Durante a reunião no Ministério do Planejamento, nesta quarta-feira (10/07), em Brasília, na qual apresentou projetos para a mobilidade urbana, o governador Eduardo Campos apresentou um balanço das ações já contratadas pelo estado junto ao governo federal. O governador sugeriu alterações na sistemática de liberação de recursos, privilegiando o Orçamento Geral da União (OGU) e deixando para um segundo momento aqueles oriundos de financiamentos.
Coluna Gazeta Nossa edição 165.
Pontos para uma boa reforma política.
Após os protestos generalizados que colocaram em xeque a credibilidade do governo Dilma Rousseff e consequentemente do PT, a presidenta decidiu então convocar um plebiscito para colocar a reforma política em prática. Dilma começou errado, porque o custo de um plebiscito é elevadíssimo e não há condições logísticas e regimentais para viabilizá-lo ainda este ano para que as mudanças começassem a valer já para as eleições do ano que vem. O objetivo da presidenta foi dar uma resposta imediata ao clamor da população, porém, não foi da forma como deveria. Então iremos nos ater a uma necessidade do Brasil: a reforma política. Independentemente de plebiscito ou referendo, seria imprescindível que o Congresso Nacional, democraticamente eleito pelo povo apresentasse e votasse uma reforma condizente com o que almeja o Brasil, ou seja, menos corrupção e mais eficiência no setor público. A corrupção começa no processo eleitoral, na formação das chapas proporcionais, nas alianças pragmáticas visando o tempo de televisão e de rádio, passando pelo financiamento das campanhas eleitorais por parte de empresas que dependem de licitações e contratos governamentais. A saída para uma reforma política objetiva e necessária para o país seria conjunturada na redução dos partidos políticos através da cláusula de barreira. São 32 agremiações partidárias existentes e algumas outras tentando ser criadas. Na prática são menos de dez partidos que têm alguma identidade política, os demais são verdadeiros balcões de negócios. Excluindo a maioria das siglas, teríamos uma identidade maior dos partidos. Posteriormente, seria importante a colocação do advento da verticalização, isto é, alianças idênticas entre partidos da disputa pra presidente a disputa para vereador. É inaceitável que o PSDB se alie ao PTB em São Paulo, enquanto no Acre, o PSDB se alia ao PT, o PTB ao PCdoB e por aí vai. Fazendo com que as alianças sejam pontuais e pragmáticas visando exclusivamente o benefício próprio de seus líderes. Sob o ponto de vista das eleições, seria importante que legisladores (vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores) fossem eleitos num ano e dois anos depois executivos (prefeitos, governadores e presidente) fossem eleitos. Isso evitaria que prefeitos, governadores e presidente influenciassem diretamente a eleição de quem irá fiscalizá-los. Seguindo neste contexto, para alguém disputar um mandato executivo tendo um legislativo ele teria que renunciar ao cargo, evitando assim o carreirismo que é tão maléfico ao povo. Por fim, pontos imprescindíveis para moralizar a política, o primeiro seria a implantação do voto distrital para todos os cargos legislativos, evitando assim o problema do quociente eleitoral que muita gente não entende como são distribuídas as vagas para as Casas Legislativas. E o mais polêmico de todos: o financiamento público de campanha. Todos os candidatos que almejassem uma cadeira na política teriam direito aos recursos públicos desde que comprovada a utilização em produção de guia eleitoral, site de campanha e reuniões para discussões de ideias, sendo vedada a utilização de materiais publicitários, militância paga, etc. Na esteira dessa decisão, redução do período de campanha para apenas quarenta e cinco dias e para se candidatar a qualquer cargo público, de vereador a presidente, o aspirante teria que ser submetido a um exame de conhecimentos para ser tido como apto ao processo, como em qualquer área pública. Talvez com isso, tivéssemos uma saída honrosa para moralizar a política brasileira. Resta saber se o Congresso Nacional e os políticos em geral irão acatar uma boa reforma ou se continuarão empurrando com a barriga um tema tão importante para o país.
