A demora na compra de respiradores artificiais para hospitais do Agreste Meridional com recursos de emendas parlamentares remanejados para este fim, está provocando preocupação em municípios daquela região. Deputado estadual que esteve entre os que iniciaram o movimento de redirecionamento de emendas para o combate à pandemia do coronavírus, Álvaro Porto (PTB) relata que prefeitos e lideranças políticas têm cobrado, legitimamente, a chegada dos equipamentos que são essenciais ao tratamento de pacientes infectados pela Covid-19.
Segundo o deputado, a apreensão cresce a cada dia por conta do avanço dos casos pelo interior do estado. Após cinco semanas do redirecionamento das emendas para a Secretaria Estadual de Saúde, o órgão informa que está trabalhando para adquirir os equipamentos. Por sua vez, Porto diz esperar que Secretaria de Saúde agilize a compra e o envio dos respiradores aos municípios.
“Questões de ordem burocrática não podem emperrar uma medida que tem caráter emergencial”, observa. “Os hospitais permanecem sem condições de socorrer casos graves. E esta vulnerabilidade pode resultar em mortes que poderiam ser evitadas”, completa.
O anúncio da destinação dos recursos das emendas de Porto para os respiradores se deu no dia 23 de março. Foram direcionados para a Secretaria de Saúde R$ 1.788.400,00 (hum milhão e setecentos e oitenta e oito mil e quatrocentos reais). Os outros R$ 100 mil que, somados, perfazem o total de R$ 1.888.400,00 a que cada parlamentar tem direito, tinham sido empenhados em favor da Fundação Altino Ventura, ainda antes do início da pandemia.
Os municípios indicados por Porto e que vivem a expectativa de receber os respiradores são Calçado, São João, Capoeiras, Lajedo, Canhotinho, Quipapá, Jurema, São Caetano, Brejão, Angelim e Garanhuns (especificamente o Hospital Dom Moura).
Há que se destacar que entre os dias 23 e 30 de março todos os 49 deputados estaduais acabaram por remanejar recursos de emendas para a luta contra o coronavírus. Foram somados R$ 62,7 milhões para este fim. Naquele momento a expectativa era que a liberação fosse agilizada e a Secretaria de Saúde pudesse adquirir e encaminhar os equipamentos para as unidades de saúde com a urgência que o combate ao crime exige.
Diante da demora, Álvaro Porto reitera ser necessário uma solução urgente para a situação, uma vez que a pandemia não espera que sejam resolvidas as burocracias existentes. “A cada dia no número de caso só aumenta”, frisa. “Retiramos as emendas dos municípios e estamos sendo cobrados. Fizemos a nossa parte. O Estado deve fazer a sua. Precisamos ser justos com os municípios dos quais retiramos as emendas para obras. Os respiradores devem ser comprados e remetidos aos hospitais das cidades que indicamos”.