Patrícia Domingos pode esvaziar nomes da oposição
No meio político não se fala em outra coisa, senão na pré-candidatura da delegada Patrícia Domingos à prefeitura do Recife. Diferentemente de antes, quando alguns desavisados apostavam que ela seria candidata a vereadora, não há mais nenhuma dúvida que ela ingressará na disputa pelo executivo da capital pernambucana caso opte por entrar para a política.
Considerando as últimas três eleições, 2008, 2012 e 2016, a classe média se movimentou em torno de algumas candidaturas ao longo da disputa. Em 2008, Mendonça Filho, Raul Henry e Cadoca ficaram juntos com 44,11% dos votos válidos, cuja maioria deste eleitorado se configurava da classe média, que nunca simpatizou com o PT. Em 2012 ela se dividiu entre Geraldo Julio, que foi eleito, e Daniel Coelho que polarizou com o prefeito, atingindo 27,65% dos votos. Nas eleições de 2016, novamente a classe média se dividiu entre Geraldo, Daniel e Priscila Krause sendo que em vez de polarizar com o prefeito, Daniel amargou o terceiro lugar, sendo prejudicado pela divisão dos seus votos com Priscila, que teve apenas 5% dos votos válidos, exatamente o que faltou a Daniel para chegar ao segundo turno.
Pois bem, a oposição sinaliza estar dividida em três nomes, Daniel Coelho, Mendonça Filho e Patrícia Domingos. Diferentemente dos dois primeiros, que tentaram sem sucesso a prefeitura, Patrícia Domingos nunca foi candidata a nada e oferta uma perspectiva de canalizar o eleitorado histórico da classe média que votou contra o PT e o PSB nas eleições passadas. A postulação de Patrícia tem tudo para esvaziar tanto Mendonça quanto Daniel, que já estão em declínio na política.
Do mesmo jeito que Marília Arraes divide o espectro eleitoral de João Campos, Patrícia faz um efeito idêntico em relação a Mendonça e Daniel, com a diferença que o eleitorado mais propenso a votar num projeto de centro-direita é historicamente menor do que o eleitorado mais à esquerda no Recife. Levando em consideração que a oposição não pode perder a disputa de 2020, sob pena de ser dizimada, o melhor caminho é que tanto Mendonça quanto Daniel façam o gesto de retirarem as suas respectivas pré-candidaturas para apoiar Patrícia Domingos, que sendo candidata única da centro-direita poderá chegar a um segundo turno e consequentemente ameaçar a hegemonia socialista no Recife.
Sergio Moro – A entrevista do ministro da Justiça e Segurança Pública ao Roda Viva foi sucesso de audiência e de repercussão. Moro é uma das principais estrelas do país pela sua atuação no combate à corrupção e tudo que ele fala tem grande relevância no Brasil.
Ouricuri – O deputado federal Augusto Coutinho, líder do Solidariedade na Câmara dos Deputados, esteve em Ouricuri ao lado do deputado estadual Antônio Fernando para tratar de ações conjuntas para a cidade.
Gravatá – Faltando menos de nove meses para a eleição, o sentimento em Gravatá é o da reeleição do prefeito Joaquim Neto. Com uma oposição fragilizada e sem um líder para apontar um caminho, o prefeito chega com boas chances de vitória.
Izaías Régis – Com uma aprovação significativa, o prefeito de Garanhuns, Izaías Régis, está conseguindo impulsionar o vice-prefeito Haroldo Vicente, que é o seu escolhido para sucedê-lo na prefeitura em outubro.
RÁPIDAS
Multas – A prefeitura do Recife quadruplicou a arrecadação com multas. Saiu de R$ 25 milhões em 2016 para quase R$ 100 milhões em 2019. Os motoristas da cidade reclamam da quantidade excessiva de multas que vêm recebendo, quando a prefeitura deveria primeiro orientar os motoristas para depois punir.
Silêncio – Depois de dar demonstrações de insatisfação com o PSB e ter seu rompimento especulado, André de Paula decidiu adotar uma discrição quanto a sua pré-candidatura a prefeito do Recife e o consequente rompimento com o PSB. Há quem aposte que André pode reavaliar o rompimento, outros acreditam que é irreversível.
Inocente quer saber – Quando Mendonça e Daniel retiram suas pré-candidaturas em prol de Patrícia Domingos?