O deputado federal Roberto Freire, presidente nacional do PPS, enviou um ofício destinado ao diretório estadual da sigla mandando suspender o ato marcado para este sábado que seria o congresso estadual do partido. Freire sinalizou que existe a possibilidade da entrada de deputados federais de vários estados no partido, inclusive em Pernambuco, que deverá receber o deputado federal Daniel Coelho. Com isso, Freire dá um freio de arrumação no partido, que estava emitindo sinais de insatisfação com a entrada do parlamentar no estado, que chegará a sigla para ser o seu maior expoente em Pernambuco.
Coluna do blog desta quinta-feira
Humberto Costa corre o risco de sofrer uma nova derrota em 2018
Recordista em derrotas majoritárias em Pernambuco, o senador Humberto Costa perdeu nada menos do que seis disputas no estado, sendo de longe aquele que mais foi rejeitado nas urnas, foi três vezes candidato a prefeito do Recife, duas a governador e uma a senador. Somente numa ocasião sagrou-se vitorioso, que foi para o Senado em 2010, mesmo assim acabou ficando em segundo lugar elegendo-se fortemente pelo prestígio de Eduardo Campos, reeleito com a maior votação da história de Pernambuco.
Nas eleições deste ano, Humberto sonha acordado em ser novamente candidato a senador na chapa do PSB e crê que o governador Paulo Câmara, assim como Eduardo Campos em 2010, o puxará na eleição. Historicamente os governadores eleitos arrastaram os senadores, com apenas dois pontos fora da curva e por isso Humberto aposta na vitória de Paulo para renovar seu mandato.
Ocorre que não há indicativo de que o governador eleito em outubro atinja mais de 60%, o que beneficiaria fortemente seus candidatos a senador. Além do mais, existe indícios de uma chapa formada por Paulo Câmara, Humberto Costa e Jarbas Vasconcelos, fato que pode ser mal interpretado pelo eleitor em potencial de Humberto que sempre teve verdadeira ojeriza a Jarbas e que não teria o menor estímulo de pedir votos para o petista numa chapa composta por um dos maiores desafetos do PT no estado.
No caso de ser candidato a deputado federal, Humberto crê que contará com a força do fundo eleitoral do PT e ainda com a distribuição de bases por parte do governador para garantir sua vitória. O problema é que no chapão do PSB serão necessários mais de 100 mil votos, e Humberto não goza de prestígio junto a militância do PT, que deverá correr em massa para Marília Arraes caso ela dispute um mandato de federal.
Além do mais contar que o Palácio irá garantir o que falta para elegê-lo federal é no mínimo ingenuidade, uma vez que o governador tem João Campos, Felipe Carreras, Milton Coelho, Gonzaga Patriota, Raul Henry, Danilo Cabral e Fernando Monteiro que já estão na conta do Palácio para serem resolvidos. Se o governo conseguir dar a Humberto 10 a 15 mil votos com prefeitos será muito. Desde 2000 sem disputar eleições proporcionais quando se elegeu vereador e desde 1994 longe da disputa de federal, Humberto não tem o know-how da engenharia do voto.
Então tanto para o Senado quanto para deputado federal, Humberto Costa tem maior probabilidade de perder do que de ganhar, e numa chapa majoritária tira mais votos do que pode conseguir.
Inelegivel – Com a condenação de João Paulo pelo TJPE ontem, o ex-prefeito ficou inelegivel e consequentemente estará fora das eleições deste ano. Pela lei da Ficha Limpa, quando um político é condenado por órgão colegiado não consegue candidatar-se a nenhum cargo. O caso de João Paulo é idêntico ao de Lula, que também está fora das eleições deste ano.
Polivalente – João Fernando Coutinho ao oficializar a ida para o PROS ficou mais flexível para decidir em qual coligação estará. Evidentemente a prioridade é continuar na Frente Popular, mas poderá considerar outras chapas se forem necessários menos votos para se eleger. João deixou de ser soldado raso no PSB para ter patente alta no PROS.
Desidratação – O deputado federal Betinho Gomes (PSDB) vem passando por um momento extremamente difícil na sua carreira política no Cabo de Santo Agostinho. Seu grupo vem desidratando a olhos vistos, todos os dias tem uma baixa significativa. Desta vez quem o deixou foi o advogado Tadeu Anjos, que nas eleições de 2016 obteve 1.353 votos. O tucano vem definhando tanto no Cabo quanto em Jaboatão, suas principais bases nas eleições de 2014 quando chegou ao mandato na Câmara Federal.
