Partidos da finada União por Pernambuco não seguem Jarbas
Em meados de 1993 o PMDB do então prefeito do Recife Jarbas Vasconcelos e o PFL do então deputado federal José Mendonça iniciaram uma composição que parecia impensável até o início da década de 90. Eles ensaiaram lançar Jarbas ao governo, mas preferiram apoiar a candidatura de Gustavo Krause ao posto de governador de Pernambuco. A aliança não obteve êxito naquele ano mas permitiu a eleição de Roberto Magalhães em 1996 para prefeito do Recife e posteriormente a vitória de Jarbas Vasconcelos a governador de Pernambuco em 1998.
Essa aliança foi sendo ampliada para o PSDB de Sérgio Guerra e para o PPS de Roberto Freire. Eles venceram duas eleições com Jarbas governador, Mendonça Filho vice-governador, José Jorge senador em 1998 e Marco Maciel e Sergio Guerra senadores em 2002. A derrota de Roberto Magalhães em 2000 para João Paulo trincou mas não abalou a União por Pernambuco.
Veio o processo eleitoral de 2006, com Sérgio Guerra, Inocêncio Oliveira e Mendonça Filho disputando a indicação do então governador Jarbas Vasconcelos para ser o candidato da União por Pernambuco. Inocêncio saiu do PFL e migrou pro PMDB almejando ser candidato a governador, mas viu que não tinha vez e acabou indo para o PL, que posteriormente viria a ser o atual PR. Inocêncio foi um dos primeiros políticos de força eleitoral a apoiar o azarão Eduardo Campos, que venceu a eleição e definitivamente implodiu a União por Pernambuco.
Nas eleições de 2008 e 2010 candidatos do DEM (ex-PFL) e do PMDB perderam as disputas. Em 2008 Mendonça Filho e Raul Henry perderam a prefeitura do Recife para João da Costa. Já em 2010 o próprio Jarbas perdeu para Eduardo Campos, e levou consigo para a derrota os candidatos a senadores Marco Maciel e Raul Jungmann. Já no ano de 2011, após a esmagadora derrota para Eduardo Campos, Jarbas abriu diálogo com o então governador do PSB, e a aliança foi consolidada na disputa pela prefeitura do Recife. Raul Henry abdicou de ser candidato a prefeito para apoiar Geraldo Julio, indicado por Eduardo Campos.
No ano de 2014 a finada União por Pernambuco embarcou de mala e cuia na Frente Popular. O PMDB de Jarbas indicou Raul Henry para vice, o PSD de André de Paula (Ex-PFL) foi um dos primeiros a anunciar apoio a Paulo Câmara, o PPS de Jungmann e Roberto Freire não só apoiaram Paulo Câmara como também oficializaram o apoio do partido à candidatura de Eduardo a presidente. Por fim o DEM e o Solidariedade, de Mendonça Filho e Augusto Coutinho, respectivamente, anunciaram conjuntamente no Mar Hotel o apoio a Paulo Câmara e Fernando Bezerra Coelho.
Hoje esses líderes políticos, e seus respectivos partidos, que integraram a União por Pernambuco estão diretamente ligados ao projeto da Frente Popular. O Solidariedade de Augusto Coutinho não vai arriscar a aliança com o PSB que garantiu o mandato dele como suplente para entrar numa aventura. O PSD de André de Paula, que possui a robusta secretaria das Cidades, vai querer continuar no guarda-chuva da Frente Popular, o mesmo se diz de Mendonça Filho, que depois de amargar quatro derrotas consecutivas no Recife e no estado, voltou a ter prestígio político tanto na prefeitura quanto no governo. Por fim Raul Jungmann depende diretamente da boa vontade do prefeito Geraldo Julio e do governador Paulo Câmara pra continuar em Brasília como suplente.
O que isso significa? Que eles não estão nem um pouco animados com a possibilidade da candidatura de Jarbas Vasconcelos a prefeito do Recife. E que seguirão junto com o PSB e consequentemente com a reeleição do prefeito Geraldo Julio. E que se Jarbas for mesmo candidato será sem os antigos parceiros da União por Pernambuco, por sua própria conta e risco.
Itambé – Enquanto pairam dúvidas sobre a elegibilidade do ex-prefeito Fred Carrazonne, que possui nada menos que seis contas rejeitadas, sendo três ratificadas pela Câmara Municipal, o Tribunal de Contas do Estado aprovou ontem por unanimidade as contas de 2013 do atual prefeito Bruno Ribeiro (PSB), que tentará a reeleição.
Alagoinha – Após dar uma vitória no município para Armando Monteiro nas eleições do ano passado, o prefeito Maurilio Almeida (PTB) se queixa do grupo do ministro por ter sido completamente abandonado. Ele também apoiou Silvio Costa (PSC) e Silvio Costa Filho (PTB) e sequer tem diálogo com os deputados. Diante deste cenário sua ida para o PSB é dada como certa e conta com o aval do governador Paulo Câmara.
Pesqueira – Em Pesqueira a situação não é diferente. Os aliados do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Armando Monteiro, o empresário Tarciso Gomes e o advogado Hugo Torres, também estão completamente insatisfeitos com a assessoria do ministro. Eles tentaram, sem sucesso realizar uma agenda do ministro no município, e recorreram ao senador Douglas Cintra para não abandonarem o barco de uma vez por todas.
Agenda – O governador Paulo Câmara estará hoje em São Paulo para uma reunião com Jorge Gerdau, presidente do grupo Gerdau a partir das 11 horas. À tarde, as 15 horas, ainda na capital paulista o governador se reunirá com o presidente da Transnordestina Ciro Gomes.
RÁPIDAS
João Paulo – O superintendente da Sudene João Paulo reuniu parte significativa dos políticos para a sua posse na sede da autarquia federal no Engenho do Meio. A nota negativa foi uma decisão da Justiça Federal mandando desocupar o prédio. O novo superintendente foi obrigado a baixar o um decreto proibindo a utilização do prédio até segunda ordem.
Marilia Arraes – Sem clima para continuar no PSB, a vereadora Marilia Arraes está entre o PTB, o PT e o PSOL para se filiar. Há quem considere a hipótese de uma filiação ao PT como mais plausível para ser candidata a vice-prefeita de Silvio Costa Filho (PTB).
Inocente quer saber – O PSDB bancará financeiramente a candidatura de Daniel Coelho a prefeito do Recife?