Na Alepe ninguém fala noutra coisa senão na informação que ainda corre a boca miúda de que o diretório nacional do PMDB já decidiu pela intervenção e pela consequente entrega do comando estadual a família Coelho. Quem ainda tinha dúvidas sobre o movimento a favor de Fernando Bezerra Coelho para tirar o PMDB de Jarbas Vasconcelos não tem mais. Segundo uma fonte a caneta já vadiou e o pescoço de Jarbas foi pra guilhotina nas mãos de Romero Jucá. O anúncio oficial deve sair em breve.
Coluna do blog desta quarta-feira
Privatização da Eletrobras é sinônimo de um novo tempo para o Brasil
O governo Fernando Henrique Cardoso implementou uma série de privatizações que já haviam sido iniciadas no governo Fernando Collor e no governo Itamar Franco, a primeira delas foi a Companhia Siderúrgica Nacional, que saltou de R$ 1,5 bilhão o seu faturamento em 1994 para R$ 12 bilhões em 2010, ainda no governo Collor.
A Usiminas quintuplicou seu faturamento, enquanto a Embraer amargou um prejuízo de R$ 321 milhões em 1994 e em quase vinte anos passou a dar lucro de R$ 600 milhões. Já a Vale do Rio Doce que era superavitária em 1997 com 325 milhões de dólares de lucro, saltou seis anos depois da sua venda para 1,5 bilhão de dólares. Além disso saltou de 19% do mercado mundial para 33%, evidenciando seu ganho financeiro atrelado a uma grande eficiência produtiva.
O caso mais emblemático foi o das Teles, onde o Brasil universalizou a telefonia, saindo do tempo das cavernas que necessitava de quatro meses para instalar uma linha telefônica para uma semana, além do mais era preciso declarar em imposto de renda uma linha telefônica porque era considerada patrimônio de tão caro que era.
Os números mostram claramente que a falácia criada contra a privatização não passa de um devaneio do PT e de seus aliados para a disputa política e eleitoral. O tempo se encarregou de mostrar que a privatização serviu para dar eficiência produtiva a empresas que serviam de meros cabides de empregos. As que seguiram nas mãos do estado, vide Correios, Eletrobrás e Petrobras, foram verdadeiramente assaltadas pelos governos de ocasião.
Os Correios estão sucateados, a Petrobras foi responsável pelo maior esquema de corrupção já visto no Brasil e a Eletrobras tem uma dívida de R$ 23 bilhões, maior do que seu valor de mercado, que é de R$ 20 bilhões. Ontem o governo federal anunciou a privatização da Eletrobras, bem como o programa de parcerias e investimentos que irá realizar 57 projetos de privatização ou concessão de portos, aeroportos, estradas e empresas públicas.
O mercado financeiro comemorou como se comemora uma Copa do Mundo, tanto que a Bovespa chegou a 70 mil pontos, um dos melhores resultados dos últimos anos. O governo Temer encontrou nas privatizações o caminho para dar um salto para o futuro do Brasil, prejudicado nos últimos treze anos por uma política estatizante e contrária a tendência de mercado mundial. O Brasil a partir da privatização da Eletrobras e de outras estatais estará caminhando a passos largos para um novo tempo e a crise econômica que gerou 14 milhões de desempregados poderá ser olhada pelo retrovisor, significando apenas um período sombrio para o nosso país que fará parte do passado.
Afinados – O senador Fernando Bezerra Coelho fez rasgados elogios ao colega Armando Monteiro durante sessão na Comissão de Assuntos Econômicos. O gesto de Fernando, que é pré-candidato a governador, não deixa nenhuma dúvida quanto a excelente relação que ambos possuem e mostra que as chances de Armando ser candidato a senador na sua chapa são maiores do que muita gente pensa.
Aliança – Durante entrevista ao Roda Viva, o vice-governador de São Paulo Márcio França afirmou que a relação do PSB com o PSDB é a melhor possível e que os partidos podem marchar juntos em Pernambuco. Resta saber se a tucanada de Pernambuco que nutre ódio raivoso pelo PSB irá engolir uma eventual ordem vinda de cima pela aliança entre os dois partidos no estado.