Dilma – Após os protestos, a popularidade da presidenta caiu vertiginosamente. Ela poderá reverter essa curva, mas também pode continuar caindo a ponto de se inviabilizar para a reeleição. Só o tempo poderá dizer.
Eleições – A onda de protestos que assolou o Brasil nos últimos dias mostrou que quem está no poder deve colocar as barbas de molho. Muita gente que está acostumada com mandatos eletivos sucessivos pode ser defenestrada do poder no ano que vem.
Esfriou – Tanto os presidenciáveis quanto os aspirantes ao Governo de Pernambuco no ano que vem, após a onda de protestos, acabaram dando uma mergulhada na política nos últimos dias.
PSDB – A postura do PSDB é no mínimo contraditória. A sua bancada na Assembleia Legislativa vive atacando Eduardo Campos, do PSB. Mas a principal prefeitura do PSDB, Jaboatão, é governada por Elias Gomes que tem como vice Heraldo Selva, do PSB. Além disso, Pedro Eurico, integrante dos tucanos, é secretário de Eduardo Campos. Haja contradição!
Programa Governo Cliente incentiva microempreendedores.
Fazer do microempreendedor um parceiro do crescimento do Estado. É o que representa o Programa Governo Cliente, lançando nesta terça-feira (02/07), no Centro de Convenções, com a presença do vice-governador João Lyra Neto, além de representantes do setor. O objetivo da iniciativa é fazer com que as microempresas (ME), empresas de pequeno porte (EPP) e microempreendedores individuais (MEI) alcancem, ainda este ano, 25% do total das compras realizadas pela administração pública estadual. Atualmente, esse percentual gira em torno de 10%. “Chegar aos 25% representa injetar R$ 400 milhões por ano no orçamento dessas microempresas, o que transformado em dias úteis significa uma compra diária R$ 2 milhões”, ilustrou João Lyra.
Eduardo e o jogo do poder em Pernambuco.
O governador Eduardo Campos lidera uma ampla frente política em Pernambuco composta por inúmeros partidos, dentre eles o PT do senador Humberto Costa, o PMDB do senador Jarbas Vasconcelos e o PTB do senador Armando Monteiro. Além disso, mantém uma relação extremamente cordial com o deputado Sérgio Guerra, comandante do PSDB em Pernambuco.
Foi vencendo em Pernambuco que ajudou a reeleger Lula em 2006, eleger João da Costa em 2008, eleger Humberto e Armando em 2010 e Geraldo Julio em 2012. Foram quatro vitórias majoritárias em quatro disputas importantes. Os números de Eduardo Campos são incontestáveis não só no desenvolvimento de Pernambuco como também em aprovação popular e em condução política. Não lembro de um governador chegar ao penúltimo ano do seu governo com 90% de aprovação e maioria esmagadora na Assembleia, na Câmara dos Deputados e no Senado.
Isso se deu efetivamente porque os adversários de Eduardo Campos eram débeis. Tanto Mendonça Filho quanto Humberto Costa em 2006, quanto os adversários que enfrentaram João da Costa em 2008, quanto o próprio governador e sua chapa completa em 2010 e principalmente no contexto que elegeu Geraldo Julio no Recife na eleição do ano passado.
Eduardo conseguiu imprimir uma marca vitoriosa em Pernambuco que nenhum outro governador conseguiu. O que chegou mais próximo disso foi Jarbas Vasconcelos, que na cadeira do Palácio amargou as derrotas de Roberto Magalhães e Jacilda Urquiza em 2000, em Recife e Olinda, respectivamente. Depois em 2004 com Cadoca e Jacilda novamente nas disputas pelas prefeituras de Recife e Olinda, maiores colégios eleitorais de Pernambuco.
Eduardo voou em céu de brigadeiro, até aqueles que foram eleitos por siglas que não compunham o arco de forças que lhe fizeram governador nunca ousaram em lhe desagradar. Feito isso, Eduardo ainda enfrentou uma das maiores marés favoráveis da história de Pernambuco, foi em seu governo que chegaram a Refinaria, a Hemobrás, o Estaleiro, a Fiat, a Arena Pernambuco e muitas outras coisas, ele é em síntese um sortudo. Mas para ter sorte é preciso ter competência e isso ele tem pra dar e vender.
