e ágil apuração de tudo, com independência e transparência. É preciso também avaliar o afastamento dos envolvidos. Defendemos, ainda, a revisão ou anulação de todo e qualquer julgamento realizado fora da legalidade.
Outrossim, sublinhamos a relevância de o Congresso Nacional concluir a votação do Projeto de Lei sobre Abuso de Autoridade.
Apoiamos firmemente o combate à corrupção, porém consideramos que também é uma forma de corrupção conduzir processos jurídicos desrespeitando deliberadamente a lei.
Governadores do Nordeste do Brasil
Coluna do blog desta sexta-feira
Prisão de Temer deixa Lula ainda mais fragilizado
Ontem o Brasil se deparou com mais um escândalo envolvendo a nossa república com a prisão do ex-presidente Michel Temer por comandar uma organização criminosa que desviou quase R$ 2 bilhões de recursos públicos durante quase quarenta anos.
Durou apenas dois meses e 21 dias a liberdade de Michel Temer sem o foro privilegiado. O simbolismo da prisão de Temer, o segundo ex-presidente da República preso por corrupção, tem duas vertentes, a primeira é a de que a Lava-Jato continua firme e forte investigando e punindo agentes políticos que cometeram atos ilícitos, refutando a tese de que a operação estava perdendo força.
A segunda vertente tem como pano de fundo o ex-presidente Lula, que desde sua prisão em abril de 2018 aproveitou para dizer que era um preso político e que a Lava-Jato era uma operação política. A cantilena de que Lula era perseguido foi encampada por ele e pelos seus defensores como uma verdade absoluta.
Com a prisão de Temer, Lula perde o argumento de que estava sendo perseguido, uma vez que não só Lula como Eduardo Cunha (MDB), Beto Richa (PSDB), Sergio Cabral (MDB) e alguns outros já estavam presos independente de partido, mas outro ex-presidente preso fica óbvio que a justiça está funcionando para todos independente de partido, de cargo político ou de popularidade. A Lava-Jato está mostrando para a classe política, acostumada com o toma lá dá cá de muitos anos, que o crime não compensa, e que consequentemente Lula, Temer e outros presidiários não deverão sair nem tão cedo da cadeia.
Sucesso – Se no plenário da Câmara Municipal do Recife, os líderes da base governista e oposição chamam atenção pelos grandes embates realizados; nos bastidores o destaque fica para a dupla que gerencia a comunicação dos dois parlamentares. Eriberto Rafael (PTC) e Renato Antunes (PSC), que andam em campos políticos opostos, deixaram na incumbência de dois jovens jornalistas, a missão de viabilizar a comunicação com o público e imprensa local. Pelo lado de Rafael, Gabriela López marca o tom governista. Na oposição, Asaph Saboia é quem faz a interlocução de Renato.
Estágio – De forma inovadora na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o deputado estadual Delegado Lessa (PP) abre processo de seleção para ocupar uma vaga de estágio junto à Comissão de Desenvolvimento Econômico e Turismo (CDET), da qual ele é presidente. O anúncio do processo seletivo foi feito pelo deputado em uma live na noite desta quinta, 21, na fanpage (Delegado Lessa) e no Instagram (@delegadolessape).
Lembrança – Após realizar um trabalho extraordinário a frente do Ministério da Educação, Mendonça Filho tem sido lembrado para voltar a ocupar o posto no governo Bolsonaro. A mídia nacional tem levantado seu nome como possibilidade caso se confirme a saída do atual ministro Ricardo Velez Rodrigues, que está patinando no cargo.
ADDEPE – Os delegados de Pernambuco, através do advogado Bruno Brennand, ingressaram com uma ação para suspender a eleição da ADDEPE, e teve o pedido acatado pela Justiça, que encontrou irregularidades no processo eleitoral.
RÁPIDAS
Vice-líder – O deputado federal Silvio Costa Filho foi escolhido para ser o vice-líder do PRB na Câmara dos Deputados. Em apenas dois meses de mandato, Silvinho tem conquistado grande protagonismo, tanto no partido quanto na Frente Parlamentar que discute o Pacto Federativo.