Paulista – Virou unanimidade nos bastidores da política de Pernambuco que o prefeito de Paulista Junior Matuto (PSB) perderá o mandato por abuso de poder econômico. Matuto faz uma gestão contestadíssima pela população de Paulista, que agradecerá aos céus pela sua queda quando for confirmada.
Aliança – Em Alagoas Lula foi recebido pelo camaleão Renan Calheiros e pelo governador Renan Filho. A aliança de ambos não tem uma única afinidade, senão o pragmatismo de Lula e Renan. Lula quer Renan pra semear discórdia dentro do PMDB, como já vem fazendo, e Renan quer Lula para impulsionar sua reeleição em Alagoas, que não está nada fácil.
RÁPIDAS
PSB – Não é apenas no comando do PSB nacional e estadual que há disputas e desentendimentos, a JSB, segmento jovem do partido do governador Paulo Câmara não se entende e deverá ter bate-chapa pelo comando da Juventude Socialista Brasileira no estado. Em 2014 houve um grande desconforto no segmento com a indicação de João Campos, e agora a situação se agravou mais ainda, pois os militantes jovens dizem que o segmento inexiste.
Troca – Foi por unanimidade, decidido através de um Recurso Contra a Expedição de Diploma, que o TRE-PE decidiu favoravelmente a posse da vereadora Cícera Maria (PSDB) em Belém de Maria. Ela assumirá o posto da vereadora Fátima de Inácio (PSB) que teve o diploma cassado por ser irmã da na época, prefeita, Socorro da Saúde. Da decisão cabe recurso que será julgado em última instância pelo TSE.
Inocente quer saber – Armando Monteiro participará de algum evento ao lado de Lula em Pernambuco durante a visita do ex-presidente?
Edson Vieira se movimenta junto a Bruno Araújo e João Doria
O prefeito de Santa Cruz do Capibaribe Edson Vieira (PSDB) acompanhou, na última sexta-feira (18), a homenagem do LIDE Pernambuco ao prefeito de São Paulo, João Dória, também do PSDB e fundador do LIDE. Edson esteve ao lado do Ministro das Cidades, Bruno Araújo, e na oportunidade conversou sobre economia e é claro conjunturas políticas.
Edson que é aliado de primeira ordem de Bruno Araújo seguiu na comitiva, atendendo convite do ministro, onde no sábado participou de entrega de 2 mil casas no Amapá. Foi mais uma oportunidade para falar sobre as eleições 2018, além de discutir demandas para Santa Cruz do Capibaribe. Edson tem sido lembrado como principal nome na região para substituir Bruno Araújo na Câmara Federal, caso o ministro dispute um cargo majoritário nas próximas eleições.
Coluna do blog desta terça-feira
E se Michel Temer for candidato em 2018?
Em política não existe sempre nem nunca, geralmente o talvez ganha sempre o terreno de possibilidades. Hoje o presidente Michel Temer é rejeitado por 90% da população, e dificilmente venceria uma disputa presidencial se a eleição fosse daqui a duas semanas. A prova é tanta que ninguém sequer tem a ousadia de cogitar uma eventual candidatura a reeleição em 2018 do atual presidente.
As eleições de 2018 caminham para ter o segundo maior número de candidatos desde 1989 quando nada menos que 22 candidatos aspiraram ao Palácio do Planalto, tendo Collor com 30% dos votos e Lula em segundo com 17% dos votos. Brizola com 16% e Covas com 11% ficaram no pelotão da frente no primeiro turno. Naquele pleito, Collor do nanico PRN venceu Lula com 53% dos votos válidos no segundo turno.
Nas últimas seis eleições, o número de candidatos a presidente oscilou entre seis e onze candidatos, enquanto em 2018 são esperados Ciro Gomes (PDT), Lula (PT), Marina Silva (Rede Sustentabilidade), Jair Bolsonaro (Patriotas), João Doria ou Geraldo Alckmin (PSDB), Alvaro Dias (Podemos), os candidatos do PSOL, PSTU, PCO, PRTB, PV e Novo, bem como alguns nomes que podem surgir na tentativa de ser outsider, o que permitiria um cenário de pelo menos doze ou treze candidaturas, um número inferior a 1989 mas superior aos demais pleitos.