Vereadores – O advogado eleitoral Bruno Martins alerta que não existem mais dúvidas de que a janela partidária não se aplica aos vereadores em 2018. Apenas os deputados federais e estaduais, que estão em fim de mandato, se beneficiam do instituto. O entendimento foi sacramentado em sessão do TSE, em Brasília na terça-feira (13), na resposta dada à consulta feita pelo deputado federal Fernando Francischini (PSL-PR). Com isso, o vereador que mudar de partido para ser candidato em 2018, pode ter o mandato requerido pelos partidos, suplentes ou Ministério Público na Justiça Eleitoral.
RÁPIDAS
Fenômeno – A vereadora Marília Arraes não é apenas um fenômeno de votos, uma vez que já possui dois dígitos nas pesquisas para governadora. Nas redes sociais ela é de longe a pré-candidata mais bem-quista dentre os postulantes ao Palácio do Campo das Princesas. Faltando seis meses para a eleição, Marília já é mais forte do que Eduardo era em 2006 neste mesmo período.
Daniel Coelho – O deputado federal Daniel Coelho fez uma enquete no Instagram perguntando se deveria sair do PSDB. 82% disseram que ele deveria sair do partido. O caminho de Daniel será o PPS e ele pretende ser candidato a senador na chapa de Armando Monteiro.
Inocente quer saber – O que Gleisi Hoffman e Paulo Câmara conversaram no escritório de representação do governo de Pernambuco em Brasília?
Coluna do blog desta terça-feira
Duas candidaturas voltam ao radar da oposição
Passados dez dias do encontro em que foi anunciada a tese de uma única candidatura ao governo de Pernambuco lançada pela oposição, ainda há muitas dúvidas quanto a formalização desta tese, sobretudo porque existem duas pré-candidaturas postas que possuem características distintas que são a dos senadores Armando Monteiro e Fernando Bezerra Coelho, e há uma certa dificuldade para que o projeto seja unificado numa candidatura.
O que está presente nas avaliações é que uma única candidatura enfrentando a força da máquina de Paulo Câmara poderia preservar as chapas proporcionais mas dificultaria muito as chances de um projeto majoritário lograr êxito. O mano a mano tende a beneficiar quem disputa com a força da máquina, no caso Paulo Câmara.
Na conta das chapas proporcionais, mais do que eleger senadores, a oposição precisa renovar mandatos, porém existem pelo menos quatro nomes que aceitariam ir para o Senado no intuito de arriscar emplacar uma disputa majoritária, que seriam Silvio Costa, Daniel Coelho, João Lyra Neto e André Ferreira, que integra a base governista mas poderia disputar uma vaga de senador na oposição e teria boas chances num quadro de seis candidatos ao Senado.
Todos estes quatro candidatos a senador não teriam grandes prejuízos para as chapas proporcionais, uma vez que João Lyra segue em dúvidas se entra na disputa pra federal, Silvio Costa pretende ser candidato a senador já faz um bom tempo, André Ferreira tem uma boa retaguarda para arriscar mandato e Daniel Coelho se animou recentemente para entrar neste projeto majoritário.
Com as duas candidaturas de volta ao radar, a oposição repetiria a estratégia vitoriosa que levou Eduardo Campos ao Palácio do Campo das Princesas em 2006, além do mais quem perdesse para o Senado, em caso de vitória de um nome oposicionista para o governo, seria abrigado no secretariado de um governador eleito. A oposição começa a entender que as duas candidaturas ao governo são primordiais para tentar quebrar a hegemonia do PSB, pois qualquer que seja o candidato único a enfrentar Paulo Câmara terá mais chance de perder do que ganhar a disputa em outubro.
Decisão – O ministro do TSE Admar Gonzaga decidiu ontem que a reforma do estatuto do MDB não poderia retroagir e consequentemente neutralizou os efeitos do primeiro pedido de dissolução do diretório estadual, o que em tese beneficiaria Jarbas Vasconcelos e Raul Henry, porém reconheceu a legitimidade estatutária do diretório nacional para proferir a dissolução.
Interpretação – A decisão, segundo uma fonte ouvida pelo blog, neutraliza a possibilidade de o primeiro pedido de dissolução seguir adiante, uma vez que ele foi apresentado antes da alteração do estatuto ser homologada, porém o posicionamento do ministro deixa o caminho aberto para o segundo pedido de dissolução, uma vez que a alteração já estava homologada pelo TSE, não havendo, portanto, qualquer dúvida a respeito da competência do órgão para proferir a dissolução, argumento que estava sendo utilizado pelo diretório estadual para procrastinar o feito.
Substituto – Ganha força para substituir Mendonça Filho no ministério da Educação o professor Mozart Neves, que também é pernambucano e foi reitor da UFPE e secretário estadual de Educação. Mendonça trabalha para emplacar o substituto no MEC e se for Mozart as chances dele lograr êxito na empreitada são elevadas.
