O advogado Antonio Campos, irmão do ex-governador Eduardo Campos, concedeu entrevista exclusiva ao blog onde falou sobre sua pré-candidatura a deputado estadual, a avaliação sobre as eleições estaduais e nacionais, a pré-candidatura do sobrinho e outros assuntos. Confira:
EDMAR LYRA – O senhor é candidato a deputado estadual pelo Podemos?
ANTONIO CAMPOS – Sim. Acho que o legislativo merece renovação de quadros e a minha pré candidatura pelo Podemos tem esse propósito. Estou lançando até o dia 31 de julho uma prestação de contas da minha atuação política e 10 propostas básicas para minha atuação parlamentar. Estarei lançando também uma plataforma virtual Pernambuco Quer mudar, para dialogar com o eleitor pernambucano e já comecei uma agenda de visitas pessoais.
EL – Como vê o cenário da sucessão em Pernambuco?
AC – Uma eleição em que os três pré-candidatos estão praticamente empatados, mas que as oposições têm vantagem. Paulo tem uma alta rejeição e um índice baixo para um governador de intenção de voto para reeleição, mas tem a máquina na mão. Temos a real possibilidade da candidatura de Marília Arraes pelo PT, que é uma candidatura competitiva e a candidatura de Armando a Governador. O cenário para o Senado ainda está muito em aberto porque depende muito da definição dos candidatos a governador.
EL – O Brasil terá esse ano uma eleição fragmentada ou polarizada?
AC – Inicialmente, teremos uma eleição fragmentada, já tendo cerca de 10 pré-candidatos. A partir de agosto, começará a polarização entre as forças que orbitam perante o PT, Bolsonaro e as forças que irão liderar o centro democrático. Apoiarei a candidatura de Alvaro Dias.
EL – Como Presidente do IMA-Instituto Miguel Arraes, qual seu foco no momento?
AC – Temos feito várias atividades e, possivelmente, daremos entre o 2º semestre de 2018 e o 1º semestre de 2019 uma nova formatação ao IMA. O nosso foco atual é terminar de aprovar o projeto de lei que inclui o nome de Arraes no Livro dos Heróis da Pátria, que está para ser votado no Senado. Esse é um reconhecimento relevante na existência de um líder político e coroa o seu trabalho.
EL – E a utilização da imagem de Arraes na eleição?
AC – Tenho uma ação ordinária contra a utilização por Paulo Câmara e o PSB da imagem de Arraes ou para delimitar a forma de utilização, no TRE-PE. Deverá ser julgada em breve. A tese é que existe um conflito de interesses ante a candidatura de Marília Arraes a Governadora e a minha a Deputado Estadual pelo Podemos, com a de Paulo Câmara a Governador, o que leva a vedação ou ao disciplinamento na utilização dessa imagem por parte de Paulo Câmara e o PSB estadual. A bandeira de Arraes nessa eleição está com Marília ante o viés ideológico e político de sua linha.
EL – E a eleição do seu sobrinho João Campos?
AC – Acho que Eduardo Campos merece ter um filho Deputado Federal. Contudo, o legado de Eduardo é maior que o desgoverno de Paulo Câmara. A grande estrutura montada pelo Palácio e a máquina para gerar votos para João pode lhe expor. Ele não precisa disso para se eleger.
EL – No próximo dia 13 de agosto, faz quatro anos do acidente que vitimou Eduardo Campos. Há perspectiva de finalização do inquérito?
AC – O Delegado Federal Rubens Maleiner disse que entregaria o relatório no final do mês. Recentemente, fiz uma petição sobre a importância de requerer ao CENIPA dados importantes dos motores do avião. Vamos aguardar a conclusão e depois nos pronunciaremos.
EL – Qual sua visão da eleição em Pernambuco?
AC – Uma eleição em dois turnos, em que vai prevalecer o vento da mudança.