Eleição presidencial, ao menos no primeiro turno, prevaleceu a estrutura dos candidatos, geralmente os mais robustos em termos partidários, de guia eleitoral, etc. Então é plenamente possível que em 2018 o segundo lugar chegue na segunda etapa com mais ou menos 20% dos votos. Era nesta conta que o hoje rejeitadissimo Michel Temer poderia entrar.
Os políticos costumam dizer que governo é governo e eleição é eleição, uma espécie de treino é treino e jogo é jogo, sendo que na política. A política é como as nuvens e ela muda de tal forma que o que era ontem não serve pra hoje muito menos para amanhã. Se o desemprego reduzir a 10 milhões de brasileiros até junho, se a economia der sinais de recuperação mais robustos no primeiro semestre de 2018, o que Michel Temer teria a perder sendo candidato a reeleição? Absolutamente nada.
Temer já mostrou que é do ramo, que sabe exercer poder com maestria, mesmo quem o rejeita reconhece que ele é um brilhante articulador político e como comanda uma robusta base no congresso nacional, não seria surpresa se PRB, PP, PTB, PSL, PSC, PR, DEM, Solidariedade e PROS se juntassem ao PMDB em torno de uma eventual candidatura a reeleição do atual presidente. Na pior das hipóteses, Temer teria simplesmente o maior tempo de televisão e a maior quantidade de inserções televisivas para defender o legado do seu governo. Isso lhe daria condições reais de sair de 3% que é o que ele tem atualmente dizendo que não é candidato, a 20% dos votos válidos e chegar num segundo turno.
No segundo turno é nova eleição, e o eleitor faria o juízo de valor do governo Temer contra Lula por exemplo. Na pior das hipóteses quem chegou a rejeitar Temer faria uma reavaliação da sua capacidade política de reverter uma rejeição absurda. Temer pode surfar na falta de entendimento do PSDB sobre quem lançará como candidato, na igual rejeição do PT e de Lula, na falta de tempo de Jair Bolsonaro no guia eleitoral, na fragilidade de Marina Silva e sobretudo na pulverização de candidaturas. Os partidos que hoje são abrigados no governo trocariam o certo (Michel Temer) pelo duvidoso (outros candidatos)? É muito provável que não.
Para quem escapou da cassação no TSE, do caso Joesley Batista e da abertura de inquérito ressurgindo das cinzas como uma fênix, ninguém deve subestimar a capacidade de se reinventar de Michel Temer e por conseguinte descartá-lo da reeleição num cenário onde todos os presidentes desde que foi instituída a reeleição foram reconduzidos ao cargo com 100% de aproveitamento. Não será surpresa se Temer for candidato e menos ainda se ele chegar ao segundo turno.
Na fila – O ex-governador João Lyra Neto (PSDB) já não esconde de ninguém o desejo de ser candidato em 2018. Caso Bruno Araújo seja candidato a senador, João disputará mandato de federal, no caso de tentativa de reeleição do ministro das Cidades, João aceitará de bom grado a candidatura a senador ou até mesmo a vice-governador na chapa dos Coelho.
Senador – Outro que poderá integrar a chapa majoritária dos Coelho como candidato a senador em 2018 é o deputado estadual André Ferreira (PSC). Irmão gêmeo do prefeito de Jaboatão dos Guararapes Anderson Ferreira (PR), André inicialmente almejava a Câmara dos Deputados, porém está enxergando um momento ímpar para tentar uma vaga na Câmara Alta.
André de Paula – Presidente estadual do PSD, o deputado federal André de Paula teve seu nome lançado como pré-candidato a senador na chapa de reeleição do governador Paulo Câmara por ninguém menos que o ministro Gilberto Kassab, presidente nacional do seu partido. Kassab comentou a possibilidade no programa Cidade em Foco do radialista Alberes Xavier.
Segurança – O deputado estadual Aluisio Lessa apresentou um Projeto de Lei que visa destinar 10% do Fundo Estadual de Apoio aos Municípios (FEM) para a segurança pública. De acordo com o deputado, a medida visa fazer com que os municípios deem a sua parcela de contribuição no combate à violência em Pernambuco.
