Cresce a possibilidade de União Brasil e PSDB terem único nome em Pernambuco
A medida em que o quadro começa a se estreitar para a disputa pelo Palácio do Campo das Princesas, a realidade começa a se sobrepor aos projetos pessoais e a conjuntura nacional poderá obrigar os postulantes Miguel Coelho e Raquel Lyra a terem uma única candidatura ao governo de Pernambuco.
No âmbito nacional, ainda que não haja a federação, a sinalização de João Doria desistir de sua candidatura ao Planalto poderá ajudar num entendimento entre PSDB, União Brasil e MDB em torno da senadora Simone Tebet, o que representaria pela primeira vez na história desde 1989 o fato de o PSDB não ter candidato a presidente.
Esta convergência nacional poderia direcionar os partidos a fazerem concessões nos estados e consequentemente viabilizarem palanques robustos de centro para alavancar Tebet na disputa, e mais do que isso, ajudar a ter nomes competitivos para os governos estaduais. Já não se descarta que o União Brasil poderia indicar o deputado federal Luciano Bivar como candidato a vice-presidente da senadora, e com isso o PSDB tentaria manter sua hegemonia em São Paulo com a reeleição de João Doria e o União Brasil ficaria com o direito de indicar o candidato a governador da Bahia, que seria o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto.
Em Pernambuco, há dois projetos conflitantes, Miguel Coelho e Raquel Lyra só consideram disputar o governo, o primeiro não tem idade para disputar o Senado, enquanto a segunda tem um significativo apelo eleitoral por ser uma mulher que fugiria da dicotomia de Lula e Bolsonaro e poderia, por ter o álibi do apoio a Simone Tebet viabilizar um projeto mais competitivo, e não estaria disposta a tentar a Câmara Alta.
Apesar de ser pré-candidato a governador, Miguel Coelho teria que contar com a simpatia de Bruno Araújo, Raul Henry e Luciano Bivar e apresentar argumentos consistentes de que sua postulação seria mais competitiva e mais forte que a de Raquel Lyra. Nos bastidores, Henry e Bruno seriam muito mais simpáticos a Raquel, cabendo a Bivar a função de consolidar o nome da tucana como a opção do grupo ou brigar pela manutenção de Miguel no páreo, já que ele é seu correligionário.
Artífice – Um dos grandes quadros do PSB, o deputado federal Milton Coelho teve papel determinante na viabilização de Danilo Cabral como pré-candidato da Frente Popular a governador. A forte articulação de Milton ou ajudou na busca pela reeleição e em caso de vitória de Danilo em outubro, será um dos nomes mais fortes dentro do PSB num eventual governo.
Sem veto – A respeito da declaração de que caberia um nome de centro na disputa pelo Senado da Frente Popular, o deputado federal Augusto Coutinho, em contato com esta coluna, afirmou que não há veto a nomes do PT, mas entende que a Frente Popular deve levar em consideração a importância dos demais partidos de centro para a indicação do candidato ao Senado.
Inocente quer saber – Luciano Bivar prefere Miguel Coelho ou Raquel Lyra para disputar o governo?