Transamérica – Foi muito prestigiado o coquetel de lançamento da nova programação da Rádio Transamérica, que marcou o ingresso do competente Aldo Vilela na emissora. A partir da próxima segunda-feira, Aldo estará em dose dupla, às 6 da manhã e às 15 horas. Este colunista será um dos comentaristas dos programas apresentados por Aldo.
Inocente quer saber – Quem será o próximo figurão da República a ser preso pela Lava-Jato?
Sergio Moro aceita convite de Jair Bolsonaro e será ministro da Justiça
O juiz federal Sergio Moro, responsável pela operação Lava-Jato, esteve reunido agora há pouco com o presidente eleito Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro, e aceitou o convite do presidente para assumir o ministério da Justiça. A pasta ganhará mais atribuições e ficará responsável pra combater o crime organizado e crimes de corrupção. Em breve ele anunciará a formalização da decisão.
Sérgio Moro solta dono da Arcos Antônio Carlos Vieira Júnior
O juiz Sérgio Moro acabou de conceder a liberdade ao empresário Antônio Carlos Vieira da Silva Junior que estava preso em Curitiba há desde o dia 27 de julho. Antônio Carlos Júnior é um dos sócios da Arcos Propaganda.
Na decisão, o magistrado entendeu que não havia elementos suficientes que caracterizassem práticas criminosas de Antônio Carlos Vieira Júnior e por isso concedeu a sua liberdade.
Confira cópia da decisão proferida agora há pouco pelo juiz da Lava-Jato:
Coluna do blog desta quarta-feira
O PSDB está em frangalhos
Um dos partidos mais importantes para o ordenamento econômico do país, pois foi durante o governo FHC que o Plano Real se consolidou, o PSDB perdeu as últimas quatro eleições presidenciais com três candidatos diferentes. Com o desmantelamento do governo Dilma Rousseff, o PSDB tinha que apontar um norte para o Brasil, porém viu seu candidato em 2014, Aécio Neves, entrar no olho do furacão da Lava-Jato, o que fragilizou o partido e suas pretensões.
Como se não bastasse o ostracismo de Aécio, o partido continua sem se entender não só em relação ao governo Michel Temer, pois uma parte defende a entrega dos cargos e a abertura da denúncia contra o presidente, a outra prefere seguir apoiando o governo, bem como em relação a quem será o seu candidato a presidente numa briga fratricida entre Geraldo Alckmin e João Doria.
Em Pernambuco não é diferente, apesar de Bruno Araújo ter sido lançado a um cargo majoritário pelos integrantes do diretório estadual, nos bastidores ninguém acredita que Bruno topará entrar numa bola dividida tendo uma reeleição de deputado federal líquida e certa. Pesa em relação a decisão do ministro o fato de não querer arriscar perder o foro privilegiado para não ter futuras complicações.
Não obstante a dúvida de Bruno Araújo quanto a entrar numa disputa majoritária, o clima no partido não é bom, pois deverão sair da sigla o ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes Elias Gomes e o seu filho, o deputado federal Betinho Gomes, que por mais que estejam fragilizados eleitoralmente, suas saídas terão um peso negativo para o partido, uma vez que sairão dois políticos com perfil metropolitano.
O PSDB segue sem saber que caminho tomar, tanto no âmbito nacional quanto no local, e isso tem fragilizado muito o partido, pois a sensação que se tem é que lhe falta comando, rumo e principalmente perspectiva de poder nas duas esferas. É possível que o partido saia novamente derrotado pra presidente, se lançar candidato, e em Pernambuco sequer tenha coragem de apresentar um nome majoritário.
Fundef – O procurador geral do Ministério Público de Contas de Pernambuco (MPCO), Cristiano Pimentel, esteve na AMUPE, nesta terça-feira (17), dando palestra sobre “precatórios do Fundef”. A verba, ganha pelos municípios em ações judiciais protocoladas na década passada, está colocando em conflito prefeitos e sindicatos de professores, que divergem sobre como gastar a verba. A fala do procurador se deu a convite da União de Dirigentes Municipais de Educação de Pernambuco (UNDIME-PE), associação que reúne todos os secretários municipais de educação do Estado.