Embaralhando – Durante a sua entrevista ao Roda Vida, o ministro da Educação Mendonça Filho, que deixa a pasta daqui a menos de um mês, afirmou que poderá ser candidato a governador ou a senador em outubro. A afirmação do ministro deixa o jogo da oposição mais embaralhado e corrobora a hipótese de a única candidatura anunciada em Caruaru não ter prosseguimento.
RÁPIDAS
Destino – Na Assembleia Legislativa de Pernambuco não se falava noutra coisa, senão no destino de Junior Uchoa e do presidente Guilherme Uchoa. O que se comenta é que a filiação de ambos ao PSC é prego batido e ponta virada, devendo ser anunciada pelo deputado estadual André Ferreira, presidente da sigla, nos próximos dias.
Diálogo – O deputado federal Wolney Queiroz esteve reunido com o governador Paulo Câmara no Palácio do Campo das Princesas e a conversa entre ambos foi a melhor possível. O PDT, partido de Wolney, comanda a secretaria de Agricultura no governo Paulo Câmara e voltará a integrar oficialmente a Frente Popular, uma vez que em 2014 mesmo Wolney apoiando o governador, o PDT esteve na coligação de Armando Monteiro.
Inocente quer saber – Afinal de contas, a decisão do ministro do TSE Admar Gonzaga beneficia Jarbas Vasconcelos ou Fernando Bezerra Coelho?
Daniel Coelho pode levar jovens candidatos para o novo PPS
Uma possível ida do deputado federal Daniel Coelho para o PPS, que já estuda mudança de nome para Movimento 23, M23, pode ser grande novidade entre as chapas para a Assembleia Legislativa de Pernambuco.
Nomes como Ricardo Cruz, Maria do Céu, Karla Falcão, Zé Neto, Sinvaldo, Jesuino, João Luis e Fernando Holanda estão se mobilizando para formar uma chapa na Alepe que pode eleger os deputados com menos votação na próxima legislatura. Seria uma chapa repleta de jovens.
A chapa, segundo as contas dos integrantes, pode eleger dois deputados estaduais, sendo o segundo eleito com menos de 20 mil votos, pois tem dez pré-candidatos com potencial de 10 a 15 mil votos, composta por membros do Agora, Acredito, Livres e Renova que devem ingressar no renovado M23.
Coluna do blog desta quarta-feira
Candidatura de Marília Arraes além de reoxigenar o PT, fortalece a chapa proporcional
A pré-candidatura de Marília Arraes ao governo de Pernambuco é de longe o grande fato novo da disputa de 2018. Ela vem conquistando um espaço nesta fase de pré-campanha de fazer inveja a Paulo Câmara e Armando Monteiro que foram candidatos em 2014 e pretendem reeditar a disputa em 2018. Apesar de nunca ter disputado eleição majoritária, Marília aparece com cerca de 15%, empatada tecnicamente com o governador e muito próxima do que tem o senador Armando Monteiro.
No plano nacional, o PSB decidiu que não marchará com ninguém, deixando os estados livres para formalizar uma aliança com quem bem entender. Essa decisão evidencia que não há motivos para reciprocidade do PT com o PSB em Pernambuco, uma vez que a principal justificativa da aliança, que era a eleição presidencial e a coligação de PT e PSB, caiu por terra no encontro nacional do partido em Brasília no último final de semana.
O PT nunca conseguiu se consolidar em Pernambuco, nem mesmo na época em que Lula foi presidente e João Paulo era prefeito do Recife, o partido alcançou o Palácio do Campo das Princesas. A própria vitória de Humberto Costa para o Senado em 2010 foi fruto do poderio eleitoral de Eduardo Campos, mesmo assim Humberto iniciou liderando a corrida e acabou ficando em segundo lugar tendo menos votos que Armando.
Essa candidatura de Marília Arraes caiu como uma luva para o PT, que estava machucado com o processo de impeachment e de mais uma derrota na disputa pela prefeitura do Recife. Marília ajudou o partido a se reencontrar com as bases e representa no seu projeto parte do que um dia Miguel Arraes e Eduardo Campos representaram. Ela é jovem, mulher, aguerrida e destemida, é de longe a personagem que pode representar a ressureição do PT em Pernambuco.
Nas eleições de 2006, mesmo ficando em terceiro lugar com 25% dos votos válidos, o PT garantiu para a sua coligação 155 mil votos de legenda para federal e 156 mil para estadual. Passados 12 anos daquele pleito, com o aumento do eleitorado e um desgaste da classe política tradicional, Marília pode representar a esperança e a renovação política, o que garantiria pelo menos cerca de 100 mil votos de legenda para o partido nas duas eleições proporcionais. Isso garantiria a vitória de pelo menos um deputado estadual, mas que evidentemente com o lançamento de candidaturas representativas do PT, as chances são elevadas de emplacar três deputados estaduais, e no plano federal encaminharia a primeira vaga e daria grandes chances de eleger pelo menos dois deputados federais. O PT com Marília disputando o governo deixaria a marca de não eleger nenhum deputado federal para garantir pelo menos dois representantes, e para estadual renovaria a bancada e poderia garantir a chegada de um terceiro nome.
