Nascido em 1932, na cidade de Surubim, Antônio Arruda de Farias começou sua trajetória na unidade de beneficiamento de algodão do seu pai, Severino Farias, um pecuarista que tinha muito prestígio na região. Ainda no ramo empresarial atuou no setor sucroalcooleiro, mais especificamente na Usina Pedroza, em Cortês, na Mata Sul. O grande destaque é que a sua esposa Geralda Farias sempre se fez presente nas empreitadas econômicas, mas nunca abandonou o lado social, fazendo do Grupo Farias um dos mais respeitados em Pernambuco e no Nordeste, haja vista seus empreendimentos suplantaram as fronteiras do nosso estado. No Rio Grande do Norte, o grupo criou a Destilaria Baía Formosa.
Apesar do tino empresarial e sua formação acadêmica em economia, foi na política que Antonio Farias se tornou conhecido e fez história em Pernambuco. Foi como vereador de Surubim que ele iniciou sua trajetória em 1955, sendo também deputado estadual, prefeito do Recife, deputado federal e senador da República.
Quando prefeito do Recife, entre 1975 e 1979, realizou uma gestão moderna e austera, ampliando a estrutura de arrecadação do município sem aumentar impostos, com isso o município melhorou seu fluxo de caixa, também foi responsável pela modernização do prédio da prefeitura, que leva seu nome, climatizou o Teatro Santa Isabel, construiu as Avenidas Recife e Mário Melo, fazendo também o elevado da Avenida Agamenon Magalhães, na Zona Sul urbanizou a praia do Pina e trocou a iluminação da Avenida Boa Viagem.
Durante sua gestão enfrentou a fatídica cheia de 1975, que obrigou a prefeitura a realizar investimentos em infraestrutura de alagados e morros e realizar ações sociais para minimizar o impacto dela na vida dos recifenses. Como gestor público ou privado, Antônio Farias se mostrou bastante arrojado e deixou importante legado para a cidade do Recife.
Com trajetória política na direita, tendo exercido seus cargos pela ARENA e PDS, Antônio Farias foi convidado por Miguel Arraes para, ao lado de Mansueto de Lavor, compor a chapa majoritária de 1986. Antonio Farias trocou o PDS pelo PMB para a disputa. Não era tarefa fácil, pois ele enfrentaria o então favorito Roberto Magalhães, porém com a abertura das urnas, Farias obteve 1.204.869 votos, suplantando Roberto Magalhães e sendo eleito juntamente com o mais votado Mansueto de Lavor.
Ao assumir o mandato de senador da República em 1987 aos 55 anos, esperava-se que Antônio Farias construísse uma bela trajetória que lhe levasse a cargos ainda maiores, como o de governador de Pernambuco, porém em 1988, mais precisamente em 13 de abril, ele sofreria um infarto e viria a óbito, encerrando uma carreira vitoriosa de trinta anos de vida pública, sendo não só um gestor renomado como um grande empresário.
Apesar da sua curta trajetória, Antônio Farias ficou na história de Pernambuco como um grande homem público, que nunca se envolveu em qualquer escândalo de corrupção e provou que é possível, quando se quer, fazer a coisa certa. Rápido como um cometa, Antônio Farias em sua breve existência entrou para o rol dos grandes políticos pernambucanos.