“Precisamos construir a saída dessa seca. Até o próximo inverno, temos que garantir água para milhares de comunidades. Tenho convicção de que estamos vivendo a mais dura fase da vida de milhares de pessoas”. Foi o que disse o governador Eduardo Campos, ao receber a presidenta Dilma Rousseff nesta segunda-feira (25/03), no município de Serra Talhada, a 412 quilômetros do Recife.
O perfil de cada pré-candidato a governador na Frente Popular.
Com a avaliação de Eduardo Campos nas alturas, as apostas são grandes sobre quem será o candidato ungido pelo socialista para governar Pernambuco a partir de 2015. Sem adversários, a depender do nome escolhido, poderá haver uma nomeação em outubro do ano que vem. Pré-candidatos são muitos, vamos analisar o perfil de cada uma, considerando os pontos fortes e pontos fracos. São eles:
Antônio Figueira – Nascido no Recife, tem 52 anos, é médico, especializado em administração hospitalar, foi secretário adjunto de Saúde no governo Miguel Arraes entre 1996 e 1998, foi presidente do IMIP e atualmente é o secretário de Saúde do governo Eduardo Campos. Também não exerceu cargo eletivo, o que caracteriza um possível ponto fraco, mas pelo fato de conhecer uma área vital para um governo que é a Saúde, poderia ser um nome competitivo caso venha a ser escolhido pelo governador para encabeçar o projeto da Frente Popular.
Armando Monteiro Neto – Nascido no Recife, tem 61 anos, é administrador de empresas e advogado, foi deputado federal por três mandatos e atualmente é senador da República, já foi filiado ao PMDB, PSDB e ao PTB do qual é filiado e preside o partido a nível estadual. Na metade do seu mandato como senador da República, sonha acordado em ser governador. Para isso, precisará conseguir o apoio do seu partido, o PTB, para o projeto nacional de Eduardo Campos. Tem como ponto forte a boa inserção política junto ao empresariado brasileiro. Já como ponto fraco, não é um político muito carismático. Caso venha a ser o escolhido e vença a eleição, conseguirá alcançar o que seu pai não conseguiu em 1962 contra Miguel Arraes.
Fernando Bezerra Coelho – Nascido em Petrolina, tem 55 anos, é administrador de empresas, já foi deputado estadual, federal, prefeito de Petrolina, secretário e atualmente é ministro. Já foi filiado ao PDS, PFL, PMDB, PPS, está no PSB e tem convite para ingressar no PT para disputar o governo. Tem como pontos fortes a habilidade política, a capacidade de gestão e a boa eloquência. Como ponto fraco possui a crítica de alguns intelocutores de ter mudado de partido co m frequência. Dificilmente será o candidato a governador pelo PSB com o apoio de Eduardo Campos, pode disputar o Senado a depender do cenário. Caso não consiga, a ida para o PT é o caminho mais plausível.
Geraldo Julio – Nascido no Recife, tem 42 anos, é administrador de empresas, nunca havia exercido cargo eletivo, atualmente é prefeito do Recife. Geraldo é filiado ao PSB, auditor fiscal do TCE, foi secretário de Planejamento e Gestão do primeiro governo Eduardo Campos, no segundo assumiu a secretaria de Desenvolvimento Econômico, foi lançado por Eduardo Campos em junho de 2012 e acabou eleito prefeito do Recife com 51,1% dos votos válidos no primeiro turno. O fato de não ser político de carreira pode prejudicá-lo numa eventual campanha, além do mais renunciar ao mandato de prefeito do Recife pode lhe dar desgastes. Já como ponto forte, está em ascensão na política por comandar a capital pernambucana, sua gestão já é bem vista pela população, se vier a ser o escolhido por Eduardo Campos e vencer a eleição se torna um político de elevada estatura.
