Uma aliança até então inimaginável entre dois ex-adversários
O dia de ontem foi marcado pela oficialização da chapa Lula e Geraldo Alckmin, presidente e vice-presidente, respectivamente, para enfrentar o atual presidente Jair Bolsonaro. A junção de adversários na política não é algo novo, isso acontece em disputas municipais, estaduais e agora nacionais. Alckmin como expoente do PSDB, tendo governado o bunker tucano por quatro vezes, deixou o partido quando foi escanteado por João Doria, este que contou com seu apoio quando governador paulista para ascender politicamente.
Por duas vezes, Alckmin disputou a presidência da República pelo PSDB, uma vez sendo derrotado por Lula em 2006, quando houve mútuos ataques, e a outra em 2018, quando foi derrotado por Jair Bolsonaro, chegando a dizer que o PT queria voltar à cena do crime. Lula, por sua vez, fez duras críticas a Alckmin em especial sobre supostas irregularidades nas gestões tucanas em São Paulo. É neste contexto que surge uma aliança entre os dois, que vislumbram derrotar o bolsonarismo, que foi responsável por quebrar a polarização entre PT e PSDB que durou seis eleições ininterruptas.
O grande desafio da dupla Lula/Alckmin será evitar que o eleitor não interprete mal essa aliança, mais do que isso, que os vídeos do passado de ataques mútuos não tenham impacto negativo na campanha presidencial. A história mostra que junções de ex-adversários nem sempre foram bem digeridas pelos eleitores, e por isso a estratégia dos neoaliados tem que ter muita competência e muita eficiência para convencer o eleitor de que ela era necessária e se justificava por um bem maior, derrotar o bolsonarismo, sob pena de dar ainda mais munição para o seu adversário crescer nas pesquisas.
Avião – O Tribunal Superior Eleitoral desaprovou a prestação de contas do partido PROS do exercício financeiro de 2016. Por unanimidade, o TSE determinou à legenda a devolução ao erário do valor de R$ 11 milhões. Entre as irregularidades nas contas da legenda, segundo a Justiça, estão a compra de um avião; de máquinas para montar uma gráfica; e de imóveis que seriam dispensáveis, além de falhas com despesas de viagem. O relator destacou que as irregularidades e impropriedades verificadas nas contas do partido são “extremamente graves”.
Filiados – Os partidos devem enviar à Justiça Eleitoral a lista de filiados, atualizada, até o próximo dia 18 de abril. O prazo consta de Portaria do TSE. A atualização deve ser feita por meio do Sistema de Filiação Partidária (Filia), incluindo o nome do filiado, o número do título de eleitor e a data de filiação. Para quem vai concorrer, a filiação deve estar deferida pelo partido até o dia 2 de abril.
Estratégia – Patinando nas pesquisas eleitorais e sem ter capitalizado eleitoralmente as vacinas, o ex-governador de São Paulo, João Doria, decidiu desistir da alcunha de “Pai da vacina”, e agora adotará apenas a marca “João”, remetendo ao “João trabalhador”, que lhe levou ao Palácio dos Bandeirantes em 2018.
Inocente quer saber – O senador Randolfe Rodrigues sofrerá alguma punição após a senadora Rose de Freitas ter denunciado uma fraude na sua assinatura para a criação da CPI do MEC?