Nascido em 1901 na cidade de Jaraguão no Rio Grande do Sul, Osvaldo Cordeiro de Farias iniciou seus estudos em escolas militares até que em 1919 tornou-se oficial do exército. Ligado ao tenentismo, Cordeiro de Farias atuou na Coluna Prestes, movimento que fazia contraponto à república velha, do chamado café com leite que alternava os presidentes da República entre políticos de São Paulo e Minas Gerais.
Cordeiro de Farias também participou da Revolução Liberal de 1930 que depôs o presidente eleito Washington Luís e impediu a posse do presidente eleito Julio Prestes. Em 1938 assumiu como interventor do Rio Grande do Sul, ficando no cargo até 1943. Em 1945, após ter atuado na Força Expedicionária Brasileira na Itália, teve seu nome ventilado para a presidência da República, fato que não se concretizou. Depois foi nomeado comandante da Escola Superior de Guerra.
Em 1952, Cordeiro de Farias assumiu o comando da Zona Militar Norte, sediada no Recife, onde começou a criar um laço muito forte com Pernambuco, o que lhe levou a disputar o governo estadual em 1954, enfrentando o usineiro João Cleofas. Candidato pelo PSD, Cordeiro de Farias acabou eleito governador de Pernambuco e no exercício do mandato realizou uma série de ações voltadas para o desenvolvimento do interior de Pernambuco como a construção de estradas, a criação de açudes, incentivou a agricultura de subsistência e ampliou a oferta do mercado de trabalho.
Um mês antes do término do seu mandato como governador de Pernambuco em 1958, Cordeiro de Farias renunciou ao cargo para assumir a presidência da Comissão Mista Brasil/Estados Unidos em Washington, que visava aperfeiçoar o acordo militar entre os dois países, sendo substituído pelo vice-governador Otávio Correia de Araújo.
Já em 1961 volta ao Brasil e assume o posto de chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA) pelo presidente recém-empossado Jânio Quadros. Com a renúncia de Jânio, criou-se o impasse para a ascensão do vice-presidente João Goulart, que precisava de uma emenda constitucional para que não houvesse a necessidade de convocação de eleições. Cordeiro, assim como a maioria dos oficiais, não se opôs a posse de Goulart, sobretudo após a emenda constitucional que aprovou a ascensão do vice-presidente.
Apesar de ter apoiado Goulart, Cordeiro de Farias não teve função alguma no governo recém-empossado, sobretudo com a anulação da sua nomeação para o comando do III Exército no Rio Grande do Sul, e passou a atuar fortemente na conspiração que tomou o mandato de Jango e possibilitou a ascensão dos militares em 1964.
Cordeiro de Farias foi convidado para assumir diversas funções diplomáticas no exterior, tendo declinado de todas elas, até que assumiu o que viria a se tornar o Ministério do Interior. Cordeiro teve seu nome novamente lembrado para presidência da República, desta vez na sucessão de Castelo Branco, porém novamente não logrou êxito.
Em 1965, Cordeiro foi promovido a marechal e entrou para a reserva. Com a negativa de candidatura a sucessão de Castelo Branco, Cordeiro retirou sua candidatura, abrindo caminho para Costa e Silva. Em 1966 decidiu então abandonar a vida pública. Logo em seguida, Cordeiro foi convidado para integrar o grupo empresarial João Santos como diretor executivo, a quem tinha conhecido quando governador de Pernambuco e que era um dos principais produtores de cimento e celulose do Brasil.
A ida para a iniciativa privada não o afastou completamente da política, pois por diversas vezes chegou a defender o processo de abertura do país. Em 1981, no Rio de Janeiro, veio a óbito aos 79 anos de idade no dia 17 de fevereiro.
Seja como interventor do Rio Grande do Sul, como governador de Pernambuco, como ministro ou como marechal, Cordeiro de Farias escreveu importantes páginas na história política do Rio Grande do Sul, de Pernambuco e do Brasil.