Jarbas Vasconcelos – Nascido em Vicência, tem 70 anos, é advogado, já foi deputado estadual, deputado federal, prefeito do Recife, governador de Pernambuco e atualmente é senador da República. Jarbas é dissidente do PMDB nacional, já foi filiado ao PSB e opositor ferrenho de Eduardo Campos, hoje goza de prestígio junto ao governador de Pernambuco. O fato de ter governado duas vezes Pernambuco dispensa comentários, tem como ponto forte a coerência, a retidão e o respeito de quem lhe conhece, mesmo que não seja seu aliado. Tem como ponto fraco o fato de já ter exercido todas as funções que um homem público poderia exercer em Pernambuco e por isso ter um certo desgaste junto a população, em 2010 perdeu para Eduardo Campos por quase 3 milhões de votos de diferença a disputa pelo governo. Caso venha a ser o escolhido por Eduardo Campos para disputar o governo e saia vencedor, se igualará a Miguel Arraes, tendo sido três vezes governador.
João Lyra Neto – Nascido em Caruaru, tem 66 anos, é empresário, já foi deputado estadual, prefeito de Caruaru e atualmente é vice-governador de Pernambuco. Lyra já foi filiado ao PMDB, ao PSB e atualmente integra os quadros do PDT. Com a provável desincompatibilização de Eduardo Campos em abril do ano que vem, assumirá o governo de Pernambuco. Pode se filiar ao PSB para ser o candidato da Frente Popular, mas também pode continuar no PDT caso este garanta o apoio formal a Eduardo Campos na disputa presidencial. Tem como ponto forte ser respeitado como político e representar uma cidade importante que é Caruaru, além disso o fato de virar governador no ano que vem lhe dará visibilidade. Tem como ponto fraco não ser um exímio orador e ser muito resguardado, isso pode prejudicá-lo numa eventual campanha.
José Múcio Monteiro – Nascido no Recife, tem 64 anos, é engenheiro civil, já foi vice-prefeito de Rio Formoso, presidiu a Companhia Energética de Pernambuco, disputou o governo de Pernambuco em 1986 pelo PFL, perdendo para Miguel Arraes. Foi deputado federal por cinco mandatos. Já foi filiado ao PSDB e ao PTB, tendo sido líder do PTB e do governo Lula na Câmara dos Deputados. Foi ministro das Relações Institucionais do governo Lula até 2009 quando foi indicado ao cargo que ocupa até hoje: Ministro do Tribunal de Contas da União. Tem como ponto forte ser um grande articulador político, brilhante orador e respeitado nos diversos meios da sociedade. Ponto fraco não existe, porém, pesa contra a candidatura de Múcio a necessidade de renunciar ao cargo de ministro do TCU. Caso venha a viabilizar sua candidatura, é considerado pule de dez para governar Pernambuco.
Paulo Câmara – Nascido no Recife, tem 41 anos, é economista, auditor do TCE desde 1995 onde ocupou vários cargos de destaque, em 2007 foi convidado por Eduardo Campos para ser secretário de Administração, ficando no cargo até março de 2010, quando assumiu a secretaria de Turismo até dezembro daquele ano. Desde janeiro de 2011 que é secretário da Fazenda de Eduardo Campos. Assim como Tadeu, nunca disputou cargo eletivo, mas é tido como um coringa do governador. Possui como ponto fraco o mesmo de Tadeu, já como ponto forte o fato de ser muito articulado. Se vier a ser o escolhido traria um ar jovem e técnico ao projeto da Frente Popular.
Tadeu Alencar – Nascido em Juazeiro do Norte-CE, tem 50 anos, é formado em Direito, já foi Procurador Geral, Procurador Adjunto e Procurador Geral Substituto da Fazenda Nacional. Além disso foi Auditor do TCE e trabalhou no Banco do Brasil. Atualmente é secretário da Casa Civil. Nunca disputou cargo eletivo, mas anda com desenvoltura no meio político. Tem como ponto fraco não ter enfrentado uma eleição, já como ponto forte ser bastante competente no que faz. Foi cotado para ser o candidato do PSB a prefeito na eleição passada. Se vier a ser escolhido por Eduardo pode ser a “Dilma de calças” do governador.
FBC no PT embola o jogo de 2014.
Nesta semana surgiu a informação de que o ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra Coelho poderia se filiar ao PT e disputar o governo de Pernambuco no ano que vem. Tal informação não seria novidade na carreira do político de Petrolina. Ele já foi aliado de Arraes, de Roberto Magalhães, de Jarbas e de Eduardo.