O governador Eduardo Campos pratica a arte da política como poucos. Ele chega, mesmo governando Pernambuco, ao patamar de Tancredo, Lula, FHC e Arraes, verdadeiros monstros sagrados da política brasileira. Ele é ardiloso quando precisa ser, afável quando julga necessário, enfim, exerce poder de forma magnífica.
Mas como todos os impérios construídos, uma hora a situação começa a desmoronar e isso independe da vontade do líder. Isso é fruto das circunstâncias do jogo do poder, que é bruto e sem escrúpulo algum. Na hora em que Eduardo Campos se colocou como pré-candidato a presidente ele sabia do bônus de virar um nome nacional teria o ônus da inveja, do bombardeio e da traição. Tudo isso vem ocorrendo.
João Lyra Neto, Armando Monteiro Neto, José Múcio Monteiro, Tadeu Alencar, Geraldo Julio, Antônio Figueira, Danilo Cabral, Paulo Câmara, Fernando Bezerra Coelho e muitos outros que orbitam em torno do governador, cada um, à sua maneira, julga ser o único capaz de dar prosseguimento ao que foi feito por Eduardo Campos no Palácio das Princesas. Administrar egos é mais difícil do que qualquer governo ou qualquer empresa.
A partir do momento em que o governador ainda não deu sinal de quem será o seu escolhido ou a certeza de qual será o seu futuro político, o tempo começa a contar contra ele. Se for disputar um mandato no ano que vem, seja ele qual for, o prazo é 31 de março de 2014. Faltam pouco mais de dez meses para isso. Depois, Eduardo não será mais governador de Pernambuco, e se até lá ainda não tiver escolhido o seu candidato, penará para saber quem estará ao seu lado ou quem estará contra ele.
Todos esses nomes citados e dezenas de deputados estaduais, federais e pré-candidatos pensam exclusivamente em si. Estarão com aquele que viabilizar melhor o seu anseio. Pra eles dar poder demais a uma única pessoa se torna algo muito ruim para se administrar futuramente. Por isso muitos deles, mesmo que não digam de público, querem que Eduardo dê apenas um passo em falso para poder girar a roda da política e verem alguém menos competente para sentar naquela cadeira.
A lógica do PEC em Pernambuco não é boa pra nenhum desses políticos. Eles só acataram esses anos todos porque durante esse contexto era impraticável bater de frente com Eduardo Campos. Na política ninguém ama ninguém, todo mundo quer o poder para se abrigar. Mas não querem que ele fique concentrado demais nas mãos de uma pessoa.
Em síntese, pode ser tarde demais pra Eduardo Campos escolher um nome e sair vitorioso em 2014 apenas com o rolo compressor do Palácio. Ele precisará de muito mais do que os seus sedutores olhos azuis para manter pelo menos 50% + 1 dos votos válidos em Pernambuco e garantir mais quatro anos de poder em nosso estado.
Cenas dos próximos capítulos.
O impacto da decisão de Eduardo no PMDB.
Se o governador Eduardo Campos decidir disputar a presidência da República no ano que vem, restam três vagas na chapa majoritária da Frente Popular, são elas: governador, vice-governador e senador.
Caso Eduardo aborte o projeto nacional, o caminho mais plausível é disputar o Senado, assim como fez Roberto Magalhães (1986) que acabou derrotado pelo trio Miguel Arraes, Mansueto de Lavor e Antônio Farias e Jarbas Vasconcelos em 2006, os demais governadores: Miguel Arraes (1990) e Joaquim Francisco (1994) não tentaram vaga na Casa Alta.
Um mandato de oito anos, apesar de não ser o ideal para Eduardo que está no auge da vida pública, não seria nada mal em caso de um recuo. Mas um eventual recuo da presidência traz desdobramentos para o processo eleitoral em Pernambuco.
