Lula precisará reforçar diálogo com o centro para vencer em outubro
Bem posicionado em levantamentos para presidente da República, o ex-presidente Lula, que já avançou para ter o ex-governador Geraldo Alckmin, seu adversário nas eleições de 2006, como candidato a vice-presidente. A própria inclinação para ter Alckmin em sua chapa já é um importante aceno ao centro, mas não é suficiente para garantir sua vitória, é preciso moderar o discurso e as propostas no sentido de buscar insatisfeitos com o presidente Jair Bolsonaro.
Esse eleitor é mais refratário ao Partido dos Trabalhadores e à própria figura de Lula, que tem muita força no Nordeste, mas enfrenta resistências significativas no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, colégios eleitorais representativos e avessos às pautas defendidas pelo PT, vide as eleições para prefeito em 2020 nas capitais, quando o partido ficou pela primeira vez sem um prefeito entre as 26 capitais brasileiras, mesmo no Nordeste onde Lula é muito forte.
Por mais que Lula seja contrário a fazer um mea-culpa, talvez fosse necessário reconhecer os equívocos adotados pelo partido e buscar um voto de confiança baseado nos avanços econômicos e sociais patrocinados pelo seu governo entre 2003 e 2010, por mais que muitos menosprezem o presidente Jair Bolsonaro, ele conseguiu manter um eleitorado resiliente diante da pandemia, tal como o próprio Lula obteve no auge do mensalão. Não se pode menosprezar também o bolsonarista envergonhado, que não faz a defesa do atual presidente mas teme a volta do PT, o que poderá capitalizar o presidente rumo a uma recuperação diante do arrefecimento da pandemia e da própria retomada econômica que possibilitou 2,7 milhões de empregos gerados em 2021 e um crescimento do PIB do ano passado cada vez mais próximo dos 5%. A própria inflação, que hoje é um problema do governo Jair Bolsonaro, que corroeu o poder de compra da população, já dá sinais de que poderá cair em relação a 2021.
A causa da inflação se deu eminentemente pelos efeitos nefastos da pandemia, que impactou nas cadeias produtivas do mundo, mas com a volta paulatina da atividade econômica, ela pode ter um resultado melhor em 2022. Portanto, caminhar para o centro e manter a humildade e a prudência são pontos fundamentais para Lula consolidar seu favoritismo.
Ofensiva tucana – A filiação de Débora Almeida, ex-prefeita do PSB, que vai ocorrer nesta sexta-feira, 18, em São Bento do Una, mostra uma ofensiva na base governista da Prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), que tem nome cotado para concorrer ao Governo do Estado. Raquel, que também é presidente estadual do partido tucano, tem percorrido todo o Estado para realizar filiações e estreitar conversas com lideranças regionais com o objetivo de construir chapas proporcionais competitivas para as eleições de outubro.
Anúncio – Se Raquel Lyra anunciará a filiação de Débora Almeida ao PSDB, o prefeito Miguel Coelho, também pré-candidato a governador, anunciará a chegada do ex-deputado Edson Vieira e da deputada Alessandra Vieira ao União Brasil, ambos provenientes do PSDB de Raquel nesta sexta-feira. Os grupos de Miguel e Raquel estão disputando taco a taco os nomes que estão na oposição ao PSB em Pernambuco.
Inocente quer saber – Quando o PSD abrirá mão da candidatura própria para apoiar Lula?