Bancar Marilia Arraes é pensar no futuro do partido, é deixar em segundo plano as vaidades pessoais de Humberto Costa e João Paulo, que há muito tempo já deram o que tinha de dar, e não ofertam mais nenhuma perspectiva política para o PT. Em nome do presente e do futuro do PT, eles devem abrir alas para Marilia passar, porque somente ela representa o verdadeiro ressurgimento do partido em Pernambuco.
Lebre – Aliados do governador Paulo Câmara dizem que o senador Fernando Bezerra Coelho vendeu gato por lebre ao dizer que levaria quatro deputados federais para o MDB e que nem Fernando Filho irá para o partido por conta da indefinição partidária. O Palácio comemorou e muito a decisão de uma candidatura e lançamento dia 20 de abril na oposição porque tem absoluta certeza que até lá Fernando não pegará o MDB e consequentemente ficará de fora da disputa pelo governo.
Mata Norte – O deputado federal Daniel Coelho está fazendo movimentos bastante consistentes na região da Mata Norte. Ele deverá atingir boa votação na região e compensar naturais perdas na Região Metropolitana do Recife. Daniel ainda não decidiu se fica no PSDB ou se irá para o PPS, mas só trocará a sigla tucana se for para comandar o PPS no estado.
André Ferreira – Cortejado pelo Palácio do Campo das Princesas, o deputado estadual André Ferreira, pré-candidato a senador pelo PSC, também está sendo flertado pelo senador Armando Monteiro na disputa pelo governo de Pernambuco. Representante do segmento evangélico e integrante de um grupo político em ascensão, para onde André pender, estará ajudando a sacramentar a eleição.
Trânsito – Os vereadores Marco Aurélio (PRTB), Wanderson Florêncio (PSC) e Gilberto Alves (PSD), membros da comissão especial para fiscalizar o trânsito, viajaram a São Paulo para conhecerem a realidade do tráfego na capital paulista, e poder trazer experiências para a situação do trânsito do Recife que a cada dia que passa vem ficando insuportável.
RÁPIDAS
Corpo – A pré-candidatura de Antonio Souza, presidente estadual do PROS, ao Senado, vem ganhando destaque nos bastidores da política, tendo em vista a capacidade de organização e articulação que vem sendo conduzidas por Antonio, com vistas a disputa eleitoral deste ano.
PROS – Por falar em PROS, o Palácio do Campo das Princesas está articulando a filiação de candidatos que tenham potencial entre 20 e 30 mil votos em um partido para formalizar uma chapinha competitiva para deputado estadual e tudo indica que este partido poderá ser o PROS, que em 2014 elegeu um deputado estadual.
Inocente quer saber – O Palácio pode mesmo comemorar a ausência do senador Fernando Bezerra Coelho na disputa pelo governo?
Coluna do blog desta terça-feira
Palácio quer diminuir influência de Guilherme Uchoa
No início do governo Paulo Câmara, pouca gente lembra, mas o PSB que havia elegido 15 deputados estaduais não queria o quinto mandato de Guilherme Uchoa, tanto é que incentivou a candidatura de Waldemar Borges para a presidência, quando percebeu que não tinha a menor chance de derrotar Guilherme no voto, abdicou de lançar candidato e impôs Lula Cabral para a primeira-secretaria. No voto, Guilherme ajudou Diogo Moraes e praticamente casou a sua votação, garantindo a vitória de Diogo, que recebeu um veto explícito do Palácio mas bateu chapa e venceu a disputa.
De lá pra cá a relação entre Palácio e Guilherme nunca foi muito boa. E mesmo Guilherme tendo conquistado o sexto mandato, a ordem entre os aliados do governador é diminuir a força de Guilherme dentro da Assembleia Legislativa de Pernambuco. Para isto já está sedimentado que desta vez o Palácio terá candidato próprio e não aceitará que ele conquiste o sétimo mandato. Mais do que isso, o governo já decidiu que se Guilherme quiser, entra no PSB, mas se não quiser, a porta da rua é a serventia da casa. Uma fonte palaciana afirmou que o governo já não suporta mais Guilherme e acredita que já passou da hora dele perder o protagonismo na Casa Joaquim Nabuco.
A questão da chapinha de federal, que foi fruto de uma grande confusão, é prego batido e ponta virada. O governo já percebeu que só terá o apoio irrestrito dos candidatos de menos votos se houver a chapinha, e entende que é melhor para a reeleição do governador que ela ocorra. A afirmação do Palácio ao presidente da Alepe de que a chapinha não existirá foi a maneira que encontrou para que esta situação seja empurrada com a barriga até o próprio Guilherme se dar conta de que a situação já está resolvida.