O primeiro deles é rifar Jarbas Vasconcelos da possibilidade de disputar a reeleição para o Senado. A vaga ficaria pra Eduardo. Mas o PMDB de Pernambuco não tem tamanho eleitoral para eleger Jarbas Vasconcelos e Raul Henry para a Câmara dos Deputados, mesmo se aliando ao governador. Então, a contrapartida por rifar Jarbas seria emplacar Raul Henry na vice do candidato do PSB a governador.
É importante para Eduardo ter o tempo de televisão do PMDB, que é um dos maiores do país, isso contribui diretamente para que o escolhido do governador, seja ele quem for, principalmente se for um técnico desconhecido do grande público, tenha condições de crescer e sair vitorioso no processo, tal como ocorreu com Geraldo Julio no Recife.
Jarbas Vasconcelos e Raul Henry não têm condições políticas e eleitorais para a essa altura do campeonato lançarem um voo solo do PMDB, também não têm condições de ambos disputarem mandato na Câmara Federal. Então precisarão da boa vontade do governador para com eles.
Portanto, são reféns do que Eduardo decidir. Mas até hoje não ouvi um pio do governador de que teria escolhido Jarbas para ser o seu senador no ano que vem. Alguém já ouviu?
Coluna Gazeta Nossa edição 162.
As alternativas de Eduardo Campos.
O governador Eduardo Campos está pré-candidato a presidente da República, não significa necessariamente que ele será, como também que não será. Além da disputa presidencial que pode lhe dar uma dimensão política muito maior a nível nacional independentemente de sair vitorioso, Eduardo pode terminar o mandato como no cargo de governador, hipótese pouco provável, disputar um mandato de deputado federal, também pouco provável, ser vice de Dilma Rousseff ou disputar o Senado, opções mais plausíveis visando o seu futuro político. Disputar o Senado facilitará a possibilidade de eleger o sucessor e consolidar as bancadas de deputado federal e estadual da Frente Popular porque ele estaria diariamente fazendo campanha em Pernambuco e transferindo seu prestígio político para o seu candidato a governador. Enquanto a disputa pela presidência da República pode trazer também sérios ônus para a sua biografia política porque até a sua quinta geração será vasculhada pelo PT. Ser vice de Dilma Rousseff continua sendo uma boa saída plausível, desde que acumule uma pasta de visibilidade no seu segundo mandato. O fato é que todos os candidatos esperam pela decisão de Eduardo Campos. Se o mesmo for candidato a presidente as chances de haver segundo turno são grandes, caso opte por apoiar Dilma Rousseff ou até mesmo ficar neutro na disputa presidencial o primeiro turno liquidado por Dilma Rousseff seria algo mais fácil de ocorrer. Ele será o centro das atenções não só em Pernambuco como no resto do país até março de 2014 quando haverá a desincompatibilização dos cargos de quem disputará eleições no ano que vem, feito isso, em junho nas convenções partidárias quando será definido o rumo do PSB na disputa presidencial. Sem querer, ou até mesmo querendo, o governador de Pernambuco virou o dono da bola presidencial.
Governo – Não é só na disputa presidencial que Eduardo interfere, a nível estadual os pré-candidatos Armando Monteiro, Fernando Bezerra Coelho, João Lyra Neto, Tadeu Alencar e outros dependem da decisão do governador para viabilizarem ou não a sua candidatura.
Dissidente – O senador Armando Monteiro tem talento para abrir dissidências, já fez isso contra diversos governantes. O próximo da fila é Eduardo Campos. A ruptura do senador com o governador é questão de tempo.
Geraldo Julio – O prefeito do Recife começou a levar bombardeio de aliados, da oposição e da população. A sua gestão em seis meses já está sendo contestada por muita gente. Resta saber o que fará o prefeito para não degringolar de vez.
Wanderson Florêncio – Suplente de vereador do Recife pelo PSDB, Wanderson assumirá cadeira na Câmara no lugar de Aline Mariano que se licenciará do cargo para ter o filho. Wanderson teve mais de quatro mil votos e deve apoiar a vereadora para deputada estadual no ano que vem.
