O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, durante entrevista após visita a Lula em Curitiba, enalteceu três governadores: Flavio Dino, Ricardo Coutinho e Paulo Câmara, ao afirmar que o programa de governo do PT precisa refletir as boas ideias destes governos. A declaração foi interpretada como mais uma demonstração de que o PT nacional caminha para formalizar a aliança com o PSB em Pernambuco.
Haddad posiciona-se a favor de candidatura de Marília Arraes
Professora de Direito da UFPE e pré-candidata a deputada federal pelo PT, Liana Cirne foi recebida nesta quarta pelo ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, no Instituto Lula. A conversa foi gerou em torno de temas como segurança pública e violência contra a mulher. Mas o assunto de destaque foi o cenário político em Pernambuco. Liana reforçou a defesa do nome de Marília Arraes a governadora.
À professora, Haddad manifestou sua visão favorável à candidatura própria do partido em Pernambuco, pois considera Marília “um fenômeno” e acha que a chapa encabeçada por ela será competitiva.
Liana cumpre agenda em São Paulo, onde participa do curso de formação de lideranças públicas da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (RAPS).
PSB pegando na alça do caixão de Haddad
Um aliado do governador Paulo Câmara, que pediu reserva, considera que a manobra de se aproximar com o PT levando em conta apenas o prestígio de Lula em Pernambuco não é a medida mais adequada a ser tomada. Se Lula for condenado em segunda instância não poderá ser candidato, e o PSB terá que pegar na alça do caixão da candidatura de Haddad, que assim como a de Lula, está fadada ao fracasso, porém com um diferencial de que nem em Pernambuco Haddad terá os votos que Lula teria e poderia transferir para o governador em 2018.
A estratégia de Lula no Nordeste
O ex-presidente Lula vem dando mais uma demonstração do quanto é um brilhante articulador político e porque foi eleito, reeleito e fez a sucessora duas vezes.
Lider nas pesquisas, Lula sabe que não tem condições de crescer mais do que isso no primeiro turno e por isso quer chegar no segundo turno pelo menos em viés de estabilização. Ele sabe que o PT não terá a estrutura de 2006, 2010 e 2014 que conseguiu permitir as três vitórias nas últimas eleições, portanto não quer correr risco.
Em Alagoas se aproximou do governador Renan Filho e do senador Renan Calheiros, para ter um palanque estruturado para pelo menos lhe garantir a vantagem que ele possui no estado. Não cabia a ele inventar candidato do PT pra perder. Ele sabe que o governador Renan Filho tocará a sua campanha sem precisar ele desembolsar um real.
Em Pernambuco não foi diferente, Lula estimulou a candidatura de Marília Arraes para tê-la como uma isca para atrair o PSB, que mesmo mal-avaliado detém a máquina e poderá permitir pelo menos 40% dos votos para Paulo Câmara e garantir a vantagem que Lula tem. O PSB mordeu a isca.
Assim como em Alagoas, Lula terá em Pernambuco um palanque de governador tentando reeleição sem precisar desembolsar um centavo. Na equação de Lula, Bahia, Pernambuco, Paraiba e Alagoas já dão uma maioria significativa no Nordeste que garante a sua presença no segundo turno.
Nas costuras que ele vem fazendo, ele mostra que continua sendo um exímio articulador político. Que pensa e age estrategicamente. Os “aliados” só contam com o percentual de votos que ele tem, acreditando que ele terá muito poder de transferência. Se houver qualquer fato novo, essa turma vai ter que obrigatoriamente marchar com Fernando Haddad, um ilustre desconhecido do Nordeste, pois não haverá condições para marcha a ré em pleno ano de 2018.
Coluna do blog desta segunda-feira
Haddad já é considerado o plano B do PT
Dentro do Partido dos Trabalhadores a ordem era não pensar em plano B até esgotar as possibilidades da candidatura de Lula a presidente da República, porém desde a condenação dele pelo juiz Sergio Moro o entendimento é de que dificilmente o Tribunal Regional Federal da 4ª Região modificará a sentença a ponto de não haver condenação.
Lula e o PT já sentiram o baque da condenação de Moro, sobretudo quando foram bloqueados quase R$ 10 milhões do ex-presidente, cuja repercussão foi tão negativa quanto a sua condenação, pois a tese de Lula de que era pobre e estava sendo perseguido pelo juiz caiu por terra com dados comprobatórios de que o ex-presidente tinha culpa no cartório.
Com uma rejeição elevadíssima, Lula caminha para se inviabilizar, porém o PT precisa defender seu legado e o próprio legado de Lula. Quem se dispõe a votar em Lula mesmo com todas as evidências negativas em torno dele certamente votaria num candidato apoiado por ele. Este nome seria o do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, que foi um bom ministro da Educação e governou uma cidade complexa por quatro anos.