Ciente das dificuldades de ser o candidato da Frente Popular em 2014, pois, existem outros nomes até mais fortalecidos que ele, como é o caso de Tadeu Alencar e Geraldo Julio no PSB e até mesmo Armando Monteiro no PTB, o ministro teria condições reais de se tornar uma alternativa forte na sucessão de Eduardo.
A candidatura de FBC já partiria forte pelo fato de ser do PT, depois, porque o mesmo PT iria jorrar dinheiro aqui no intuito de enfraquecer seu neoadversário Eduardo Campos. Além do mais, com uma candidatura de peso no PT, Eduardo seria obrigado a decidir entre Geraldo e Tadeu para que o PSB continuasse protagonista no estado. Já Armando Monteiro poderia disputar em faixa própria, no intuito de ser o fiel da balança do ano que vem.
A única vez que tivemos três palanques fortes em Pernambuco foi em 2006 com as candidaturas de Mendonça Filho (PFL), Humberto Costa (PT) e Eduardo Campos (PSB). Se tudo continuar como está se desenhando, 2014 pode repetir o pleito que deu uma vitória surpreendente a Eduardo Campos.
Armando Monteiro pelo PTB teria condições de agregar o PSDB de Sérgio Guerra. O PT com Fernando Bezerra Coelho poderia angariar o PMDB de Júlio Lóssio, enquanto o PSB de Tadeu Alencar ou Geraldo Julio angariava os partidos que orbitam em torno de Eduardo Campos. Seria uma disputa e tanto.
Eduardo lança edital da primeira etapa da Adutora do Agreste.
O governador Eduardo Campos lançou, nesta segunda-feira (03/09), o edital de licitação para realização da primeira etapa da Adutora do Agreste. O valor é de R$ 1,2 bilhão, oriundo do Ministério da Integração Nacional. O evento aconteceu no salão de eventos da Sede Provisória do Governo, no Centro de Convenções, com a presença do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho.
Empresas de todo o Brasil podem participar do processo de licitação dessa primeira etapa. A vencedora será indicada até dezembro deste ano, com início das obras para janeiro de 2013. “Essa é uma obra que vai dar sustentabilidade de água até 2035 ao Agreste. A primeira etapa beneficiará 17 municípios. Estamos fazendo todo o sistema da adutora e do tratamento da água para a distribuição”, disse o governador Eduardo Campos, explicando a importância da ação:
“São cidades que vivem uma situação muito difícil, a falta de água segurou o crescimento de muitas delas ou fez muitas retrocederem. Vimos isso acontecer em muitos municípios. É uma obra que o Brasil e Pernambuco deve ao talentoso povo do Agreste pernambucano, que diante das mais diversas adversidades inventou formas de sobreviver”, ressaltou Eduardo.
A primeira etapa da Adutora do Agreste será dividida em quatro lotes, o primeiro, no valor de R$ 764 milhões, terá 111 km de adutoras, beneficiando Pesqueira, Sanharó, Belo Jardim, Tacaimbó, São Caetano e Caruaru. O segundo lote terá investimentos de R$ 161 milhões para construir 118 km de adutoras e chegar a mais cinco cidades: Arcoverde, Alagoinha, Venturosa, Pedra e Buíque.
Já a terceira etapa está orçada em R$ 155 milhões, serão 99 km de adutoras e quatro municípios contemplados: Tupanatinga, Itaíba, Águas Belas e Iati. A quarta e última etapa receberá R$ 145 milhões, serão 62,9 km de adutoras ligando Toritama e Santa Cruz do Capibaribe. “Essa é maior obra que a Compesa já fez. Representa mais de quatro vezes a de Pirapama”, afirmou o presidente da Compesa, Roberto Tavares.
Ao todo, o projeto prevê investimentos de R$ 2,3 bilhões, levando água para 68 municípios e 80 distritos. São 1.300 km de adutoras levando 4 mil litros de água por segundo para 68 municípios e 80 distritos do Agreste, beneficiando mais de 2 milhões de pessoas. O único município do Sertão contemplado no projeto é o de Arcoverde. “Essa parceria significa o maior convênio já celebrado na história do Ministério da Integração”, frisou o ministro da Integração Fernando Bezerra Coelho.