Collins no PRTB – O deputado Cleiton Collins duas vezes consecutivas como o mais votado pelo PSC sairá do partido. O seu destino pode ser o PRTB que em Jaboatão é comandado provisoriamente pelo ex-vereador Fernando Gordinho.
Mazelas – O blog de Edmar Lyra criou uma seção para divulgar os problemas da cidade do Recife no intuito de solucioná-los. Ruas e calçadas esburacadas, estacionamentos e comércios irregulares, dentre outras coisas serão denunciadas. A população pode mandar fotos ou vídeos para [email protected] das mazelas recifenses que serão divulgadas imediatamente no blog.
Armando sinaliza dissidência contra Eduardo.
O senador Armando Monteiro é candidato a governador de Pernambuco desde 2003 quando criou o Grupo Independente para romper com o então governador Jarbas Vasconcelos, que veio a lançar a candidatura de Joaquim Francisco na disputa pela prefeitura do Recife em 2004. A candidatura de Joaquim acabou em terceiro lugar naquele pleito.
Como presidente da CNI, Armando começou a ganhar notoriedade como deputado federal e ensaiou uma candidatura a governador de Pernambuco em 2006, quando aos quarenta e cinco do segundo tempo acabou desistindo do projeto para apoiar Humberto Costa indicando o hoje deputado Augusto César para o posto de vice-governador. Naquele ano Armando foi o deputado federal mais votado e anunciou o apoio a Eduardo Campos no segundo turno após ensaiar optar por Mendonça Filho.
No pleito de 2010 era tido como azarão em relação aos medalhões Humberto Costa e Marco Maciel na disputa pelo Senado. Acabou ficando em primeiro lugar com quase 4 milhões de votos e demonstrou força política e eleitoral.
No ano de 2011 foi o primeiro a abrir dissidência contra a candidatura do prefeito João da Costa. Ensaiou uma candidatura a prefeito, depois ensaiou um apoio a Humberto Costa mas acabou ficando com Geraldo Julio (PSB) que foi vitorioso no pleito do ano passado. Na mesma eleição o PTB emplacou 25 prefeituras e centenas de vereadores em todo o estado de Pernambuco, com destaques para Arcoverde, Tabira, Gravatá, Garanhuns e Igarassu.
Agora Armando Monteiro é figura carimbada na disputa pelo Palácio do Campo das Princesas e terá papel fundamental para definir o vencedor da disputa do ano que vem. Ciente de que o PT pode embarcar no projeto de Fernando Bezerra Coelho, Armando tenta abrir um diálogo com o partido que governa o Brasil no intuito de ser um plano B na disputa de 2014.
Armando Monteiro seria candidato pelo PTB e Fernando Bezerra Coelho pelo PT, quem fosse ao segundo turno receberia o apoio do terceiro colocado, sendo beneficiado pelo mesmo motivo que beneficiou Eduardo Campos em 2006.
O intuito é isolar Eduardo Campos e aquele que venha a ser o seu candidato. É a política!
Datafolha mostra possibilidade de disputa em 2014.
Desde que foi eleita em 2010 a presidente Dilma Rousseff ostentou elevados índices de aprovação, o que levou a crer que teria uma reeleição absolutamente tranquila em 2014, não havendo disputa e sim nomeação.
Com os números da economia em baixa, que foram os que viabilizaram FHC por causa do Plano Real em 1994, Lula em 2002 por conta da crise econômica mundial e o medo da inflação, aliados a vontade de mudança, e consequentemente a sua vitóra em 2010, Dilma Rousseff terá certa dificuldade para garantir um segundo mandato. Isso já pôde ser observado na pesquisa Datafolha divulgada neste fim de semana.