O Palácio também avalia que Guilherme a essa altura da vida não terá coragem de romper e por isso ele aceitará a chapinha de bom grado, mas se eventualmente romper com o governador, Junior Uchoa terá que se contentar com os movimentos que ocorrerão em cima das suas bases por parte de aliados do governo. O governo quer ganhar a eleição e quer ter maior peso na situação da mesa diretora e da própria Assembleia no novo governo, uma vez que considera a possibilidade de emplacar tanto o presidente quanto o primeiro-secretário, e relegar a Guilherme um papel de coadjuvante no processo da Casa Joaquim Nabuco.
Sebastião Oliveira – Aliados do secretário dos Transportes Sebastião Oliveira não entendem o motivo de todo mundo ser lembrado para a majoritária de Paulo Câmara menos ele. Isso tem gerado uma insatisfação entre os aliados do secretário. Inclusive há informações de negociação com a oposição pois lá seria mais fácil reeleger Henrique Queiroz e Rogério Leão com cerca de 40 mil votos, enquanto no chapão precisa-se de 50 mil.
PROS – Surgiu a informação de que o deputado federal João Fernando Coutinho se filiar ao PROS numa composição com o presidente da sigla Antonio Souza. Ele negou a informação, mas segundo uma fonte ouvida pelo blog, as negociações existem e poderão avançar nos próximos dias. Filiado ao PROS, João teria maior flexibilidade para decidir se fica com Paulo Câmara.
Chapa – Só é interessante para Armando Monteiro entrar na disputa pelo governo de Pernambuco se tiver Fernando Filho de vice, e Mendonça Filho e Bruno Araújo disputando o Senado. Com isso ele teria a garantia do empenho de todos os principais partidos e aliados do seu projeto, caso contrário Armando poderá entrar numa disputa na mesma situação que ficou em 2014 quando não pôde contar com a solidariedade eleitoral de muita gente.
Daniel Coelho – O deputado federal Daniel Coelho está caminhando a passos largos para filiar-se ao PPS. No partido de Roberto Freire ele entrará como comandante, uma vez que Raul Jungmann seguirá no ministério da Segurança Pública e não será candidato nestas eleições. Caberá a Daniel decidir se disputa uma eleição majoritária ou se renova o mandato de deputado federal.
RÁPIDAS
Casa Civil – O chefe da assessoria especial José Francisco Neto será o substituto de Nilton Mota na secretaria da Casa Civil. O martelo já foi batido porque Zé Neto é da estrita confiança do governador e circula bem entre a classe política. Nilton deixará a pasta para renovar seu mandato de deputado estadual.
Prazo – Finda na próxima quinta-feira o prazo dado pelo Tribunal Superior Eleitoral para que a Justiça Estadual se pronuncie a respeito do processo de dissolução do diretório estadual do MDB. A partir de então, é possível que haja alguma movimentação mais relevante sobre o tema, que caminha para ser o divisor de águas nas eleições deste ano.
Inocente quer saber – Jarbas Vasconcelos deixará a disputa eleitoral para seguir brigando pelo comando do MDB?
Coluna do blog desta segunda-feira
Sem FBC na majoritária, a chapa da oposição será manca
A oposição decidiu que lançará uma candidatura em vez de duas, o maior peso da decisão foi o fato de precisar de oito vagas para as duas chapas, colocando em risco a viabilidade das chapas proporcionais, sobretudo as de deputado federal, o que acabou impactando para que seja lançado um chapão para federal com chances, inclusive, de se repetir para deputado estadual.
A princípio, o sentimento de quem estava em Caruaru foi que com uma única candidatura, a oposição caminharia para ter Armando Monteiro candidato a governador, porém faltariam três vagas, a de vice, e as duas de senador. Hoje o ministro Fernando Filho, que estaria cotado para ocupar a vice, está decidido a ser novamente deputado federal no intuito de tentar continuar na esplanada num eventual governo apoiado por ele, então ficaria pouco provável que ele entrasse neste projeto. O ministro da Educação Mendonça Filho tem como plano A ser candidato a vice-presidente na chapa de Geraldo Alckmin, mas caso este projeto não se materialize, ele sonha em também continuar na esplanada, e o melhor caminho seria renovar seu mandato de deputado federal pra isso.