Proupe – O governador Paulo Câmara sancionará, nesta quarta-feira, no Palácio do Campo das Princesas, a Lei que requalifica o Programa Universidade para Todos em Pernambuco (Proupe). O intuito é aperfeiçoar as competências técnicas e profissionais, de nível superior, nas áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharias, Matemática e Computação (STEM+C). O Proupe concede bolsas de estudo para alunos do Ensino Superior em autarquias municipais sem fins lucrativos. A medida busca iniciar uma nova etapa do programa, com foco no reforço da formação qualificada de recursos humanos e no desenvolvimento de novos talentos em áreas de importância estratégica para as economias criativa e digital.
Sem chance – O primeiro-secretário da Alepe deputado Diogo Moraes negou veementemente a hipótese de Fernando Aragão, que é seu tio e disputou a prefeitura de Santa Cruz do Capibaribe em 2016 se filiar ao PSB. Diogo comanda o partido e disse que as portas do PSB em Santa Cruz estão completamente fechadas para o seu tio.
Coincidência – O deputado federal Mansueto de Lavor, que era um padre, se elegeu senador em 1986 na chapa de Miguel Arraes numa eleição que tinham duas vagas em disputa. 32 anos depois, um candidato do segmento religioso poderá ser candidato em 2018, que é o deputado estadual André Ferreira. Novamente duas vagas estarão em disputa no ano que vem. Naquela ocasião, Mansueto foi o mais votado, se elegendo junto com Antônio Farias e desbancando Roberto Magalhães, então favorito nas pesquisas.
RÁPIDAS
Intervenção – Nos bastidores da Alepe já se fala na possibilidade de uma intervenção estadual em São Lourenço da Mata onde seria afastado do cargo o prefeito interino Gabriel Neto, que substituiu Bruno Pereira. Caso se concretize a intervenção no município, o governador Paulo Câmara ficará responsável pela nomeação de um gestor, tal como fez em Gravatá.
Vice – O nome do prefeito do Cabo de Santo Agostinho Lula Cabral tem sido constantemente lembrado para ser candidato a vice-governador em 2018, tanto na chapa de Paulo Câmara quanto na da oposição. Lula governa o Cabo pela terceira vez e faz uma gestão extremamente aprovada pelos cabenses, cacifando-o para voos maiores.
Inocente quer saber – Teremos novidades da Lava-Jato em Pernambuco nos próximos dias?
A disrupção do estado
O termo disrupção vem sendo utilizado mundo afora pelas empresas, sobretudo as multinacionais, que reavaliam seus modelos de negócios para se adaptar as evoluções tecnológicas e humanas e continuar sobrevivendo. Na política e mais precisamente no Brasil, o termo disrupção nunca foi tão pertinente, pois o estado brasileiro deu mostras que é gigante, oneroso e ineficiente. A evolução tecnológica fez com que abdicássemos do telefone fixo para que utilizássemos o celular, que com seus avanços fortalecidos pela internet, permitiu que tivéssemos na palma da mão bancos, hotéis, serviço de transporte, transmissão de mensagens, dentre outros que acabaram ou aprimoraram diversos serviços ofertados antigamente.
No Brasil tivemos a oportunidade de experimentar oito anos de um governo semiliberal, que foi o de FHC, e quatorze anos de governos estatizantes, que foram os dois de Lula e os dois de Dilma Rousseff. As privatizações do governo FHC foram demonizadas pelos adversários e o ex-presidente foi perdendo a batalha da comunicação, mas foi graças à privatização das Teles que conseguimos praticamente universalizar o serviço de telefonia, que hoje é de fundamental importância para a vida de qualquer brasileiro, que hoje não deve se imaginar sem seu smartphone para realizar tarefas da sua vida. Os governos do PT defendiam a intervenção do estado no país, e o consequente inchamento da máquina pública. Passados quatorze anos da chegada de Lula à presidência, chegamos à conclusão de que a máquina estatal só serve para alguns beneficiários dela, como concursados e comissionados, aumentando o custo de muita coisa por conta da nossa burocracia.