O brasileiro em sua maioria não está nem aí com a corrupção, com o trânsito, com a violência, etc. Na prática ele se preocupa com a sua condição financeira, que é quem vai lhe dar possibilidades de viajar, de passear, de investir, de morar, de comer, enfim, de comprar. Quando isso é afetado, consequentemente o seu humor fica desgastado e naturalmente ele começa a perceber melhor os problemas e refletir sobre eles.
É nisso que está sintetizando os novos números do Datafolha. Na sondagem anterior a presidente tinha 65% de ótimo ou bom (superando os seus antecessores Lula e FHC com folga), agora esse contingente é de 57%. Sobre a inflação 51% dos entrevistados disseram que ela iria aumentar, no levantamento anterior esse número era de apenas 43%, enquanto o desemprego que aumentaria para 31% na sondagem anterior, agora esse contingente é de 36%. Ou seja, a percepção do eleitor sobre emprego e renda está começando a mudar para pior.
Por fim, o dado interessante sobre os números da corrida presidencial de 2014. Dilma tinha 58% das intenções de voto e caiu para 51% na nova sondagem, enquanto Aécio Neves tinha 10% e foi para 14%. Já Marina Silva e Eduardo Campos seguem estagnados com 16% e 6%, respectivamente.
Se as eleições fossem hoje, Dilma Rousseff estaria reeleita com 58% dos votos válidos (51% das inteções de voto/88% que é o somatório de todos os candidatos + 1% dos nanicos que não aparecem). No levantamento anterior Dilma teria 64% dos votos válidos (58% das intenções de voto/91% que era o somatório de todos os candidatos + os nanicos que não aparecem).
Mantidas as condições de candidaturas com Marina e Eduardo estagnados, Aécio crescendo mais quatro pontos e Dilma perdendo mais sete, teríamos um cenário daqui a três meses de maior dificuldade para a presidenta, pois os números iriam para Dilma 44%, Aécio 18%, Marina 16%, Eduardo 6% e nanicos 1%. A disputa ficaria Dilma 44% x Adversários 41%, em votos válidos Dilma ficaria com 52% e os adversários 48%, o que já colocaria o segundo turno dentro da margem de erro.
Resta saber se Dilma irá reverter a curva de queda e seus adversários estagnarão ou se ela continuará caindo e os adversários crescerão. O fato é que Aécio Neves já se mostrou relativamente competitivo, porém, ele depende das candidaturas de Marina e Eduardo para viabilizar um segundo turno. Por isso que o governo federal tem agido fortemente para inviabilizar o partido de Marina e a candidatura de Eduardo.
O cenário Dilma x Aécio é o melhor dos mundos para o PT. Enquanto Dilma x Aécio + Eduardo + Marina é o maior pesadelo do partido da estrela.
Daniel diz que política ambiental de Eduardo é distribuir cargos comissionados.
Na data em que se celebra mundialmente o Dia do Meio Ambiente, o líder da Oposição na Assembleia Legislativa, Daniel Coelho, fez duras críticas à política ambiental do governo estadual. Citando problemas em todas as regiões do Estado, o parlamentar alertou que nada, além de oficinas e simpósios, tem sido feito nos últimos dois anos e meio pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade e enfatizou: “A política ambiental do governo de Pernambuco se resumiu à distribuição de cargos comissionados”.
“A secretaria não conta, mesmo após dois anos e meio de sua criação, com quadro efetivo, possui apenas cargos comissionados. O que a gente analisa é que a política ambiental do Estado está se restringindo a uma distribuição de cargos comissionados e não a uma efetiva política a ser implementada. Isto demonstra efetivamente que a velha política, tão criticada pelo governador, está sendo praticada quando se refere à política de meio ambiente no Estado de Pernambuco. Um discurso tão diferente da realidade e da prática”, criticou Daniel.
O líder da oposição questionou ainda a falta de ações do governo e da secretaria de Meio Ambiente no Estado. “Hoje, no Dia Internacional do Meio Ambiente, em mais um de seus atos de promessas a não serem cumpridas, o governo faz o anúncio de um planejamento de sustentabilidade com investimentos na ordem de mais de 200 milhões de reais. Vejam bem: o governo chega ao seu sétimo ano sem executar praticamente nenhuma política ambiental para o Estado e, agora, apresenta um planejamento que, efetivamente, não vai ser colocado em prática. Mais uma vez, a política ambiental do Estado fica nas palavras, nas promessas e nos compromissos para o futuro. No presente, vemos muito pouco sendo feito”, enfatiza.