O ex-ministro Bruno Araújo tem duas opções, a de ser candidato a reeleição ou disputar o Senado, mas a segunda opção só se materializará se houver uma chapa muito competitiva para que ele possa se tornar um candidato viável, caso contrário ele tentará a reeleição porque precisa do mandato em Brasília e não pode entrar em aventura. Então sem Fernandinho, Bruno e Mendonça, Armando só teria Priscila Krause, Daniel Coelho, João Lyra e Silvio Costa para eventualmente compor uma chapa. Vale ressaltar que do outro lado estariam João Paulo e Jarbas Vasconcelos que sempre foram dois nomes muito competitivos e que teriam a retaguarda da estrutura de Paulo Câmara que não é pequena.
Fernando Bezerra Coelho, por sua vez, foi o responsável por tirar a oposição do marasmo, que mesmo com a dificuldade de Paulo Câmara, passou três anos sem pautar a política. Graças ao jeito arrojado de Fernando, as pessoas começaram a enxergar algum tipo de unidade e possibilidade de disputa no campo da oposição. Hoje o senador recebe um veto implícito de dois atores da oposição. O de Mendonça porque ficou chateado com a sua ida para o MDB, e o de João Lyra que queria que Fernando não tivesse aceitado ser senador na chapa de Paulo Câmara caso um deles não fosse o escolhido para o posto. Eles estão decididos a apoiar Armando Monteiro porque possuem maior afinidade com o petebista. Pesa contra Fernando o impasse do MDB, o que evidentemente se ele não tiver o comando não terá a menor chance de ser o candidato, então caberia a oposição marchar completamente com Armando e ver se o eleitor optaria pelo senador no sentimento de mudança.
Com Fernando disputando o governo, Armando seria deslocado para a reeleição do Senado, e a oposição entraria no pleito com dois nomes fortes, uma vez que um precisa do outro para ser um candidato competitivo na disputa de outubro. As outras duas vagas oscilariam entre Bruno Araújo, que tendo Fernando e Armando na chapa seria muito mais competitivo para o Senado, André Ferreira que flerta com o Palácio, mas garantiria Jaboatão dos Guararapes para o palanque da oposição, Priscila Krause, Daniel Coelho e João Lyra Neto também seriam nomes para compor a chapa de vice.
A chapa sem FBC é terreno extremamente favorável para o governador Paulo Câmara, pois Lula Cabral, que é um importante prefeito metropolitano, fecharia com a reeleição do governador, e o próprio Anderson Ferreira poderia pensar duas vezes se vale a pena trocar o Palácio por uma chapa manca. Todas as variáveis desta equação precisam ser consideradas, porque sem uma chapa forte, a oposição tende a sofrer mais uma derrota para o governador Paulo Câmara.
Preferência – Muitos prefeitos dos partidos da oposição, sobretudo os do PSDB, disseram preferir a candidatura de Fernando Bezerra Coelho em vez da de Armando Monteiro, ora por questões locais, ora por Fernando ser mais incisivo nas críticas ao PSB. Apesar de sinalizarem o apoio a Armando caso ele seja o escolhido, eles preferem que a chapa tenha Fernando e Armando.
Valorizado – A decisão da oposição de lançar apenas uma candidatura teve um efeito imediato, que foi o de valorizar o passe do PT. Com a candidatura de Marília Arraes se viabilizando a disputa tende a ir ao segundo turno, e ela teria chances reais de chegar nele, já se ela ficar de fora da disputa, a situação do governador Paulo Câmara tende a ser mais tranquila.
Romário Dias – Insatisfeito com o Palácio do Campo das Princesas e ciente de que precisaria de 50 mil votos para se reeleger no chapão, o deputado estadual Romário Dias estaria cogitando migrar para a oposição, onde precisaria de dez mil votos a menos para se reeleger. O convite para o PTB foi feito pelo deputado José Humberto, que inclusive guardou o número dele na eleição passada, por onde ele foi eleito.
Discurso – Chamou atenção o excelente discurso de Daniel Coelho em Caruaru no ato da oposição. Participando pela primeira vez dos encontros oposicionistas, Daniel foi bastante contundente na sua intervenção com duras críticas ao PSB e ao governador Paulo Câmara. Daniel lembrou que o PSB também votou no impeachment, e disse que não se arrepende de ter ajudado a tirar Dilma e faria tudo de novo.
PRTB – Integrante da oposição, o PRTB só teve o vereador Marco Aurélio nos eventos de Petrolina e de Caruaru. O presidente estadual Edinazio Silva não participou dos eventos da oposição, sinalizando algum tipo de insatisfação com a movimentação do grupo oposicionista liderado por Armando Monteiro e Fernando Bezerra Coelho.
RÁPIDAS
Comemoração – Independentemente de quem venha a ser o candidato da oposição, o Palácio do Campo das Princesas comemorou a decisão de uma única candidatura. O governo acredita que ficará mais fácil para instituir a pecha de palanque de Temer tanto em Armando quanto em FBC.