O tempo se encarregou de mostrar que um estado inchado e ineficiente pode levar a vida das pessoas a um grave colapso, vide a crise econômica que vivenciamos até o presente momento, e numa amostragem mais recrudescedora da crise, temos o exemplo do Rio de Janeiro, que entrou num ocaso jamais visto devido ao grande nível de corrupção que instauraram naquele estado. A cleptocracia brasileira foi beneficiária desse sistema político que enaltece a burocracia e permite o gasto público a níveis estratosféricos. A relação pública com entes privados, colocando dificuldades pra vender facilidades custou muito caro ao nosso país. O petrolão é produto desse sistema que o PT lutou a vida inteira para instaurar no Brasil.
Presenciamos atualmente o sucateamento dos Correios, da Petrobras e de muitas estatais patrocinado por aqueles que diziam defendê-las das privatizações. O povo brasileiro engoliu a lorota de que privatizar era ruim, e a conta chegou. Estamos passando pela pior crise econômica e política de todos os tempos. Porém nem tudo é para o mal, existem coisas que acontecem de ruim na vida para que a gente possa melhorar. A tecnologia vem permitindo uma aula de disrupção de sistemas de negócios, o Uber veio para suprir um serviço ineficiente, caro e desrespeitoso com os clientes, que eram os táxis, uma aberração que dependia, e ainda depende, do estado para poder funcionar, com situações que legavam ao consumidor o pior serviço possível.
O Netflix simplesmente caminha para acabar com a lógica da TV por assinatura, que é igualmente um serviço caro, ineficiente e regulado pelo estado, hoje você pode assistir filmes e séries na palma da mão por um valor infinitamente menor do que qualquer TV por assinatura que custa os olhos da cara. O AirBnb chegou, para assim como o Uber, revolucionar o sistema de hospedagem no mundo inteiro. Os serviços como AirBnb e Uber além de serem mais baratos, permitem que o proprietário de um carro ou de um imóvel fature um dinheiro extra sendo empreendedor do seu próprio bem. O dinheiro auferido serve para complemento de renda, para pagar a parcela do carro ou do apartamento, etc.
Os exemplos das novas tecnologias que mostram uma disrupção no modo de viver da sociedade, servem inteiramente para o nosso país, que passará por uma eleição presidencial em 2018 e tem uma chance ímpar de discutir o tamanho do estado. Pra quê o governo ficar responsável por portos e aeroportos, rodovias, ferrovias, serviço postal, petróleo, bancos, dentre outros? Pra quê o Brasil ficar refém das famigeradas licitações que custam os olhos da cara ao contribuinte? O brasileiro terá a oportunidade de discutir esses temas com seriedade em 2018, pois teve a chance de desfrutar de dois modelos de governo nos últimos vinte anos, e passar a entender que além de privatização ser boa, ela pode ser moral, legal e ajudar a emagrecer o nosso estado obeso que consome desenfreadamente o dinheiro do contribuinte.
Coluna do blog desta quinta-feira
Marília Arraes já está no lucro
A vereadora do Recife Marília Arraes está no terceiro mandato, tendo sido reeleita pelo PT após sair do PSB. Pouca gente lembra, mas a causa da sua saida do PSB não foi a aliança do seu primo Eduardo Campos com Jarbas Vasconcelos para as eleições de 2014, pois ela já tinha sido sacramentada em 2012 na eleição de Geraldo Julio, e sim o fato de Eduardo ter negado a legenda do PSB para que ela disputasse um mandato de deputada federal naquele pleito.
Ela rompeu com o primo e alegou que ele havia se juntado ao atraso para justificar o ódio que ficou por ter seu plano frustrado. Após muitos acontecimentos, eis que Marília ganhou uma eleição mais consolidadora do que as duas anteriores, frutos exclusivamente do voto de estrutura, tendo a maior votação dos três mandatos conquistados em 2016 e se tornou a cara da renovação do PT, um partido que ficou em frangalhos após a aliança com o PSB em Pernambuco.
Por falta de quadros dispostos a entrar no risco, a pré-candidatura de Marília ao Palácio do Campo das Princesas ganhou contornos e tem conquistado um corpo significativo, fruto da sua jovialidade, da sua coragem e do seu DNA e sobrenome. Hoje a pré-candidatura de Marília Arraes já não é uma brincadeira de criança e tem se tornado uma alternativa consistente ao poderio do PSB.