RÁPIDAS
Estadual – O vereador de Carpina Diogo Prado (PCdoB) está de saída do partido para ser candidato a deputado estadual no ano que vem. Diogo pretende conquistar uma expressiva votação nos municípios da Mata Norte no intuito de ser um representante da região na Casa Joaquim Nabuco em 2018.
Liberdade – O DEM deverá novamente mudar de nome, uma das possibilidades é virar Mude. Porém existe um nome muito mais fácil de se apresentar para a sociedade resgatando a essência da Frente Liberal, que seria o nome Liberdade. O ministro da Educação Mendonça Filho levará a sugestão ao comando nacional para realizar pesquisas e facilitar a escolha.
Inocente quer saber – Com Fernando Bezerra Coelho no PMDB, Jarbas baterá continência ao senador ou marchará em retirada?
Jarbas só tem dois caminhos no PMDB: bater continência aos Coelho ou bater em retirada
Muita gente discorda da possibilidade de Jarbas Vasconcelos perder o comando do PMDB em Pernambuco que ele possui há anos, porque acredita que Michel Temer não terá coragem de tomar o comando dele no estado, pois houve ameaças em ocasiões anteriores que não se concretizaram.
Pelo menos três políticos importantes se movimentaram no sentido de tomar o partido de Jarbas, que foram José Múcio Monteiro, Armando Monteiro e recentemente Eduardo Campos. Todos eles não lograram êxito porque Jarbas naquela época ainda era forte eleitoralmente no estado e o PMDB nacional era um mero apêndice dos governos de ocasião.
Neste momento temos um Jarbas com 76 anos, sem a força eleitoral e política de outrora, um presidente da República que faz política 24 por dia e que não tem o apoio de Jarbas e um pretendente a comandante do PMDB que tem força política, prestígio junto a Temer e um projeto de governar Pernambuco em 2018 que é o senador Fernando Bezerra Coelho.
A equação da entrada de Fernando no PMDB que passaria pela expulsão de Jarbas não se materializará, porque seria um movimento traumático. O que Romero Jucá sinalizou foi apenas retirar o comando de Jarbas, oficialmente presidido por Raul Henry, para dar ao senador Fernando Bezerra Coelho, cujo presidente seria o ministro de Minas e Energia Fernando Filho.
A equação está pronta. O que resta a Jarbas a partir de agora é decidir se bate continência para os Coelho ou prefere bater em retirada do PMDB.
Gilberto Kassab confirma intenções do PSD de lançar André de Paula candidato ao Senado Federal
O Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab (PSD), em participação ao programa Cidade em Foco pela Rede Agreste de Rádio, comandado pelo radialista Alberes Xavier, falou sobre os trabalhos desenvolvidos na pasta, além de comentar os projetos majoritários que o PSD vislumbra para o deputado federal pernambucano e seu correligionário André de Paula.
Na oportunidade, o ministro falou sobre encontro em Brasília com prefeitos da Mata Sul de Pernambuco, juntamente com o deputado estadual Joaquim Lira e o deputado federal André de Paula. “Pudemos aqui discutir uma série de ações do nosso ministério, em suas regiões e municípios, e agora vamos estabelecer um cronograma de trabalho, para que a gente possa nessa parceria, levar os benefícios que a população merece”, disse.
Ao falar sobre o trabalho que vem desempenhando na pasta, Kassab afirmou, “Todos sabem que hoje o Brasil vive uma conjuntura econômica muito difícil, é assim no plano municipal, estadual e federal, os recursos faltam, mas existem políticas públicas, existem programas, que demandam poucos recursos ou as vezes até nenhum recursos. Nós estamos justamente nos concentrando nessas ações, nessas demandas, que são mais baratas e, portanto, mais fáceis de serem implantadas no presente momento”.
André de Paula – O ministro, que é presidente nacional do PSD, elogiou na oportunidade o correligionário André de Paula. “O deputado André de Paula é um dos melhores deputados do Congresso Nacional, todos os ouvem, todos têm por ele muito respeito e é inquestionável que esse trabalho aqui em Brasília repercute no Estado de Pernambuco (…). É evidente e natural que nas eleições do ano que vem que o nome dele desponte para ocupar qualquer cargo, para desempenhar importantes responsabilidades”, destacou.