Distante – O deputado federal Silvio Costa ficou mais uma vez distante do ato da oposição em Caruaru. Pré-candidato ao Senado, Silvio está avaliando qual é a melhor estratégia para viabilizar sua candidatura e por isso aguarda o desfecho das alianças para tomar uma decisão de qual será o seu destino.
Inocente quer saber – Caso não seja o nome da oposição para disputar o governo, Fernando Bezerra Coelho poderá ser ministro da Integração Nacional?
Uma chapa competitiva para FBC
Os movimentos da política pernambucana seguem intensos, com especulações de todo tipo, mas uma delas vem ganhando contornos por conta da viabilidade, pois envolveria nomes que não estariam sendo lembrados para o jogo. O senador Fernando Bezerra Coelho sendo candidato pelo MDB poderia fechar uma chapa que juntasse agreste, sertão e região metropolitana. Mas antes de citar o primeiro nome, é importante frisar que ele possui fidelidade canina ao Palácio, mas ultimamente estaria incomodado com o espaço que foi ofertado a José Queiroz pelo governador Paulo Câmara.
Caruaru por ser estratégico e haver um caminho apontado para Queiroz integrar a majoritária e que os Lyra estão inclinados a Armando Monteiro, restaria Tony Gel que hoje é deputado estadual e vice-líder do governo, mas que precisaria de 50 mil votos para se reeleger no chapão da Frente Popular caso saia do MDB e migre para o PSD junto com Jarbas e Raul Henry. Majoritária pra ele estaria completamente descartada.
Então qual seria a conta? Ele voltava para o Democratas para ser vice de Fernando Bezerra Coelho e garantir um palanque competitivo em Caruaru. Manteria Tonynho Rodrigues no MDB com a garantia que haveria via MDB nacional e pelo próprio FBC o complemento de votos que ele precisa para se eleger deputado federal por Caruaru, uma vez que o caminho na cidade está completamente poluído para deputado estadual com inúmeras candidaturas. Tonynho candidato a federal pelo MDB poderia junto com outros nomes e Fernando Filho eleger de quatro a cinco deputados, e entrar com menos de 90 mil votos, pois a viabilidade dele se daria pelo apoio do MDB nacional e uma compensação de votos que FBC poderia dar e que o Palácio hoje está impossibilitado de ofertar, uma vez que já tem “muitas bocas pra dar de comer”.
Para o Senado, ficaria definida a primeira vaga a André Ferreira que desde o princípio estaria garantida por Fernando, e a outra seria dada a Daniel Coelho numa construção com o PPS e fortaleceria este palanque na Região Metropolitana. De acordo com um interlocutor de FBC, essa chapa seria bastante competitiva por uma série de fatores e criaria também um grande fato novo na eleição. Tony Gel, que é o principal nome da história, passaria de coadjuvante na Frente Popular depois da entrada de Queiroz para ser um importante ator na equação de 2018, podendo trocar um difícil mandato de deputado estadual para no melhor cenário emplacar a vice-governadoria e um mandato de federal. A equação está montada!
Coluna do blog desta segunda-feira
Jarbas dependerá fortemente da votação de Paulo para chegar ao Senado
O deputado federal Jarbas Vasconcelos desde 2014 que planejou ser candidato a senador em 2018, pois gostou muito do cargo e pretende voltar ao posto a partir de janeiro de 2019, mas é importante fazer algumas considerações sobre o ex-governador e sobre as eleições anteriores para avaliar seu potencial e suas chances de chegar ao mandato.
Historicamente todos os governadores eleitos obtiveram mais votos do que aqueles que foram escolhidos para o Senado, Miguel Arraes em 1986, Joaquim Francisco em 1990, Miguel Arraes em 1994, Jarbas Vasconcelos em 1998 e 2002, Eduardo Campos em 2010 e Paulo Câmara em 2014. De todos os governadores eleitos, apenas Miguel Arraes em 1994 e Eduardo Campos em 2006 não elegeram os senadores da sua chapa.
Os pontos fora da curva foram a vitória de Carlos Wilson para o Senado desbancando Roberto Freire, eleito em segundo lugar, e Armando Monteiro Filho, que amargou o terceiro lugar, ambos da chapa de Arraes. É importante ressaltar que o eleitor identificou a relação de Cali com Arraes, pois eles haviam composto a chapa de 1986 e Cali havia sido governador sucedendo Arraes. O segundo ponto fora da curva foi a vitória de Jarbas em 2006, que não tinha adversário competitivo e tinha sido um governador muito bem avaliado. Ainda assim, foi puxado pra baixo por Mendonça Filho, uma vez que iniciou com 75% de intenções de voto para o Senado e acabou sendo eleito com 56%.