A pré-candidatura dela já teve um efeito imediato, e poderá ter um efeito ainda maior no futuro, que foi distanciar Armando Monteiro do PT, um político importante, qualificado e preparado, mas que nada tinha a ver com as causas dos trabalhadores. Muitos petistas no estado votaram nele em 2014 a contragosto apenas por causa da orientação de Lula e Dilma. A prova é tanta que a massa petista mal foi às ruas naquele pleito.
Marília conseguiu tirar um contingente de apoiadores insatisfeitos do projeto de Armando Monteiro, e ainda consegue colocar em xeque um eventual apoio dos arraesistas históricos ao governador Paulo Câmara, podendo com a sua candidatura, fazer um grande estrago na disputa de 2018. É provável que ela não ganhe a disputa, mas num cenário entre Paulo Câmara (com a máquina), Armando Monteiro e ela, não seria surpresa se ela ameaçasse o antagonismo de Armando em relação ao favoritismo da máquina do PSB, e figurasse num segundo lugar ao término da disputa.
Por isso os movimentos do PSB de aproximação com o PT, não só pelo poderio de Lula e do eventual apoio dele a reeleição de Paulo Câmara, mas pelo risco de Marília se tornar algo difícil de ser controlado durante a disputa tal como ocorreu com Eduardo Campos em 2006. Ainda que haja a formalização da aliança do PT com o PSB como se comenta, e consequentemente a retirada da pré-candidatura dela ao governo, Marília já está no lucro, pois ganhou o recall suficiente para arriscar chegar a um mandato de deputada federal em 2018, projeto abortado por Eduardo e a raiz do seu problema com o PSB, desta vez com a legitimidade do voto e do tamanho político que ela ainda não tinha nas eleições de 2014.
Tempo – Apesar das negativas de seus aliados sobre uma aliança com o senador Fernando Bezerra Coelho, o senador Armando Monteiro só teria o apoio de quatro partidos: PTB, PRB, Avante e Podemos, que juntos possuem 52 deputados que foram eleitos em 2014, para disputar o governo de Pernambuco. Armando ficaria com menos tempo de televisão que Paulo Câmara (PSB/PMDB/PSD/PR) e Marília Arraes (PT/PSOL).
Chances – O ministro das Cidades Bruno Araújo segue em dúvida se disputará a reeleição de deputado federal ou o Senado em 2018 com medo do risco de ficar sem mandato. Bruno precisa levar em conta que dificilmente terá oportunidade igual para uma disputa majoritária, uma vez que além de um baita ministério, tem o comando do robusto PSDB e para onde for terá cadeira cativa na majoritária com chances reais de vitória.
Fernando Filho – Já o ministro de Minas e Energia Fernando Filho não precisa ter pressa pra buscar uma majoritária, porque tem o pai no meio do mandato de senador para disputar o governo, e só seria obrigado a entrar na parada se seu pai ficasse inviabilizado, podendo ainda ser candidato a vice-governador na chapa de reeleição de Paulo Câmara.
Patrimônio – No Dia Nacional do Patrimônio Histórico, celebrado nesta quinta-feira, o governador Paulo Câmara entregará o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco aos seis novos diplomados, durante solenidade no Teatro de Santa Isabel. Neste ano, foram agraciados Maria dos Prazeres (parteira tradicional/Jaboatão dos Guararapes); Mestre Chocho (música, choro/Jaboatão dos Guararapes); André Madureira (dança, música, teatro/Recife); José Pimentel (artes cênicas/Recife); Reisado Inhanhum (reisado/Santa Maria da Boa Vista); e Sociedade dos Bacamarteiros do Cabo (bacamarte, cultura popular/Cabo de Santo Agostinho).
RÁPIDAS
João Doria – A cada pesquisa divulgada fica mais cristalina a competitividade de João Doria em relação a Geraldo Alckmin. Além de pontuar melhor que o governador de São Paulo, que já foi candidato a presidente da República em 2006, Doria tem maior potencial de crescimento que seu colega tucano, pois tem uma rejeição menor e um grau de desconhecimento maior.