O mesmo declarou não ter dúvidas de que André de Paula se prepara para disputar um cargo majoritário. “Não tenho nenhuma dúvida que André de Paula hoje se prepara, através do partido, para disputar um cargo majoritário, seja de governador, em algum momento, não acredito que seja na próxima (eleição) por conta das relações que ele tem com o governador (Paulo Câmara), seja de vice-governador, de senador”, disse.
“Eventualmente pode numa composição continuar como deputado federal, mas não acredito. A nossa missão para o André de Paula é chegar aqui em Brasília como majoritário no Senado Federal. Mas ele tem tido muito cuidado, muita cautela, sem se descuidar da sua pré-candidatura a deputado federal, para no momento certo ter essa definição”, ponderou.
Coluna do blog desta segunda-feira
Palácio ainda sonha com unidade da Frente Popular
A respeito das movimentações em torno de uma aliança com o PT, o Palácio do Campo das Princesas avalia que a construção não seria fácil, uma vez que há um clima de insatisfação dentro do PT em relação ao PSB que se iniciou em 2012 e as feridas não foram curadas. Na ótica de alguns palacianos o governador Paulo Câmara tem dialogado com todos os atores importantes do estado, pois faz parte da liturgia do cargo conversar com todo mundo, mas a prioridade é manter o PSB unido e consequentemente a Frente Popular que o elegeu em 2014.
Não haverá por parte do PSB local nenhum movimento de hostilidade aos Coelho, a ordem é não só respeitar as posições de Fernando pai e Fernando Filho como também tentar construir pontes que evitem a saída de ambos do PSB, uma vez que o êxodo da família colocaria em xeque a unidade da Frente Popular, pois poderia puxar um cordão de insatisfeitos difícil de ser quebrado. A oferta da vaga de vice será refeita a Fernando para ser ocupada por Fernandinho.
A mesma lógica utilizada para Fernando Bezerra Coelho e família, o Palácio pretende agir com o PSDB, utilizando figuras que circulam tanto junto ao governador quanto ao ministro Bruno Araújo no sentido de refazer as pontes através da intriga do bem, como é o caso do deputado Antônio Moraes, presidente estadual do PSDB, que integra a base governista da Alepe. O Palácio quer convencer Bruno Araújo a voltar para a Frente Popular e ser candidato a senador na chapa de reeleição do governador.
Fechando a conta dos Coelho e dos tucanos, Paulo Câmara acredita que estará colocado o melhor cenário para 2018, uma vez que Armando Monteiro e o PT vivem um processo praticamente irreversível de afastamento, e com duas candidaturas do mesmo campo que estavam juntas na eleição passada servirá apenas para dividir a oposição e beneficiar a reeleição do governador. Dos planos para a realidade falta muito, pois não basta o governador estalar os dedos que os Coelho e os tucanos voltarão para o governo, será preciso muito diálogo, muito mea-culpa do Palácio e muito jogo de cintura do governador para convencer essa turma a não romper e apoiá-lo no ano que vem.
Visita – Em encontro realizado ontem, o deputado e vice-líder da oposição na Câmara Federal, Sílvio Costa (Avante), e o ex-prefeito do Recife, João da Costa (PT) discutiram o fortalecimento da participação de lideranças políticas, sociais, sindicais e comunitárias na agenda do ex-presidente Lula em Pernambuco. Em caravana pelo Nordeste, Lula estará no Recife e Ipojuca nas próximas quinta (24), sexta (25) e sábado (26) e no Sertão do Araripe, no dia 31 deste mês.
Senado – Há um movimento que ainda é incipiente no PSDB que visa convencer o governador Geraldo Alckmin a disputar o Senado por São Paulo no ano que vem e deixar o caminho livre para João Doria ser candidato a presidente. Como serão duas vagas em disputa, Alckmin seria pule de dez para emplacar o mandato. Além disso ele teria o direito de indicar um candidato da sua confiança para disputar o Palácio dos Bandeirantes e em caso de vitória de Doria, ele seria alçado a um importante e robusto ministério.
Blefe – Na Assembleia Legislativa de Pernambuco ninguém acredita que o ex-prefeito de Caruaru José Queiroz será candidato a governador ou a senador no ano que vem. A pré-candidatura não passa de um blefe para valorizar o passe e tentar viabilizar a reeleição de Wolney Queiroz. O destino de José Queiroz será mesmo a Alepe, onde tem um mandato líquido e certo.
