Prezado Edmar Lyra,
Li, confesso com certa perplexidade, o comentário do seu Blog, edição de hoje (18.07.2019), no qual você traça um cenário que, permita-me dizer, não corresponde à realidade. As afirmações feitas sobre mim e sobre minha posição dentro do Partido Socialista Brasileiro refletem um equívoco que eu, não tendo tido oportunidade de contrastá-lo antes, faço-o agora como um dever que compete a quem ocupa relevante função pública.
Não há, nem nunca houve, ao contrário do que o texto levanta a partir do seu título, qualquer traço de insatisfação minha em relação ao meu partido. Tenho a honra de ser o seu vice-presidente estadual, cargo que ocupei e ao qual fui reconduzido e em nome do PSB ocupei importantes comissões da Câmara dos Deputados, trabalho que pelo 5o ano me conferiu o reconhecimento do DIAP, como um dos ‘Cabeças do Congresso Nacional’.
Ressalto que assim como integrei o Governo Eduardo Campos, como Secretário de Estado, com pleno comprometimento e sem projetos pessoais tenho, por pura convicção, apoiado e defendido o Governo Paulo Câmara com a mesma lealdade e altivez, tendo cumprido com rigor todas as missões partidárias que me foram confiadas.
Por isso mesmo acho estranhas as informações que lhe subsidiaram na tese de que haveria insatisfação do partido para comigo. Se existem, não são do meu conhecimento. Lembro-lhe, aliás, que após 1 ano de exercício da liderança do PSB na Câmara dos Deputados, acabo de ser reconduzido até fevereiro de 2020, pelo desejo manifestado por um grande número de colegas parlamentares satisfeitos com a nossa atuação democrática, equilibrada e firme quando necessário.
A propósito, em relação ao episódio da votação da reforma da Previdência a que você, mais uma vez, se refere como foco de tensões e motivo de insatisfações recíprocas, reitero que o fechamento da questão ocorreu de maneira quase unânime dentro do partido, com um voto contrário e uma abstenção e numa questão que vai afetar o futuro de milhões de brasileiros. A decisão do Diretório Nacional contou com o respaldo de parlamentares, governadores, ex-governadores, Prefeitos, lideranças, representantes dos segmentos sociais o que evidentemente não se pode tomar como motivo de desprestígio de quem quer que seja.
As divergências ocorridas no processo de votação ocorreram de maneira republicana e com transparência, de parte a parte. Como ocorre em todo o partido – mais ainda em um como o PSB e seus 70 anos de história e de lutas -, divergências são sempre tratadas à luz das instâncias partidárias. Já me manifestei a respeito, mas reitero a defesa da autoridade das decisões partidárias, sem a qual os partidos tenderão à flacidez, mas dentro de critérios de razoabilidade e proporcionalidade relativas à conduta dos personagens envolvidos, sua história e seu compromisso com o partido, ontem, hoje e daqui para a frente, o que seguramente haverá de conduzir a um julgamento justo.
Abstenho-me, apenas, de traçar maiores comentários sobre as ilações referente às eleições de 2022, de eu vir a ser ou não candidato, que serão tratadas em momento próprio, embora tenha claro que ficarei na política e disputarei eleições até o dia em que o eleitor assim o desejar.
Tenho claros os desafios que teremos pela frente, a luta por um País menos desigual e a defesa do legado do PSB, de forma mais imediata a defesa da gestão transformadora do Prefeito Geraldo Julio no Recife. Tais desafios contarão com a minha solidariedade e a minha luta.
No mais, coloco-me à sua disposição para qualquer dúvida que, porventura, tiver.
Cordialmente,
Tadeu Alencar
Deputado federal
Líder do PSB
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