Desfiliado – O vice-prefeito de São Lourenço da Mata Dr. Gabriel Neto pediu desfiliação do PRB recentemente. Diante do cenário de dificuldade do prefeito Bruno Pereira (PTB) no município, Gabriel poderá assumir a prefeitura caso a situação se agrave nos próximos meses.
Inocente quer saber – A Lava-Jato pegará alguém com foro privilegiado depois de ter diminuído sua intensidade nos últimos meses?
Polícia Federal prende Aldemir Bendine, ex-presidente da Petrobras e do BB no governo Dilma
O ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine foi preso na 42ª fase da Operação Lava Jato deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quinta-feira (27) no Distrito Federal, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. Bendine foi preso em Sorocaba.
O publicitário André Gustavo Vieira da Silva, que é representante de Bendine, e Antônio Carlos Vieira da Silva Júnior também foram presos.
A atual fase foi batizada de Cobra e cumpre três mandados de prisão temporária e 11 de busca e apreensão. A prisão temporária tem prazo de cinco dias e pode ser prorrogada pelo mesmo ou convertida para preventiva, que é quando o investigado não tem prazo para deixar a prisão.
Segundo depoimento de delação feito por Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, Bendine solicitou e recebeu R$ 3 milhões para auxiliar a empreiteira em negócios com a Petrobras. Conforme os delatores, o dinheiro foi pago em espécie através de um intermediário.
A nova fase também mira operadores financeiros suspeitos de operacionalizarem o recebimento dos R$ 3 milhões. Aparentemente, de acordo com a PF, estes pagamentos somente foram interrompidos com a prisão de Marcelo Odebrecht.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), há evidências indicando que, numa primeira oportunidade, um pedido de propina no valor de R$ 17 milhões foi realizado por Aldemir Bedine à época em que era presidente do Banco do Brasil, para viabilizar a rolagem de dívida de um financiamento da Odebrecht AgroIndustrial.
“Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, executivos da Odebrecht que celebraram acordo de colaboração premiada com o Ministério Público, teriam negado o pedido de solicitação de propina porque entenderam que Bendine não tinha capacidade de influenciar no contrato de financiamento do Banco do Brasil”, disseram os procuradores.
Os presos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
A fase anterior da Operação da Lava Jato, batizada de Poço Seco tinha ocorrido em maio deste ano.
Investigações
Em 2015, Bendine era braço direito da então presidente Dilma Rousseff. E deixou o banco com a missão de acabar com a corrupção na petroleira, alvo da Lava Jato. Mas, segundo os delatores, ele já cobrava propina no Banco do Brasil, e continuou cobrando na Petrobras.
O pedido de propina, segundo os delatores, foi feito em 2014, quando Aldemir Bendine era presidente do Banco do Brasil. Na delação de Fernando Reis, o ex-executivo da Odebrecht conta que foi procurado pelo publicitário André Gustavo Vieira da Silva com uma queixa sobre o ministro da Fazenda Guido Mantega.
O nome da operação
O nome da operação é uma referência ao codinome dado ao principal investigado nas tabelas de pagamentos de propinas apreendidas no chamado Setor de Operações Estruturadas da Odrebrecht durante a 23ª fase da operação.
G1
Rodrigo Maia já monta o novo governo
Ciente de que a situação do presidente Michel Temer ficou insustentável, o Congresso já trabalha com o pós-Temer. Tem quem afirme que ele não chega a agosto no cargo, e por isso a alternativa Rodrigo Maia se torna um caminho cristalino.
Sucessor constitucional de Temer, Maia herdaria o cargo em caso de renúncia ou afastamento do presidente, e disputaria a eleição indireta sentado na cadeira e com um ativo importante para ofertar aos pares, que seria a presidência da Câmara.
Dos atuais 28 ministros, Maia já sinaliza que manterá quase toda a equipe econômica e nomes como Bruno Araújo, Mendonça Filho, Fernando Filho, Leonardo Picciani e Maurício Quintella Lessa, considerados jovens e que vêm realizando um bom trabalho.
O governo Temer acabou, já está em gestação o governo Maia, que poderá se estabelecer em agosto, mas que dificilmente terá estabilidade política, sobretudo com a continuidade da Lava-Jato, mas pelo menos o Brasil vira a página de Dilma e Temer.