Folha de S.Paulo – Renata Agostini e Lucas Vetttorazo
A construtora Queiroz Galvão ameaça paralisar as obras do Complexo Esportivo de Deodoro, na zona oeste do Rio de Janeiro, um dos principais centros de competição dos Jogos Olímpicos. A empresa, responsável pelas obras juntamente com a construtora OAS, demitiu 70 funcionários nesta quarta-feira (1) e colocou outros 500 operários em aviso prévio, segundo apurou a Folha. O canteiro reúne 1.000 trabalhadores no total. Os demais funcionários podem ser demitidos já na semana que vem. Eles possuem contrato de experiência e não necessitam de aviso prévio.
A empresa alegou aos empregados que não tem condições financeiras de mantê-los diante de atrasos nos pagamentos pela Prefeitura do Rio. A construtora iniciou as obras em agosto de 2014, mas só recebeu o primeiro pagamento em janeiro deste ano. Na ocasião, foram pagos cerca de R$ 60 milhões, referentes aos trabalhos executados até novembro. Desde então, não foram feitos novos pagamentos.
O contrato total é de R$ 650 milhões e prevê remuneração mensal pelas obras. A situação é preocupante diante do prazo apertado para o início dos Jogos Olímpicos, que serão realizados em agosto de 2016.
.A Queiroz Galvão é uma das empreiteiras envolvidas no escândalo de corrupção revelado pela Operação Lava Jato, justamente com a OAS, sua parceira no empreendimento. Ambas são acusadas de participar de um esquema de pagamento de propina a funcionários da Petrobras em troca de vantagens em licitações e contratos na estatal.
A OAS protocolou seu recuperação judicial nesta terça-feira (31). Com R$ 8 bilhões em dívidas, a empresa avaliou que corria o risco de quebrar sem a proteção da Justiça. A Queiroz Galvão, que toca cerca de 30 canteiros de obras no país e emprega 22 mil funcionários, tem situação financeira mais confortável e não corre o risco de ficar insolvente no momento.
Os atrasos nos pagamentos de obras públicas, contudo, preocupam à administração da companhia, apurou a Folha
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