Nascido na cidade de Nazaré da Mata, mais precisamente no Engenho Tamataupe, em 1850, Herculano Bandeira de Melo ficou órfão de pai ainda na infância, quando foi educado pela sua mãe que o direcionou para um curso preparatório no Colégio do Recife. Em 1866 ingressou na Faculdade de Direito do Recife, bacharelando-se em 1870.
Em 1872 iniciou sua vida pública como vereador de Nazaré da Mata, depois deputado provincial em 1876 e em 1888 tornou-se juiz substituto da comarca de sua cidade. Com a proclamação da república em 15 de novembro de 1889, participou da Assembleia Constituinte de Pernambuco em 1891. Herculano também chegou a ser senador estadual. Na proclamação da República alguns estados fizeram a opção de criar seu parlamento bicameral e por isso ele ocupou este posto em 1895.
No mesmo ano, Herculano foi eleito deputado federal, sendo reeleito para o posto em 1897 e 1900. Em 1901, renuncia ao mandato de deputado federal após ser eleito senador da República. Ele exerceu o mandato até 1908, quando foi eleito, com o apoio de Rosa e Silva, para o cargo de presidente de Pernambuco.
O governo Herculano Bandeira de Melo foi marcado por diversas ações voltadas para o desenvolvimento de Pernambuco, como por exemplo, a universalização da rede de esgoto do Recife e a construção de avenidas para escoar a produção ao Porto do Recife. Herculano também se preocupou com a poluição dos cursos de água, devido ao aumento do número de usinas em Pernambuco. No governo, também criou um imposto de mercadorias comercializadas entre estados, uma vez que era muito intenso o comércio entre Pernambuco e o Rio Grande do Sul, com a venda de açúcar e álcool e a compra de charque, importante alimento da época.
Proprietário de usinas, Herculano Bandeira detinha grande poder econômico, e por isso andava com jagunços. Durante seu governo, levou para o Palácio do Campo das Princesas sua equipe de jagunços, uma vez que a segurança do palácio na época não era tão numerosa. Como governador ele seguiu tocando suas usinas, chegando a despachar sobre elas em seu gabinete.
Liderado por Rosa e Silva, Herculano Bandeira enfrentou dificuldades no final do seu governo, devido o interesse do então presidente Hermes da Fonseca na eleição de Dantas Barreto. Herculano chegou a renunciar ao cargo, sendo substituído na reta final do seu governo pelo presidente da Alepe, Estácio Coimbra.
A saída de Herculano pôs fim à hegemonia de Rosa e Silva em Pernambuco, quando o próprio líder político enfrentou e foi derrotado por Dantas Barreto. Após este processo, Herculano retirou-se da vida pública, vindo a falecer em 19 de março de 1916.
Além das usinas e da política, Herculano Bandeira tinha hábitos refinados, gostava de ópera e teatro, toda vez que tinha peça nova, ele pedia uma sessão de pré-estreia no Teatro Santa Isabel para ele e sua esposa. Herculano também era tio de Assis Chateubriand Bandeira de Melo, que foi deputado federal, senador, embaixador do Brasil em Londres e dono de um império das comunicações no país, tendo Herculano grande importância na formação de Chatô.
Como empresário, juiz, vereador, deputado, senador e governador, Herculano Bandeira de Melo construiu páginas importantes na história de Pernambuco, sendo um de seus conceituados homens públicos, dando nome a uma das principais de acesso ao bairro do Pina e à Zona Sul do Recife.