Representando a região, o prefeito de Palmerina, Eudson Catão comparou Eduardo com o avô, o ex-governador Miguel Arraes. “O que Arraes fez na eletrificação, o governador está fazendo com a água, pois ele trabalha cuidando dos interesses dos pernambucanos. Em nome de todos os municípios da região, agradeço ao Governo”, disse Catão.
Coluna Gazeta Nossa terceira dezena de março.
O objetivo de Armando Monteiro.
O senador Armando Monteiro (PTB) tem defendido uma candidatura alternativa na Frente Popular para a Prefeitura do Recife em detrimento da unidade em torno do prefeito João da Costa que legitimamente disputará a reeleição. A finalidade do senador é utilizar o pleito de 2012 como termômetro visando a eleição de 2014. Não passa pela cabeça do senador a possibilidade de ser candidato a prefeito do Recife porque sua atuação nunca foi metropolitana. Desde 1998, quando foi eleito deputado federal pela primeira vez, que Armando tem expressivas votações nos grotões. Também não seria interessante pra ele se candidatar a prefeito do Recife e automaticamente sair da disputa de 2014. O foco do petebista é ser governador de Pernambuco em 2014. Lançando uma candidatura alternativa como a de Fernando Bezerra Coelho (PSB) ou trocar o prefeito João da Costa pelo senador Humberto Costa (PT) seria afunilar o processo de escolha do candidato a sucessor de Eduardo Campos em 2014, afinal a lista tríplice passa pelo ministro Fernando Bezerra Coelho, o senador Humberto Costa e o próprio Armando Monteiro. Se Fernando Bezerra Coelho disputar e vencer a PCR, sai de 2014 e o processo se afunila entre os dois senadores, com argumentos favoráveis a Armando por ter sido o mais votado em 2010, pelo PT ter o governo federal e o PSB ter a PCR. Já com Humberto na prefeitura, a disputa entre Fernando Bezerra Coelho e Armando Monteiro pela indicação de Eduardo também seria, em tese, favorável ao petebista, porque o ministro poderia disputar o Senado. Porém, faltou Armando combinar com Eduardo. Como provavelmente o governador não deixará isso ocorrer, porque sabe que 2014 será antecipado e não é interessante pra ele, o senador Armando Monteiro não tem outra saída a não ser a de romper com a Frente Popular para se consolidar como candidato da oposição ao governo do estado. Afinal, a cabeça de chapa de 2014 vai ser do PSB e Eduardo não abre mão disso.
Desistiu – A ex-deputada Terezinha Nunes desistiu de ser candidata pelo PSDB a prefeitura de Olinda. Com isso, o PSDB deverá engrossar o cordão dos que apoiam a reeleição do prefeito Renildo Calheiros.
Impasse – A filha do deputado Carlos Santana (PSDB) está namorando com o filho do governador Eduardo Campos (PSB). O governador está sendo cobrado por aliados a apoiar o candidato do prefeito Pedro Serafim (PDT), o vereador Romero Sales (PMDB) contra Carlos Santana na disputa em Ipojuca. E o governador, como fica?
André Gomes – Renata André Gomes, filha do ex-deputado Moacir André Gomes jogou a toalha e não disputará mandato de vereadora, apoiará o irmão mais uma vez: Vicente André Gomes (PSB) que tentará a reeleição.
Cláudio Carraly – Depois que saiu do secretariado do prefeito Elias Gomes, Cláudio Carraly (PCdoB) saiu enfraquecido. Era tido como nome certo para a Câmara Municipal, agora virou dúvida.
PSD – No próximo dia 31, o ex-deputado André de Paula comandará grande evento para receber o prefeito Gilberto Kassab, líder do Partido Social Democrático. Será no Clube Líbano.
DEM – Sem respaldo por ter apenas 27 deputados federais e 5 senadores, o DEM reivindicou a vice de José Serra em São Paulo, e em troca do apoio ao tucano, solicitou o apoio do PSDB aos seus candidatos em algumas capitais, inclusive no Recife.
PSDB – Faltou combinar com Sérgio Guerra, que apoia irrestritamente a candidatura de Daniel Coelho e não abre. Essa proposta do DEM beira o ridículo.
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