Bolsonaro aposta na demonstração de força após manifestações
As manifestações de 7 de setembro geraram forte expectativa não só sobre o tamanho delas como também do tom que seria adotado pelo presidente Jair Bolsonaro. O chefe da nação decidiu participar de dois atos, o primeiro em Brasília, o segundo em São Paulo. Em ambos deixou claro sua insatisfação com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, pelas decisões recentes que culminaram na prisão de aliados do presidente. O ponto alto da manifestação foi quando, em São Paulo, Bolsonaro disse não cumprir mais decisões proferidas por Moraes.
Além da tentativa de dar um freio de arrumação nas decisões de Alexandre de Moraes, o presidente também quis mostrar força com a quantidade de pessoas que levou as ruas de diversas capitais do país. Movimentos robustos puderam ser observados também em Salvador, Rio de Janeiro e Recife, repetindo o que aconteceu no último sábado em Santa Cruz do Capibaribe e Caruaru.
A estratégia do presidente foi contrastar com as pesquisas eleitorais que apontam uma significativa desaprovação e suposta falta de apoio popular. Mais do que isso, demonstrar para o Congresso Nacional e todo o establishment que possui apelo social e popular, não só blindando qualquer possibilidade de impeachment como também evidenciando que está firme política e eleitoralmente com o seu projeto de reeleição em 2022.
Impeachment – O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, após as manifestações anunciou que irá discutir com o partido a apresentação de um pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro. O partido convocará reunião extraordinária para anunciar a decisão.
Partidos – Além do PSDB, outros partidos consultarão suas bancadas sobre a viabilidade de um pedido de impeachment na Câmara dos Deputados, a exemplo do PDT e de siglas do centrão como o Republicanos.
Arthur Lira – Qualquer discussão sobre impeachment será inócua se não houver a decisão política do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Ele é quem detém as condições políticas para aceitar ou rejeitar qualquer pedido de impeachment.
Sem violência – A despeito das manifestações de 7 de setembro, onde havia uma expectativa de atos violentos a favor do presidente Jair Bolsonaro, ela não se concretizou. Os atos foram pacíficos e não trouxeram qualquer tipo de fato diferente do que aconteceu em ocasiões anteriores.
8×1 – De acordo com a PM de São Paulo, a manifestação a favor do presidente Jair Bolsonaro na Avenida Paulista reuniu 125 mil manifestantes, já no Vale do Anhangabaú, onde houve manifestação contra o presidente reuniu 15 mil pessoas. A proporção foi de 8 pra 1 nas duas manifestações.
Domingo – No próximo domingo estão marcadas manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro. Elas serão confrontadas com as de ontem e teremos então a prova dos nove para saber qual narrativa é a mais popular, se a favor do presidente ou se contra ele.
Inocente quer saber – Como será o day after das manifestações de 7 de setembro?