Humberto Costa corre o risco de sofrer uma nova derrota em 2018
Recordista em derrotas majoritárias em Pernambuco, o senador Humberto Costa perdeu nada menos do que seis disputas no estado, sendo de longe aquele que mais foi rejeitado nas urnas, foi três vezes candidato a prefeito do Recife, duas a governador e uma a senador. Somente numa ocasião sagrou-se vitorioso, que foi para o Senado em 2010, mesmo assim acabou ficando em segundo lugar elegendo-se fortemente pelo prestígio de Eduardo Campos, reeleito com a maior votação da história de Pernambuco.
Nas eleições deste ano, Humberto sonha acordado em ser novamente candidato a senador na chapa do PSB e crê que o governador Paulo Câmara, assim como Eduardo Campos em 2010, o puxará na eleição. Historicamente os governadores eleitos arrastaram os senadores, com apenas dois pontos fora da curva e por isso Humberto aposta na vitória de Paulo para renovar seu mandato.
Ocorre que não há indicativo de que o governador eleito em outubro atinja mais de 60%, o que beneficiaria fortemente seus candidatos a senador. Além do mais, existe indícios de uma chapa formada por Paulo Câmara, Humberto Costa e Jarbas Vasconcelos, fato que pode ser mal interpretado pelo eleitor em potencial de Humberto que sempre teve verdadeira ojeriza a Jarbas e que não teria o menor estímulo de pedir votos para o petista numa chapa composta por um dos maiores desafetos do PT no estado.
No caso de ser candidato a deputado federal, Humberto crê que contará com a força do fundo eleitoral do PT e ainda com a distribuição de bases por parte do governador para garantir sua vitória. O problema é que no chapão do PSB serão necessários mais de 100 mil votos, e Humberto não goza de prestígio junto a militância do PT, que deverá correr em massa para Marília Arraes caso ela dispute um mandato de federal.
Além do mais contar que o Palácio irá garantir o que falta para elegê-lo federal é no mínimo ingenuidade, uma vez que o governador tem João Campos, Felipe Carreras, Milton Coelho, Gonzaga Patriota, Raul Henry, Danilo Cabral e Fernando Monteiro que já estão na conta do Palácio para serem resolvidos. Se o governo conseguir dar a Humberto 10 a 15 mil votos com prefeitos será muito. Desde 2000 sem disputar eleições proporcionais quando se elegeu vereador e desde 1994 longe da disputa de federal, Humberto não tem o know-how da engenharia do voto.
Então tanto para o Senado quanto para deputado federal, Humberto Costa tem maior probabilidade de perder do que de ganhar, e numa chapa majoritária tira mais votos do que pode conseguir.
Inelegivel – Com a condenação de João Paulo pelo TJPE ontem, o ex-prefeito ficou inelegivel e consequentemente estará fora das eleições deste ano. Pela lei da Ficha Limpa, quando um político é condenado por órgão colegiado não consegue candidatar-se a nenhum cargo. O caso de João Paulo é idêntico ao de Lula, que também está fora das eleições deste ano.
Polivalente – João Fernando Coutinho ao oficializar a ida para o PROS ficou mais flexível para decidir em qual coligação estará. Evidentemente a prioridade é continuar na Frente Popular, mas poderá considerar outras chapas se forem necessários menos votos para se eleger. João deixou de ser soldado raso no PSB para ter patente alta no PROS.
Desidratação – O deputado federal Betinho Gomes (PSDB) vem passando por um momento extremamente difícil na sua carreira política no Cabo de Santo Agostinho. Seu grupo vem desidratando a olhos vistos, todos os dias tem uma baixa significativa. Desta vez quem o deixou foi o advogado Tadeu Anjos, que nas eleições de 2016 obteve 1.353 votos. O tucano vem definhando tanto no Cabo quanto em Jaboatão, suas principais bases nas eleições de 2014 quando chegou ao mandato na Câmara Federal.
Vereadores – O advogado eleitoral Bruno Martins alerta que não existem mais dúvidas de que a janela partidária não se aplica aos vereadores em 2018. Apenas os deputados federais e estaduais, que estão em fim de mandato, se beneficiam do instituto. O entendimento foi sacramentado em sessão do TSE, em Brasília na terça-feira (13), na resposta dada à consulta feita pelo deputado federal Fernando Francischini (PSL-PR). Com isso, o vereador que mudar de partido para ser candidato em 2018, pode ter o mandato requerido pelos partidos, suplentes ou Ministério Público na Justiça Eleitoral.
RÁPIDAS
Fenômeno – A vereadora Marília Arraes não é apenas um fenômeno de votos, uma vez que já possui dois dígitos nas pesquisas para governadora. Nas redes sociais ela é de longe a pré-candidata mais bem-quista dentre os postulantes ao Palácio do Campo das Princesas. Faltando seis meses para a eleição, Marília já é mais forte do que Eduardo era em 2006 neste mesmo período.
Daniel Coelho – O deputado federal Daniel Coelho fez uma enquete no Instagram perguntando se deveria sair do PSDB. 82% disseram que ele deveria sair do partido. O caminho de Daniel será o PPS e ele pretende ser candidato a senador na chapa de Armando Monteiro.
Inocente quer saber – O que Gleisi Hoffman e Paulo Câmara conversaram no escritório de representação do governo de Pernambuco em Brasília?