Candidatura de Marília Arraes atrapalha Paulo e Armando
A pré-candidatura da vereadora Marília Arraes ao governo de Pernambuco caiu nas graças da população, que através das redes sociais demonstra bastante entusiasmo com o projeto apresentado pela neta de Arraes. O sucesso desta candidatura é fruto de um exaurimento do PSB, cuja hegemonia já dura doze anos no estado, mas também da falta de entusiasmo do eleitor com o projeto representado por Armando Monteiro, que mesmo tendo sido adversário do atual governador em 2014, foi incapaz de polarizar com Paulo durante três anos e meio, e segue sem fazer este contraponto.
A consolidação de Marília no jogo é ruim para os dois projetos representados por Paulo e Armando. Para o atual governador, a presença da vereadora consolida a existência do segundo turno, o que é um péssimo sinal para o socialista, cujas chances maiores passam por vencer no primeiro turno. Mas para Armando não é diferente, porque mesmo com toda retaguarda partidária, Armando corre um risco real de ficar de fora da segunda etapa perdendo a vaga para Marília, que já se apresenta com mais votos que ele nas pesquisas.
A população dá claras demonstrações de insatisfação com os políticos tradicionais, e por isso Jair Bolsonaro vem ocupando espaços cada vez mais significativos no plano nacional, e em Pernambuco Marília é quem tem canalizado toda esta insatisfação. O discurso de Marília tem aderência porque ela é coerente, corajosa, determinada, jovem e mulher. Para um estado de característica lulista, como Pernambuco, o projeto representado por Marília está caindo como uma luva.
Apesar de muitos dizerem que ela não vai a lugar nenhum porque não tem estrutura, é importante frisar algumas eleições que mostraram que a estrutura nem sempre prevaleceu. Tivemos em 2000 a vitória de João Paulo contra todo aparato de Roberto Magalhães. A vitória de Eduardo Campos em 2006 sendo o candidato com menos volume de campanha entre os três principais nomes. A eleição de Elias Gomes em Jaboatão dos Guararapes em 2008 contra toda a retaguarda de André Campos e mais recentemente a vitória do Professor Lupercio em Olinda contra todo poderio dos Urquiza, do PCdoB e de Antonio Campos.
Nem sempre a lógica financeira prevalece. As vezes a coerência e o sentimento de saturação com tudo que está colocado termina forjando novas lideranças. Se porventura Marília conseguir convencer o PT a dar-lhe legenda para a disputa, é muito difícil segurar a onda que está se formando em torno dela, e poderá sacramentar em Pernambuco o fim dessa política tradicional que acha que juntar um bocado de político num palanque é suficiente para convencer um eleitor cada vez mais conectado e saturado com aqueles que representam o passado.
Gula – Muitos políticos estão chamando Mendonça Filho de guloso. Isto porque ele quer eleger a irmã Andrea deputada estadual e o filho Vinícius deputado federal. Apesar de querer ser majoritário, uma vez que disputará o Senado, ele decidiu colocar dois candidatos competitivos para a Alepe e para a Câmara Federal, criando um problema com aliados e políticos que consideravam lhe dar o voto para o Senado.
Abordagem – Outra reclamação da classe política tem sido a abordagem do ex-ministro aos prefeitos de todo o estado. Quando ele é apresentado a um prefeito, Mendonça pergunta logo se tem deputado federal e estadual, quando a resposta é positiva, ele passa a conversar com o prefeito sem qualquer entusiasmo, o que tem gerado ruídos entre toda a classe política.
Ausência – Durante a visita do governador Paulo Câmara ao Sertão de Itaparica, nenhum integrante do Solidariedade se fez presente nos eventos. Os deputados federais Augusto Coutinho e Kaio Maniçoba e o deputado estadual Alberto Feitosa, todos com votos na região, não acompanharam o governador. Outra ausência notada foi a ex-prefeita de Floresta Rorró Maniçoba, que apesar de ser do PSB, não acompanhou o governador. Este recado denota a insatisfação do Solidariedade com o tratamento dispensado pelo Palácio do Campo das Princesas ao partido.
Diálogo – Em Jaboatão dos Guararapes, os vereadores que passaram a integrar a oposição reclamam do secretário de articulação política Robson Leite, que não teve votos para se reeleger vereador e ainda ensaiou apoiar Neco no segundo turno em 2016, sem qualquer afinidade e nenhum compromisso com o prefeito. Há quem afirme que se Robson Leite for substituído, a relação do executivo com a Câmara Municipal poderá melhorar muito, porque ele é escorregadio e não consegue resolver as demandas dos vereadores.
RÁPIDAS
Abastecimento – É de causar estranheza e perplexidade as justificativas do ex-prefeito Jorge Alexandre no caso do uso indevido de combustíveis no seu governo. Afinal, se o contrato disponibiliza cartões individuais para cada veículo, por que usar cartões “genéricos” para abastecer todos os veículos das secretarias?
Sucesso – O São João de Vitória de Santo Antão ganhou muitos elogios pela estrutura, organização e atrações que se apresentaram. Com quatro dias de festa, Vitória conseguiu entrar no rol das melhores festividades do estado. O prefeito Aglailson Junior promete uma festa ainda melhor na edição de 2019.
Inocente quer saber – Quando Armando Monteiro adotará uma postura mais incisiva no confronto com Paulo Câmara?