Por Dany Amorim*
Invariavelmente, a resposta a esta pergunta abarca uma bateria de princípios e valores de feição muito previsível.
Os eleitores apontariam certamente, entre outros, conceitos como ética, respeito, responsabilidade, compromisso, decência, zelo, integridade. Tanto nas regiões mais distantes e ainda sob influência de caciques políticos quanto nos centros de maior consciência política, a valoração ancorada na moralidade assume a liderança das preferências.
As demandas nessa direção são diretamente proporcionais ao intenso noticiário dando conta da grande corrupção, jogo de poder e vaidade desconstrutiva.
Por isso, as próximas eleições municipais deverão ser mais seletivas que as anteriores, na crença de que o eleitorado comparecerá às urnas com um sentimento de que poucos políticos estão a merecer o seu voto.
Umas das principais exigências que a população faz é que o político mantenha sintonia com as demandas sociais. Por isso que a proximidade com o povo é um conselho a ser respeitado.
A desconfiança que se espraia em relação a tudo que se liga à política leva o eleitor a querer ouvir candidatos, sentir seu pulso, examinar de perto se a palavra dada será cumprida.
O cidadão quer enxergar o valor da autoridade.
Equilíbrio é outro valor que se exige, pela necessidade de se distinguir um sujeito harmônico, sereno, capaz de traduzir sentimento de justiça. Estes valores se integram e acabam conferindo ao político confiabilidade e respeitabilidade, valores que foram esgarçados pelo tufão de escândalos que assola a vida política. Resgatar a crença na política não é tarefa fácil. E só alguns conseguirão ser bem-sucedidos nessa missão.
Os desafios da administração pública e as demandas crescentes das comunidades estão a exigir conhecimento e experiência dos políticos, ferramentas necessárias para o encontro de soluções rápidas, factíveis e justas. Quanto à experiência, não carece ela ter sido realizada na vida pública, podendo o candidato trazer da iniciativa privada uma bagagem de empreendimentos e feitos. As pessoas, regra geral, desconfiam de aventureiros e ignorantes por considerá-los uma “aposta cega, um tiro no escuro”.
O preparo, o discurso bem ordenado, a fluidez de ideias compreensíveis pode ajudar a elevar a imagem.
Há, porém, um valor-conceito que expressa o esqueleto vertebral do político: trata-se da identidade, que abrange a história, o pensamento, a coerência, os sentimentos e a maneira de ser. Se a identidade é forte e positiva, o candidato será sempre associado às lembranças boas de seus eleitores e admiradores. Um bom político tem que se perguntar: É isso que eu quero construir? É isso que eu lutar? É isso que eu quero ser na política como representante do povo?
*Dany Amorim é jornalista e diretora da Espalha Comunicação