Em seu discurso, Daniel Coelho elencou uma série de problemas ambientais conhecidos pelo governo do Estado, mas que parecem esquecidos – já que pouco, ou nada, tem sido feito para solucionar. “No Sertão temos um problema sério de deterioração no Araripe, que era uma região arborizada, mas que, para a sustentação do polo gesseiro, a lenha tem sido utilizada como matriz econômica, o que tem acelerado o processo de desertificação da região. Esse é um problema conhecido pelo governador, mas que não tem sido enfrentado”, citou, lembrando ainda outras questões, como a do Rio Capibaribe, que passa por um processo destruição desde sua nascente, no Agreste, até uma perigosa dragagem, no Recife, realizada sem licença ambiental e que está retirando material contaminado, como mercúrio, de suas águas.
Por fim, citou o que seriam as duas únicas conquistas ambientais do governo estadual – frutos, justamente, da ação da oposição. “Se formos falar de conquistas ambientais para o Estado, existem duas, que são conquistas da oposição desta Casa. Elas se referem à desistência do governo do Estado de conceder a licença para a instalação de uma usina nuclear em Itacuruba e para fazer uma usina termelétrica a óleo na cidade do Cabo. Essas foram as duas maiores conquistas do governo: ter ouvido a oposição, a pressão popular, e ter compreendido que o momento não era para investir em energia nuclear ou investir numa termelétrica a óleo”, concluiu.
Armando cogita se aliar ao PT para disputar governo.
Cotado para disputar o governo de Pernambuco em 2014 com o apoio de Eduardo Campos (PSB), o senador Armando Monteiro Neto (PTB) admite concorrer por uma outra coligação, da qual participaria também o PT, e coloca em xeque a aliança mantida pelo presidenciável do PSB.
Ex-presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Monteiro Neto critica a tese do “hegemonismo partidário” do PSB, segundo a qual a sigla presidida por Campos buscaria o nome para a sucessão pernambucana apenas dentro do próprio partido.
“Quero saber até que ponto nessa aliança existem parceiros ou partidos de duas classes”, disse. “Se existem aqueles que andam no banco da frente e outros que estão condenados a andar no banco de trás.”
Uma nova aliança de partidos em Pernambuco interessa ao governo federal, que precisa montar um palanque forte no Estado para a presidente Dilma Rousseff, caso Campos confirme sua candidatura à Presidência.
Aliado de Campos, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), também é cotado para mudar de partido e participar dessa chapa aliada ao governo federal.
Em entrevista à Folha nesta segunda-feira (3), Monteiro Neto disse que não faz parte de “nenhum entendimento” e afirmou que sua candidatura ao governo do Estado independe de uma decisão do PTB em relação a coligações nacionais.
Folha- Quem o PTB tende a apoiar para presidente da República?
Armando Monteiro Neto –O PTB é um partido que vive uma situação curiosa. As bancadas no Congresso estão muito alinhadas com o governo, e a executiva, por conta da força e da liderança do presidente [licenciado] Roberto Jefferson, que tem uma ligação diferente com o governo, não tem esse mesmo alinhamento. Mas muitos atuam no partido para que se busque uma posição convergente.
Hoje a executiva tende a apoiar quem?
O Roberto Jefferson está afastado, e o presidente interino, Benito Gama, é uma pessoa ligada a ele e, pelo que se fala, há uma perspectiva de que venha a participar de uma posição no governo. Seria sintomático ele vir a participar de algum espaço no governo.
O PTB com Dilma fecharia uma janela para o senhor na disputa pelo governo de Pernambuco?
