Paulo Câmara iniciará seu governo efetivamente em janeiro
Eleito na esteira de uma comoção envolvendo a morte do ex-governador Eduardo Campos em 2014, Paulo Câmara assumiu o governo em 2015 deixando que o núcleo político que tocou sua campanha formasse o seu governo. Isso ocorreu não só pela tragédia como também pela falta de experiência do governador para exercer um cargo de tamanha magnitude.
A primeira demonstração de inexperiência política foi a eleição da mesa diretora da Alepe em 2015 quando o escolhido do Palácio para a primeira-secretaria foi derrotado, isso ocorreu porque faltou articulação do governo junto ao poder legislativo, e os desdobramentos daquela atitude foram se amontoando a cada ano.
Nas eleições deste ano, Paulo Câmara era dado como carta fora do baralho por muita gente, sobretudo pelos que compuseram a oposição liderada por Armando Monteiro, mas com a experiência de mais de três anos enfrentando uma das maiores crises políticas da história, o governador fez movimentos que lhe deram uma competitividade significativa e encurralaram a oposição, como por exemplo a atração do PT para a Frente Popular e a manutenção do MDB na sua coligação.
O resultado todo mundo já sabe. Uma vitória menos elástica que em 2014, porém com muito mais cara de Paulo Câmara do que quando ele foi eleito por conta da morte de Eduardo Campos. Esta vitória deu a condição ao governador de fazer um governo mais a sua maneira do que foi o primeiro. A expectativa do segundo mandato é melhor do que o primeiro, inicialmente pela condição de o próprio governador montar seu secretariado sem interferências externas, depois porque lidera uma frente política mais enxuta e mais homogênea, tendo que partilhar o governo com PSB, PP, PT, MDB, PSD, PR, PCdoB e Solidariedade apenas.
A partir de janeiro, Paulo Câmara terá condições de imprimir um ritmo de trabalho muito mais eficiente e eficaz do que os primeiros quatro anos, pois o mérito da sua vitória do último dia 7 é mais seu do que de terceiros, diferentemente de 2014 quando ela foi contabilizado por fatores estranhos ao mérito e a competência do governador.
Unanimidade – O deputado estadual reeleito Claudiano Filho afirmou que a renovação do mandato de Eriberto Medeiros na presidência da Assembleia Legislativa de Pernambuco caminha a passos largos para a unanimidade. Eriberto possui excelente trânsito com os pares e isso está sendo determinante para a sua recondução. A bancada do PP, composta por dez deputados, está fechada com a sua reeleição.
Ricardo Costa – Um dos melhores deputados da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Ricardo Costa não foi reeleito no último dia 7. Porém a não reeleição não o retira da política. Muitos que reconhecem a sua capacidade advogam da tese de que ele poderá ser aproveitado na equipe do governador Paulo Câmara, de quem é um aliado fiel e trabalhador.
Vitoriosa – Em Arcoverde a prefeita Madalena Brito teve muito o que comemorar com a abertura das urnas no dia 7. Além da reeleição de Paulo Câmara, e a vitória completa da Frente Popular, Madalena ajudou a reeleger Waldemar Borges com boa votação, e viu seus dois principais adversários saírem derrotados, Zeca Cavalcanti não foi reeleito deputado federal e Eduino não renovou seu mandato na Assembleia Legislativa de Pernambuco.
Prefeito Responde – O prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral, inicia na próxima sexta-feira o programa Prefeito Responde, onde haverá a prestação de contas da sua gestão. O projeto visa melhorar a interlocução com a sociedade e fazer com que as ações da prefeitura estejam cada vez mais sintonizadas com a população do Cabo de Santo Agostinho. Perguntas e sugestões podem ser enviadas para [email protected]
Vantagem – Pesquisas divulgadas ontem, Ibope, Real Time Big Data e FSB/BTG Pactual, foram unânimes na vantagem de dezoito pontos de Jair Bolsonaro sobre Fernando Haddad. Todas colocaram o candidato do PSL com 59% dos votos válidos contra 41% de Fernando Haddad. Se confirmada nas urnas, esta será a maior vantagem desde 2006 quando Lula foi reeleito com 60% dos votos válidos.
Cid Gomes – Em evento em Fortaleza, o senador eleito e ex-governador do Ceará, Cid Gomes, foi taxativo ao dizer que o PT perderá as eleições no próximo dia 28 porque não soube reconhecer seus erros. A declaração do senador viralizou nas redes sociais e mostrou que os próprios aliados de Fernando Haddad já sentem que está quase impossível reverter a vantagem de Jair Bolsonaro.
RÁPIDAS
Sem ministros – Na hipótese de ser eleito no próximo dia 28, Jair Bolsonaro já emite sinais de que não aproveitará ex-ministros de Michel Temer para o seu governo. Ele sabe que se aproveitar qualquer peça do atual governo estará contaminando sua gestão com a impopularidade de Temer e estará prejudicando o seu início de governo.
Segurança – A bancada da segurança pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco que já tinha Antonio Moraes, Eriberto Medeiros, Joel da Harpa e Alberto Feitosa, ganhou o reforço de Gleide Angelo, Erick Lessa e Fabrizio Ferraz, eleitos no dia 7. O tema deverá ganhar mais notoriedade nas discussões da Casa a partir de 2019.
Inocente quer saber – Caso se confirme a vitória de Jair Bolsonaro, qual será a postura de Paulo Câmara em relação ao governo federal?