Federal – Para não atrapalhar os planos de Tony Gel, que será candidato à reeleição, o Palácio está incentivando Laura Gomes a tentar um mandato de deputada federal para dividir os votos de Caruaru com Wolney Queiroz e João Lyra Neto. Para estadual já existem as candidaturas de José Queiroz, Tony Gel, Fernando Lucena e Erick Lessa.
RÁPIDAS
Na estrada – Além do Pernambuco em Ação, o governador Paulo Câmara, de acordo com o deputado federal Danilo Cabral, estará andando por todas as regiões de Pernambuco com mais intensidade. Paulo irá seguir com assinaturas de ordem de serviço e inauguração de obras até junho de 2018 quando ficará impossibilitado pela justiça eleitoral.
Candidato – Ainda segundo Danilo Cabral, o governador Paulo Câmara é candidatíssimo a reeleição no ano que vem, dissipando qualquer dúvida quanto à possibilidade de ele não tentar um novo mandato. O que gera esse tipo de dúvida, segundo Danilo, é o fato que o governador está preocupado com os problemas de Pernambuco e não com a eleição que só será em 2018.
Inocente quer saber – Com sua “sarrada no ar”, Lula estaria debochando da Lava-Jato que já o condenou em primeira instância?
A disrupção do estado
O termo disrupção vem sendo utilizado mundo afora pelas empresas, sobretudo as multinacionais, que reavaliam seus modelos de negócios para se adaptar as evoluções tecnológicas e humanas e continuar sobrevivendo. Na política e mais precisamente no Brasil, o termo disrupção nunca foi tão pertinente, pois o estado brasileiro deu mostras que é gigante, oneroso e ineficiente. A evolução tecnológica fez com que abdicássemos do telefone fixo para que utilizássemos o celular, que com seus avanços fortalecidos pela internet, permitiu que tivéssemos na palma da mão bancos, hotéis, serviço de transporte, transmissão de mensagens, dentre outros que acabaram ou aprimoraram diversos serviços ofertados antigamente.
No Brasil tivemos a oportunidade de experimentar oito anos de um governo semiliberal, que foi o de FHC, e quatorze anos de governos estatizantes, que foram os dois de Lula e os dois de Dilma Rousseff. As privatizações do governo FHC foram demonizadas pelos adversários e o ex-presidente foi perdendo a batalha da comunicação, mas foi graças à privatização das Teles que conseguimos praticamente universalizar o serviço de telefonia, que hoje é de fundamental importância para a vida de qualquer brasileiro, que hoje não deve se imaginar sem seu smartphone para realizar tarefas da sua vida. Os governos do PT defendiam a intervenção do estado no país, e o consequente inchamento da máquina pública. Passados quatorze anos da chegada de Lula à presidência, chegamos à conclusão de que a máquina estatal só serve para alguns beneficiários dela, como concursados e comissionados, aumentando o custo de muita coisa por conta da nossa burocracia.
O tempo se encarregou de mostrar que um estado inchado e ineficiente pode levar a vida das pessoas a um grave colapso, vide a crise econômica que vivenciamos até o presente momento, e numa amostragem mais recrudescedora da crise, temos o exemplo do Rio de Janeiro, que entrou num ocaso jamais visto devido ao grande nível de corrupção que instauraram naquele estado. A cleptocracia brasileira foi beneficiária desse sistema político que enaltece a burocracia e permite o gasto público a níveis estratosféricos. A relação pública com entes privados, colocando dificuldades pra vender facilidades custou muito caro ao nosso país. O petrolão é produto desse sistema que o PT lutou a vida inteira para instaurar no Brasil.
Presenciamos atualmente o sucateamento dos Correios, da Petrobras e de muitas estatais patrocinado por aqueles que diziam defendê-las das privatizações. O povo brasileiro engoliu a lorota de que privatizar era ruim, e a conta chegou. Estamos passando pela pior crise econômica e política de todos os tempos. Porém nem tudo é para o mal, existem coisas que acontecem de ruim na vida para que a gente possa melhorar. A tecnologia vem permitindo uma aula de disrupção de sistemas de negócios, o Uber veio para suprir um serviço ineficiente, caro e desrespeitoso com os clientes, que eram os táxis, uma aberração que dependia, e ainda depende, do estado para poder funcionar, com situações que legavam ao consumidor o pior serviço possível.