Eu não diria isso. Do mesmo modo que o governador tem o grau de liberdade dele para poder decidir seu processo sucessório, eu também tenho um grau de liberdade, na medida em que não sou parte de nenhum entendimento que passe por apoio nacional. Há entendimentos e conversas que o governador manteve com o partido que nem foram intermediados por mim. O governador tem seus canais também.
Então o sr. se sente à vontade para trabalhar sua candidatura a governador independentemente de uma decisão a nível nacional do PTB?
Eu acho que sim. A minha candidatura não está condicionada a esse processo do partido a nível nacional. É claro que um alinhamento seria desejável, mas não é algo que condicione essa posição. O PTB tem uma condição de mobilidade natural. Estamos inseridos num campo em que coerentemente estivemos ligados ao PT e ao PSB. Dialogamos bem com os dois partidos.
Um alinhamento com a presidente Dilma facilitaria uma reaproximação com o PT no Estado?
É uma outra hipótese. No Congresso eu integro a base do governo federal. Fui eleito em 2010 em um palanque com o PSB e o PT.
O sr. considera sair em uma chapa com o PT e o ministro da Integração Nacional?
Isso não está posto porque ainda não temos definições claras no processo. O governador não assume sua candidatura à Presidência. O PT está no governo dele [Campos], e o PSB está no governo Dilma. E o PTB está no governo dele aqui. Não há ainda algo que indique que essas figuras estarão separadas. Mas vai haver um momento em que ele terá de explicitar as posições. E aí veremos se isso corresponderá a um distanciamento, a um rompimento.
A sua candidatura ao governo independe de um acerto com o governo do Estado?
Eu estou numa aliança cujo condutor natural do processo é o governador. Nós estamos aguardando o encaminhamento desse processo, que poderá se dar de forma a termos um único palanque em Pernambuco ou termos dois palanques. Isso vai depender de uma decisão do governador, se ele é ou não candidato a Presidência. E com relação ao encaminhamento da sucessão [estadual], a partir daí, também da explicitação de critérios políticos que vão orientar isso.
O governador parece querer um candidato do próprio partido.
Fala-se em alguns círculos aqui num certo hegemonismo partidário, ou seja, que o candidato tem que ser do partido dele. Isso é uma condição para o processo? Na essência é uma certa negação do espírito de aliança. É como se houvesse na aliança partidos de duas classes. Eu quero saber até que ponto nessa aliança existem parceiros ou partidos de duas classes. Se existem aqueles que andam no banco da frente e outros que estão condenados a andar no banco de trás.
O sr. considera que a mudança de partido do vice-governador, João Lyra Neto, do PDT para o PSB, é um indicativo de que ele será o candidato da aliança?
Eu acho que um vice-governador tem credenciais para postular o cargo, mas para isso ele nem precisaria mudar de partido. Até que ponto isso foi uma exigência do PSB ou correspondeu a um ato do vice-governador eu não tenho essa resposta. Mas sei que ele já declarou um desconforto dele e do partido. Então posso entender que isso se deu muito mais por motivação pessoal do que por exigência externa.
O governador diz que só cuida de 2014 em 2014. O calendário de quem está no poder pode ser igual ao de quem espera uma decisão?
Alguém disse com propriedade que todos têm seu próprio relógio. O nosso está na sintonia da aliança. Mas eu tenho impressão que a definição não poderá ser no ano que vem. Não digo nem pela vontade do PTB, mas pela dinâmica do processo político. Essa definição da candidatura nacional vai esperar até o próximo ano? Me parece que não. E isso vai condicionar os outros movimentos. Estamos em junho e já há um caldo, tanta especulação, tantos movimentos identificados. Eu acho que até setembro essas coisas têm que estar mais ou menos definidas, encaminhadas.
O sr. também vai se definir até setembro?
Até lá nossa aliança no Estado tem que tomar um rumo. O que eu posso dizer é que o PTB tem legitimamente a aspiração de conduzir um projeto político-administrativo no Estado. Portanto nós temos a nossa autonomia, a nossa própria identidade, a nossa trajetória que nos autoriza a aspirar um projeto próprio.
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