Marília Arraes vira problema para PT e PSB
Forjada na política em 2008 quando se elegeu vereadora do Recife por obra e graça de Eduardo Campos, Marília Arraes rompeu com o primo em 2014 quando ele negou-lhe legenda para disputar um mandato de deputada federal.
Foi a partir dali que ocorreu um divisor de águas na trajetória política de Marília, que subiu no palanque de Armando Monteiro e ousou confrontar a hegemonia do PSB. Mesmo Armando perdendo, Marília acabou ganhando independência.
Muitos consideravam sua carreira política sepultada, quando em 2015 decidiu se filiar ao PT para disputar a reeleição. Num momento em que muitos estavam deixando a legenda, a neta de Arraes fez o caminho inverso e entrou no Partido dos Trabalhadores.
Nas eleições de 2016, contrariando todos os prognósticos, atingiu quase 12 mil votos sendo a sexta parlamentar mais votada do pleito, cujo resultado foi superior às duas ocasiões que se elegeu com o apoio de Eduardo.
Tão logo foi reeleita, teve seu nome colocado no tabuleiro como pré-candidata a governadora do PT. Naquele momento de 2016, o partido não possuía nenhum nome majoritário e Marília seria uma espécie de reconstrução da sigla, que esfacelou-se em Pernambuco durante o reinado do PSB.
Um ano depois de colocada a sua pré-candidatura, Marília Arraes coleciona uma série de adesões a sua postulação que já atinge dois dígitos nas pesquisas com bons números no interior do estado.
O que parecia ser uma brincadeira de criança virou um problema para o PT e para o PSB. No caso dos petistas, Marília disputando o governo e perdendo a disputa, ainda assim tende a se tornar a maior liderança política do estado.
Já no caso dos socialistas, Marília é uma preocupação ambulante, pois ela surge como um nome capaz de roubar os históricos arraesistas e até mesmo parte do eleitorado que ajudou a colocar Eduardo Campos no Palácio do Campo das Princesas.
Faltando dez meses para a disputa, Marília Arraes virou o pesadelo de Humberto Costa, João Paulo, Paulo Câmara e Renata Campos, pois a cada mês que se passa fica cada vez mais difícil para o PT negar legenda a ela para formalizar uma aliança com o PSB, que é o desejo da cúpula dos dois partidos.
Recursos – O ministro da Integração Nacional Hélder Barbalho ligou para o senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB) e informou que foram liberados R$ 40 milhões para regularização das dívidas de energia e despesas de operações e manutenção dos sistemas irrigados de Itaparica. A medida, que foi solicitada por Fernando, irá beneficiar milhares de trabalhadores do Sertão do Estado, que cultivam na região.
Vice-governador – Caso o PSDB não indique Bruno Araújo para o Senado, o nome de João Lyra Neto ganha força para ser vice de Fernando Bezerra Coelho. Além de representar o Agreste, João tem o simbolismo de ter sido vice de Eduardo por sete anos.
Saída – O PSB do Recife pode ter duas baixas em 2018, o vereador Carlos Gueiros estaria entre PMDB e PTB para se filiar, enquanto o presidente da Câmara Eduardo Marques cogita se filiar ao PR caso se confirme a troca de comando do partido no estado.
União – O presidente do PV, Carlos Augusto Costa, e o porta-voz da REDE, Roberto Leandro se reúnem nesta quarta-feira. Esse é o primeiro encontro entre os dois partidos depois que comunicaram a saída do Governo Paulo Câmara. Na pauta, as eleições de 2018. Candidaturas majoritárias, eleição para deputado federal e estadual, além da cláusula de barreira, aprovada recentemente pelo Congresso Nacional, também devem fazer parte da conversa.
RÁPIDAS
Cordeiro – O prefeito do Recife Geraldo Julio e o secretário de Saneamento Alberto Feitosa assinam a ordem de serviço das obras do PAC Cordeiro nesta quarta-feira a partir das 15 horas na Iputinga.
Líder – O deputado federal Ricardo Teobaldo foi reeleito para liderar a bancada federal do Podemos. O parlamentar seguirá como líder do partido pelo próximo ano, depois de assumir a liderança da legenda em agosto de 2017.
Inocente quer saber – Mendonça Filho quer o Senado, a vice-presidência, o governo ou a reeleição de deputado federal em 2018?