Nascido no Recife em 1793, Miguel do Sacramento Lopes Gama dedicou-se a vida religiosa, entrando para o Mosteiro de São Bento em 1805, em Olinda. Logo depois seguiu para o Mosteiro de São Bento na Bahia, onde foi ordenado padre. Após sua ordenação, recolheu-se em Pernambuco.
Em 1817, ano da Revolução Pernambucana que tornou Pernambuco um país e como consequência o estado perdeu diversos territórios para Alagoas e Paraíba, Miguel foi nomeado pelo então governador Luiz do Rego Barreto como professor de retórica do Seminário de Olinda, em 1823 foi nomeado redator do Diário do Governo e no ano seguinte diretor da Topografia Nacional. Miguel acompanhou de perto aquela que seria também conhecida como Revolta dos Padres, com nomes conhecidos como Frei Caneca e Frei Miguelinho.
Miguel fundou um jornal de muito sucesso na época, com crítica social e que gerou muita repercussão, chamado de O Carapuceiro, sendo o único redator do jornal. Ele também criou, no Rio de Janeiro, o jornal O Carapuceiro na Corte e foi colaborador do jornal O Constitucional, onde defendeu a monarquia constitucional representativa.
Dois jornais receberam sua contribuição, o Diário de Pernambuco e o Marmota Fluminense, este último com contribuições poéticas. Em 1835 foi deputado da Assembleia Provincial de Pernambuco e em 1852 representou Alagoas no parlamento nacional.
Ele ainda foi cônego e pregador da capela imperial e veio a óbito em 9 de dezembro de 1852, no exercício como deputado federal por Alagoas. Sendo seu corpo sepultado no Cemitério de Santo Amaro.
A vida do Padre Carapuceiro teve importante peso na época, na condição de jornalista, noticiou a abdicação do trono de D. Pedro I em 7 de abril de 1831, com análises sobre os momentos que o Brasil enfrentava naquele período. Sua vida foi marcada pela atuação em diversas vertentes, como o jornalismo, a religiosidade e a política, tendo grande contribuição para um período histórico que Pernambuco e o Brasil vivenciaram.