O Netflix simplesmente caminha para acabar com a lógica da TV por assinatura, que é igualmente um serviço caro, ineficiente e regulado pelo estado, hoje você pode assistir filmes e séries na palma da mão por um valor infinitamente menor do que qualquer TV por assinatura que custa os olhos da cara. O AirBnb chegou, para assim como o Uber, revolucionar o sistema de hospedagem no mundo inteiro. Os serviços como AirBnb e Uber além de serem mais baratos, permitem que o proprietário de um carro ou de um imóvel fature um dinheiro extra sendo empreendedor do seu próprio bem. O dinheiro auferido serve para complemento de renda, para pagar a parcela do carro ou do apartamento, etc.
Os exemplos das novas tecnologias que mostram uma disrupção no modo de viver da sociedade, servem inteiramente para o nosso país, que passará por uma eleição presidencial em 2018 e tem uma chance ímpar de discutir o tamanho do estado. Pra quê o governo ficar responsável por portos e aeroportos, rodovias, ferrovias, serviço postal, petróleo, bancos, dentre outros? Pra quê o Brasil ficar refém das famigeradas licitações que custam os olhos da cara ao contribuinte? O brasileiro terá a oportunidade de discutir esses temas com seriedade em 2018, pois teve a chance de desfrutar de dois modelos de governo nos últimos vinte anos, e passar a entender que além de privatização ser boa, ela pode ser moral, legal e ajudar a emagrecer o nosso estado obeso que consome desenfreadamente o dinheiro do contribuinte.
A idade dos governadores de Pernambuco
O histórico dos governadores de Pernambuco traz mais uma característica do perfil de governadores eleitos ou nomeados, dos últimos cinquenta anos.
Todos eles tinham perto de quarenta anos ou acima de quarenta anos, na verdade apenas Marco Maciel em 1979, eleito indiretamente pela Assembleia Legislativa de Pernambuco, tinha 39 anos, quando chegou ao Palácio do Campo das Princesas.
Cid Sampaio em 1959 tinha 49 anos, Miguel Arraes em 1963 tinha 47 anos, Nilo Coelho em 1967 tinha 47 anos, Eraldo Gueiros em 1971 tinha 59 anos, Moura Cavalcanti em 1975 tinha 50 anos, Marco Maciel em 1979 tinha 39 anos, Roberto Magalhães em 1983 tinha 50 anos, Joaquim Francisco em 1990 tinha 42 anos, Jarbas Vasconcelos em 1998 tinha 56 anos, Eduardo Campos em 2006 tinha 41 anos e Paulo Câmara em 2014 tinha 42 anos.
Apesar de a idade mínima para disputar o governo ser 30 anos, o histórico mostra que Pernambuco não teve nos últimos cinquenta anos nenhum governador inexperiente, o que leva a crer que 2018 ter perto de 30 anos poderá ser fator complicador para se viabilizar.
Os Coelho onipresentes em Pernambuco
As investidas dos Coelho com vistas ao Palácio do Campo das Princesas aumentam a cada dia. Fernando pai circulou pelo sertão esses dias deixando claro que estava na parada.
Já Fernando Filho fez questão de falar de política nas rádios e se fazer presente na Metropolitana. Ora dizem que o candidato é o pai, ora dizem que é o filho… o fato é que a onipresença dos Coelho dá uma única certeza: que é a de que um integrante da família disputará o governo de Pernambuco em 2018.
Teve quem dissesse que o candidato é o pai e que não abre nem para um trem carregado de pólvora. Já há quem diga que o filho será o candidato pautado pela tese de que o risco de novidades em relação a ele durante a campanha é menor.
Enquanto isso um grupo de suplentes de vereador abaixo de 2 mil votos, insatisfeitos pela falta de cargos estão sinalizando o apoio a um nome de oposição ao PSB, mais precisamente o senador Fernando Bezerra Coelho. Esses suplentes reclamam da atenção dispensada pelo partido do governador após 2016, e querem mudança no ano que vem.