A vacinação que previne o HPV é lei no Recife desde janeiro e a medida ainda não saiu do papel. De autoria do vereador Rogério de Lucca, PSL, a aplicação acontecerá no segundo semestre. A Prefeitura do Recife realiza licitação para determinar o laboratório que aplicará as doses, em mulheres a partir dos 9 anos em maternidades e policlínicas municipais. Enquanto a lei não entra em vigor, prefeitos e vereadores de outras cidades têm copiado o projeto de lei. O Governo Federal anunciou a vacinação com data prevista para 2014. No Brasil, poucos municípios oferecem essa prevenção gratuitamente.
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer – INCA – o câncer de colo de útero é o terceiro tipo de doença mais comum entre as mulheres, sendo responsável pelo óbito de 275mil mulheres por ano. No Brasil, em 2012, foram registrados 17.540 novos casos, com o risco de 17 casos para cada 100 mil mulheres. O vereador que também é médico explica que o “câncer pode ocorrer décadas após a infecção do HPV e a vacina quadrivalente minimiza a ação viral e dará melhor condição de saúde física e psíquica para a mulher”.
De acordo com a lei, a Secretaria Municipal de Saúde programará e promoverá campanhas de esclarecimento à população sobre o HPV, suas formas de transmissão e prevenção, divulgando-as de forma ampla através dos diversos veículos de mídias em operação no município, tanto na área pública como na área privada. A Secretaria também realizará campanhas anuais de vacinação da população feminina contra o HPV, com ampla divulgação pelos meios de comunicação públicos e privados.
O Mestre em Ginecologia, Drº Jefferson Valença, e especialista em câncer de colo de útero afirma que surge uma mulher com câncer a cada 48 minutos, no Brasil, atentando para a prevenção da doença.
Na análise regional no Brasil, o câncer do colo do útero se destaca como o primeiro mais incidente na região Norte, com 28 casos por 100.000 mulheres. Nas regiões Centro-Oeste e Nordeste ocupa a segunda posição, com taxas de 24/100 mil e 18/100 mil, respectivamente, e é o terceiro mais incidente na região Sudeste (16/100 mil) e quarto na Sul (14/100 mil). Quanto à mortalidade, é também a região Norte que apresenta os maiores valores do país, com taxa padronizada pela população mundial de 10,1 mortes por 100.000 mulheres, em 2009. Em seguida estão, neste mesmo ano, as regiões Centro-Oeste e Nordeste (5,9/100 mil), Sul (4,2/100 mil) e Sudeste (3,6/100 mil). (fonte: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (Brasil). Estimativa 2012. Incidência do Câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2011).