Muita gente tem questionado a viabilidade do governador Eduardo Campos, pré-candidato não declarado do PSB à presidência da República no ano que vem. Ora por ser de um partido relativamente pequeno comparado ao PT e ao PSDB, ora por governar Pernambuco, que apesar de ser um estado importante da federação, não tem a força de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
Os números mostram que Eduardo Campos pode se tornar um candidato competitivo a ponto de disputar com Dilma Rousseff um segundo turno na eleição presidencial do ano que vem. Hoje o governador teria 6% das intenções de voto no cenário mais plausível, que consiste Dilma Rousseff, Aécio Neves, Marina Silva e o próprio.
O socialista é conhecido por apenas 22% da população, diferentemente de Marina que possui um elevado índice, Dilma Rousseff que dispensa comentários e o senador Aécio Neves que tem grande conhecimento no Sul, Sudeste e Centro-Oeste brasileiro.
Pois bem. É plenamente plausível que o eleitor só vote em quem conhece, portanto, Eduardo Campos tem 6% num contingente de 22% do eleitorado que o conhece. Ainda faltam 78% do eleitorado para que Eduardo diga a ele quem é, o que já fez e onde quer chegar.
Então fazendo uma conta simples, Eduardo Campos teria 27% das intenções de voto de quem o conhece bem. Pra facilitar, basta dividir 6% (intenções de voto do socialista) por 22% (percentual do eleitorado que o conhece bem).
Partindo deste raciocínio, considerando apenas os votos válidos, o governador de Pernambuco teria um contingente de cerca de 30% dos votos que ele poderia conquistar no primeiro turno. Isso significa aproximadamente 30 milhões de votos.
Analisando o histórico do PT nas três últimas eleições que venceu, o partido alcançou em média 47% dos votos válidos, mas observando as intempéries de uma eleição, considerando fatores como inflação, emprego e outras coisas associadas a parte mais sensível do brasileiro: o bolso, pode ser que a presidenta tenha seus 45% dos votos válidos.
Baseado nisso, teríamos um contingente de 55% dos votos válidos para dividir entre três candidatos competitivos (Aécio, Eduardo e Marina) e os outros nanicos que devem auferir cerca de 1% dos votos válidos (o histórico mostra isso).
Dividindo 54% por três candidaturas, Marina, Aécio e Eduardo podem conseguir cada um cerca de 18% dos votos válidos. Observando que Marina Silva obteve pouco mais de 19% dos votos válidos numa conjuntura de que ela era a grande novidade da eleição e disputando contra dos pesos pesados, ela tende a, na melhor das hipóteses, manter a votação.
Já Aécio Neves é a candidatura mais complexa que existe por uma série de fatores. Seu partido já governou o Brasil, tem um desgaste junto a uma parte da população porque não soube capitalizar os avanços do Plano Real e do governo FHC para si, não há uma unidade efetiva do PSDB porque existem questionamentos políticos em alguns estados do país, sobretudo os mais importantes como São Paulo e Paraná e o principal: a perda dos aliados de outrora PPS e DEM que tendem a embarcar no projeto nacional do PSB.
Mesmo assim, a candidatura de Aécio Neves cumprirá um papel importante. Servirá para apresentar um quadro novo para o Brasil, que é o senador mineiro, que foi um excelente governador, e também para ter a oportunidade de resgatar o legado do PSDB para o Brasil sem o medo do terrorismo petista.
Diferentemente das duas candidaturas de José Serra para presidente, quando o ex-governador tinha a obrigação de vencer, na primeira por defender o legado do PSDB e a continuidade de FHC e na segunda por ser o nome mais preparado para governar o Brasil, agora a candidatura tucana entra como franco-atiradora.
Hoje o PSDB precisa manter os oito estados que governa como questão de sobrevivência do que propriamente vencer a eleição presidencial. O leque de alianças bastante reduzido fará com que o partido perca o protagonismo da disputa até então dicotômica com o PT.
Como grande novidade da eleição, Eduardo Campos pode auferir 25% dos votos válidos, o que seria um meio termo entre o máximo que poderia obter (30%) e o mínimo (18%). Caso Dilma tenha apenas os 45% dos votos válidos, restariam 30% dos votos para se dividir entre Marina, Aécio e nanicos.
Então, chegamos aos números absolutos de que hoje Eduardo teria 7 milhões de votos, podendo terminar o primeiro turno com 18 milhões na pior hipótese, 30 milhões na melhor e 25 milhões na mais plausível.
Mesmo que não venha a ganhar a eleição, haja vista a força do PT que ainda é gigantesca, o socialista teria pavimentado o seu projeto para em 2018 se tornar a bola da vez depois de 24 anos de PT e PSDB governando o Brasil.
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