Haddad dificilmente venceria a eleição, mas se tornaria um nome nacional e que dependendo do resultado poderia se consolidar para pleitos futuros, sobretudo quando sabemos que a política é cíclica e do mesmo jeito que o ciclo de poder do partido se exauriu, em duas ou três eleições pra frente o nome apresentado pelo PT teria boas chances de vitória.
A candidatura de Haddad cumpriria o seu papel, pois demarcava o espaço do PT, forjava um novo quadro e preservaria Lula de um possível vexame eleitoral que tiraria do ex-presidente a condição de líder popular que saiu com 80% de aprovação e venerado por quase toda a população brasileira.
Agenda – O ministro da Educação Mendonça Filho, autoriza nesta segunda-feira obras de reconstrução de escolas e creches dos municípios do estado de Pernambuco atingidos pelas enchentes deste ano. O anúncio será feito no município de Catende. Lá, o ministro também fará uma entrega simbólica de livros para escolas atingias pelas chuvas nos municípios de Palmares e Ribeirão. Em seguida, o ministro vai ao município de Caruaru, onde também fará o anúncio dessas obras e vai assinar o termo de colaboração para a estruturação do Centro de Diagnóstico por Imagem Digital do Centro Universitário Tabosa de Almeida (Asces-Unita).
Palestras – A convite do empresário André Siqueira, iremos realizar duas palestras sobre política na Faculdade Anhaguera. Uma será na unidade de Olinda e a outra na unidade de Serra Talhada, que deverá contar com a presença do prefeito Luciano Duque, que vem realizando um trabalho acima da média na cidade.
Federais – Os prefeitos Edson Vieira (Santa Cruz do Capibaribe) e Debora Almeida (São Bento do Una), aliados do ministro Bruno Araújo, que será candidato a senador, estão ajustando os últimos detalhes para tentarem um mandato na Câmara Federal. Debora, inclusive, já decidiu que sairá do PSB para se filiar ao PSDB em abril de 2018.
Encaminhado – O deputado federal Augusto Coutinho, presidente estadual do Solidariedade, disputará em 2018 o seu terceiro mandato em Brasília na melhor condição de disputa desde 2010 quando chegou ao primeiro mandato. Além de comandar um partido, lidera um vereador do Recife e o prefeito de Olinda. Coutinho só troca o mandato de federal por uma candidatura a vice-governador que seja pule de dez.
RÁPIDAS
Rural – Muitos produtores rurais reclamam da falta de legalização dos microprodutores rurais do estado, pois não há fiscalização e consequentemente os produtos são vendidos no mercado sem qualidade, prejudicando as empresas que trabalham corretamente. O governo deveria aprovar a nota fiscal eletrônica com inscrição estadual para os microprodutores e ajudaria toda a cadeia produtiva.
Reeleição – Apesar das pré-candidaturas de Jarbas Vasconcelos, Silvio Costa, Bruno Araújo, Armando Monteiro, Mendonça Filho, André de Paula e Pastor Eurico, muitos deputados optarão pela reeleição para a Câmara Federal que é mais garantida do que uma disputa incerta pelo Senado. O quadro deverá se afunilar pelos próximos meses.
Inocente quer saber – Quando Elias e Betinho Gomes oficializarão a saída do PSDB?
O estrago já foi feito
A condenação do ex-presidente Lula pelo juiz Sérgio Moro tem um componente político significativo, pois exceto os sectários do PT, a maioria da população entenderá que ninguém condena alguém por quase dez anos de prisão somente por “vingança”.
Se antes da sentença de Moro, Lula já era o candidato mais rejeitado, agora a rejeição tende a inviabilizá-lo de uma vez por todas.
A Lula cabe recorrer ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) da sentença condenatória, mas dificilmente a segunda instância reformulará a decisão de Moro a ponto de absolver em definitivo o ex-presidente.
Lula dificilmente conseguirá ser candidato em 2018, o plano do PT a partir de agora é evitar a prisão e fazer com que ele possa se vitimizar e tentar transferir o espólio eleitoral e político para Fernando Haddad.
Haddad tem um dos melhores guias do Brasil.
Depois de falar sobre o guia de ACM Neto em Salvador, chegou a vez de falar sobre o guia de Fernando Haddad em São Paulo, o ex-ministro da educação tem uma superprodução que com certeza vai ter impacto na eleição paulistana. Haddad traz emoção, inovação e propostas. É possível que vá ao segundo turno e saia vitorioso contra Celso Russomano (PRB).
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