Cenário eleitoral obriga entendimento entre Miguel Coelho e Raquel Lyra
Dois integrantes da oposição, egressos do PSB, que fizeram gestões exitosas à frente de dois dos principais municípios pernambucanos, Miguel Coelho e Raquel Lyra deixaram suas respectivas prefeituras para tentar disputar o Palácio do Campo das Princesas. Os dois lideram partidos relevantes, Miguel o União Brasil, Raquel o PSDB e sonham com a cadeira de Paulo Câmara a partir de 2023.
Até a saída da deputada federal Marília Arraes do PT e entrada no Solidariedade para disputar o governo, havia uma expectativa de que Miguel e Raquel pudessem se unir, porém a posição de ambos nas pesquisas eleitorais denotava competitividade. Quando Marília entrou no páreo, partidários de Raquel e de Miguel sonhavam que a ex-petista pudesse disputar o Senado em suas chapas, porém já se sabe que a essa altura do campeonato essa tese beira a utopia, uma vez que Marília já demonstrou competitividade e capilaridade, angariando apoios políticos e partidários que nenhum nome da oposição havia conseguido.
O tempo mostrou que o entendimento entre Raquel Lyra e Miguel Coelho é mais do que uma aliança política, e sim uma questão de sobrevivência eleitoral, sob pena de ambos terminarem abraçados com apenas um dígito dos votos nas urnas se permanecerem separados. Raquel pela idade pode disputar o governo e o Senado, enquanto Miguel pode disputar apenas o governo, por isso se Raquel encabeçar a chapa, Miguel tem que indicar algum familiar seu para o Senado, e se for Miguel o nome, a equação fica mais fácil de ser executada.
Se conseguirem aparar as arestas e convergirem para uma única candidatura, este projeto, independentemente de quem seja o nome, terá uma coalizão composta por União Brasil, PSDB, Cidadania, Podemos e PSC, estrutura suficiente para tentar chegar ao segundo turno desbancando os nomes mais consolidados politicamente e eleitoralmente que são Danilo Cabral pela retaguarda da Frente Popular, Anderson Ferreira pela força do presidente Jair Bolsonaro e Marília Arraes pelo legado do seu avô e da sua própria trajetória política ascendente em Pernambuco.
Câmara Federal – Há quem afirme que em caso de haver uma convergência de projetos entre Raquel Lyra e Miguel Coelho, aquele que não for candidato ao governo disputará mandato na Câmara dos Deputados em outubro na condição de puxador de votos do seu partido, ajudando a eleger bancadas mais robustas em Brasília.
Representando – Apesar da ausência do pré-candidato a governador Danilo Cabral, acometido pela Covid-19, diversos integrantes do PSB estiveram presentes no lançamento da pré-candidatura de Lula a presidente em São Paulo. O governador Paulo Câmara e os deputados federais Milton Coelho e Tadeu Alencar foram figuras anotadas no evento que deu o pontapé inicial na sexta tentativa de Lula em chegar ao Planalto.
Prestigiado – No final de semana o casamento do filho do ex-ministro da Educação, Mendonça Filho, Vinícius, em Fernando de Noronha, reuniu diversas personalidades do meio político, como Miguel Coelho e Gilvandro Estrela. Mendonça tentará voltar à Câmara dos Deputados em outubro.
Inocente quer saber – Entre Raquel Lyra e Miguel Coelho, quem está disposto a abrir mão de disputar o governo de Pernambuco?