Num cenário de três pré-candidaturas postas a governador, tendo Armando Monteiro, Fernando Bezerra Coelho e Paulo Câmara, é provável que sejam lançadas seis candidaturas ao Senado com três a quatro nomes competitivos. Na hipótese de Jarbas e João Paulo serem os senadores de Paulo, é possível afirmar que João Paulo caminha para ser o mais votado da chapa, uma vez que demonstrou força eleitoral em 2014 e 2016 mesmo sendo derrotado teve resultados representativos considerando as peculiaridades da eleição, agora com a estrutura do governo, João Paulo poderá ter melhor sorte, Jarbas por sua vez é um tipo de candidato que gosta de disputar eleições sem suar a camisa, não gosta de fazer articulações nem de atos políticos, a impressão que passa é que ele não tem mais interesse no miúdo da política. Então há uma sinalização clara de deputados e prefeitos mesmo da Frente Popular sem ter o menor entusiasmo em fazer campanha pra ele pois sabem que será um senador que não se pode contar, diferentemente de Sergio Guerra, Armando Monteiro e o próprio Fernando Bezerra Coelho que possuíam um perfil de maior proximidade com a classe política.
Atrelado a isso, vale salientar que em 2014 Jarbas era candidato de 120 mil votos, somente atingindo 227 mil depois da morte de Eduardo que realizou uma força tarefa para salvar a pele de Jarbas naquele pleito. O eleitor órfão da referência de Eduardo acabou votando em Jarbas, mas hoje não existe mais esta comoção, além disso, Jarbas faz um mandato em Brasília infinitamente mais apagado do que a sua última passagem pelo Senado. Nas eleições deste ano, caso Jarbas seja mesmo candidato a senador, ele dependerá fortemente de uma expressiva vitória de Paulo Câmara no primeiro turno para voltar ao mandato e circular no salão azul. Se Paulo for ao segundo turno, é extremamente arriscada a vitória de Jarbas para o Senado.
Senador – O deputado federal Daniel Coelho negocia sua ida para o PPS com a condição de ser candidato a senador numa das chapas da oposição. Sem clima no PSDB, Daniel também não estaria seguro da sua candidatura a federal. Ele faz conta que a eleição para senador está muito aberta e valeria correr o risco.
Desistência – O deputado estadual Lucas Ramos estava avaliando sua candidatura a deputado federal, mas como percebeu que precisaria de 100 mil votos pelo menos para se eleger no PSB, decidiu por recuar e tentar a reeleição para a Assembleia Legislativa de Pernambuco onde precisará de 50 mil votos. Tendo 32 anos, Lucas não vai trocar o certo pelo duvidoso e vai aguardar um ambiente mais tranquilo para dar o salto.
Disposição – Quem conversa com o senador Fernando Bezerra Coelho fica com a sensação que ele lidera as pesquisas para governador. Ele diz que vai ganhar a eleição em outubro e anima quem está desanimado. Um aliado do senador diz que somente um político tinha a mesma convicção de Fernando, era Eduardo Campos que dizia a todo mundo que seria governador mesmo fragilizado no início da campanha com apenas um dígito.
Divisão – Um importante ator da política pernambucana relembra que 2018 para deputado federal está parecido com as eleições de 2006 quando foram três candidaturas majoritárias competitivas e foram eleitos 9 pela coligação de Humberto Costa, 9 pela de Mendonça Filho e 7 pela de Eduardo Campos. Em 2018 na conta dele a coligação de FBC elege de 4 a 5, Armando de 4 a 5, de Eduardo da Fonte de 4 a 5 e a de Paulo Câmara de 10 a 11.
RÁPIDAS
Reforço – O deputado federal Eduardo da Fonte anunciará nesta segunda-feira mais uma importante filiação para a chapa de deputado estadual. O nome, guardado a sete chaves, é uma liderança política em ascensão no agreste, e ajudará a consolidar a meta de eleger pelo menos dez deputados estaduais em outubro.
Brasília – Embarco hoje com destino a capital federal para acompanhar as movimentações até a próxima quarta-feira. O período tende a ser bastante movimentado por conta da intervenção federal e a consequente inviabilização da reforma da Previdência. Você ficará informado de tudo que acontecerá na capital do país acompanhando o nosso blog.
Inocente quer saber – Quando teremos uma definição a respeito da novela envolvendo o comando estadual do MDB?
Daniel Coelho quer disputar o Senado pelo PPS
O deputado federal Daniel Coelho está decidido a não ficar mais no PSDB. Sabe que não tem mais clima para continuar no partido e percebeu que sua eleição de deputado federal não seria pule de dez. Diante do cenário, o ainda tucano, que já foi do PV, negocia sua ida para o PPS com o argumento de ser candidato a senador nas eleições deste ano, porém com a condição de o partido ficar na oposição a Paulo Câmara.
- « Página anterior
- 1
- …
- 20
- 21
- 22
- 23
- 24
- …
- 33
- Próxima página »