O predestinado Jair Bolsonaro, o novo presidente do Brasil
O dia 28 de outubro de 2018 ficou marcado por mais uma página da história democrática do país. Na oitava eleição presidencial desde a redemocratização, Jair Messias Bolsonaro foi eleito com a segunda maior votação nominal da história do Brasil, obtendo 57.797.073 votos, atrás apenas de Lula, que foi reeleito em 2006 com mais de 58 milhões de votos. Toda a trajetória de Bolsonaro até chegar ao Palácio do Planalto neste domingo é digna de um roteiro de cinema.
Eleito vereador do Rio de Janeiro em 1988, Jair Bolsonaro disputou e venceu pela primeira vez um mandato na Câmara dos Deputados em 1990, de lá pra cá foram seis mandatos ininterruptos como deputado federal. Além do seu mandato, Bolsonaro elegeu seus filhos na política, Carlos, Eduardo e Flávio, evidenciando que ele estava longe de ser um outsider, e era um político totalmente tradicional.
Apesar de ser mais um dos 513 deputados federais, e integrar o baixo-clero da Câmara dos Deputados, Jair Bolsonaro conseguiu construir uma narrativa que pouco a pouco foi conquistando adeptos em todo o Brasil. Polêmico e falastrão, o presidente eleito despertou paixões e ódios por onde passava. Foram oito partidos como filiado, chegou a flertar com o PEN, que viraria Patriota por sua exigência, mas acabou filiando-se em janeiro ao nanico PSL.
Naquela ocasião, ao ingressar no PSL, muitos apostaram que ele não sairia do canto, uma vez que o partido nanico não lhe daria tempo de televisão suficiente para tornar-se competitivo. A cada pesquisa divulgada, seu nome era rechaçado, uma vez que muitos diziam que quando começasse a eleição ele desidrataria, perdendo a competitividade para o sistema.
Uma eleição atípica, envolvida pela operação Lava-Jato, com a prisão do ex-presidente Lula, após o impeachment de Dilma Rousseff e desaprovação absurda de Michel Temer. Bolsonaro começou a conquistar a esperança de eleitores saturados com o sistema. E na semana em que Lula teve sua candidatura definitivamente negada, Jair Bolsonaro sofreu um atentado que quase tirou-lhe a vida.
Impossibilitado de participar da campanha, Jair teve prejuízo no processo eleitoral, e por liderar o processo eleitoral, seus opositores decidiram criar um movimento chamado #EleNão, que tomou as ruas do Brasil. Seus adversários lhe chamavam de racista, machista, homofóbico, misógino e tantos outros adjetivos e não aceitavam que ele poderia chegar ao Palácio do Planalto. Após o movimento da esquerda, seus apoiadores decidiram fazer atos em todo o Brasil e mostraram que estavam dispostos a defender o seu projeto. Na reta final do primeiro turno, Bolsonaro disparou e por muito pouco não venceu no dia 7 de outubro, porém além da primeira colocação com quase 50 milhões de votos, Bolsonaro fez seu PSL eleger 52 deputados federais tornando-se a maior bancada da Câmara dos Deputados, além de senadores e candidatos a governador que tiveram seu apoio.
No segundo turno novo enfrentamento, hostilidades de todos os lados, chegando a ser atacado pela mídia tradicional com uma denúncia que até hoje não foi apresentada uma única prova. Muitos chegaram a apostar que sua liderança nas pesquisas seria comprometida, e de fato os quase 60% das intenções de votos válidos foram reduzidos a cada pesquisa. Isso foi possível graças a um movimento muito forte contra a sua candidatura. Porém neste domingo a vontade popular que decidiu dar um basta ao PT após quatro eleições presidenciais e permitir que o predestinado Bolsonaro chegasse ao Palácio do Planalto, acabou prevalecendo.
Jair Messias Bolsonaro é de fato e de direito o 38º presidente do Brasil. Agora tem o enorme desafio de reestruturar o país, recuperando a economia, que está em frangalhos, retomando o emprego que hoje tem 13 milhões de desempregados, resolver as contas públicas e principalmente ajustar a segurança pública, um dos maiores pilares da sua vitória neste domingo. O Brasil deu a legitimidade política e eleitoral que Jair Bolsonaro precisava, porém se a vitória foi gigantesca, a responsabilidade é diretamente proporcional ao resultado obtido pelas urnas. A missão foi dada, agora precisa ser cumprida. Boa sorte ao capitão!
João Doria – Depois de passar um verdadeiro sufoco na reta final da eleição pelo Palácio dos Bandeirantes ao ver Marcio França igualar o jogo, João Doria acabou sendo eleito governador de São Paulo consolidando-se como a principal liderança do PSDB, desbancando Geraldo Alckmin e Aécio Neves, que saíram dizimados do processo eleitoral de 2018.
Equipe – O presidente eleito Jair Bolsonaro confirmou quatro nomes para a sua equipe ministerial, que são: Paulo Guedes (Fazenda), Onyx Lorenzoni (Casa Civil), General Heleno (Defesa) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia). A expectativa recai sobre as outras pastas. O deputado federal Mendonça Filho está sendo cotado para voltar ao comando do Ministério da Educação.
Governadores – Foram eleitos neste domingo Waldez Goes (Amapá), Wilson Lima (Amazonas), Ibaneis (Distrito Federal), Reinaldo Azambuja (Mato Grosso do Sul), Romeu Zema (Minas Gerais), Hélder Barbalho (Pará), Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul), Wilson Witzel (Rio de Janeiro), Coronel Marcos Rocha (Rondônia), Antonio Denarium (Roraima) Comandante Moisés (Santa Catarina) e Belivaldo Chagas (Sergipe).
Descortesia – Segundo colocado na eleição presidencial, Fernando Haddad quebrou a tradição de telefonar para o presidente eleito Jair Bolsonaro cumprimentando-o pela vitória neste domingo. O petista alegou que por conta da dura disputa presidencial não iria estabelecer diálogo com o presidente eleito. A descortesia de Haddad não combina com o perfil democrático que ele apresentou durante a campanha eleitoral.
RÁPIDAS
Vitória – Mesmo com a derrota para Jair Bolsonaro, o governador Paulo Câmara e o prefeito Geraldo Julio comemoraram a vitória de Fernando Haddad no estado e na capital. Em Pernambuco, Haddad teve 66,50% dos votos válidos, já no Recife a disputa foi mais apertada, Haddad atingiu 52,50% contra 47,50% de Jair Bolsonaro.
Brasília – Embarco nesta segunda-feira rumo à capital federal para acompanhar in loco as movimentações do presidente eleito Jair Bolsonaro e da formação do futuro governo que assumirá em janeiro de 2019. Estejam ligados no nosso blog para ficar por dentro de tudo que acontecerá na política nacional.
Inocente quer saber – O Vox Populi continuará soltando pesquisas criminosas como a do último sábado e ficará impune pela Justiça Eleitoral?