G1/PE
Manifestantes ocuparam a entrada da prefeitura do Recife e bloquearam a Avenida Cais do Apolo, na manhã de hoje, cobrando a doação de um terreno para a construção de um conjunto habitacional. O grupo é formado por famílias que vivem na Ocupação Ranúsia Alves, no bairro do Engenho do Meio, na Zona Oeste da capital pernambucana.
Segundo a Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), o protesto interditou os dois sentidos da Avenida Cais do Apolo, em frente à sede da prefeitura. A via foi liberada por volta das 11h.
O protesto é coordenado pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB). Segundo a organização, a Ocupação Ranúsia Alves abriga mais de 500 famílias em um terreno que pertence à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Elas esperam a doação de outro local prometido pela prefeitura do Recife para construir um conjunto habitacional.
“A gente, nesse ano, pelo programa Minha Casa Minha Vida Entidades, aprovou a construção desse habitacional com 128 unidades. Só que agora a prefeitura está se recusando a doar o terreno, a não ser que a gente deixe 45 vagas para pessoas indicadas pela prefeitura”, afirmou o coordenador nacional do MLB, Matheus Araújo.
“A gente não concorda porque a demanda da ocupação já é maior que 128. O programa Minha Casa Minha Vida Entidades faz com que quem construa decida quem vai morar. O movimento quer sua autonomia e quer que esse terreno seja doado para a gente construir a habitação”, disse o militante.
Ainda de acordo com ele, as negociações com a Secretaria de Habitação do Recife não resolveram o impasse.
Em nota, a prefeitura disse que:
· Vai receber uma comissão do MLB nesta terça-feira (21), para avaliar as demandas da Ocupação Ranúsia Alves;
· O MLB foi beneficiado, através do Minha Casa Minha Vida Entidades, com a doação de um terreno na comunidade do Bariloche, no bairro da Guabiraba, na Zona Norte do Recife, para a construção do habitacional;
· Disponibilizou equipes para acompanhar o cadastramento social que seria feito pela UFPE;
· Reitera o compromisso de manter o diálogo com todas entidades e movimentos sociais da cidade.
Procurada pelo G1, a UFPE afirmou que:
· “Atuou, desde o início, buscando diálogo e atendendo todas as solicitações que foram formalizadas pelos movimentos à frente das ocupações”;
· “Também buscou apresentar e explicar os usos ativos feitos em ambos os terrenos”;
· “Entretanto, não houve um comprimento das contrapartidas que haviam sido acordadas, tendo a Justiça Federal definido pela reintegração de posse dos terrenos”;
· “Aguarda uma manifestação das instituições do governo que devem atuar no caso sobre um encaminhamento;
· “Também tentou, por diversas vezes, fazer o cadastramento das famílias que ocupam a área onde funciona o Núcleo de Apoio a Eventos, que precisou ser temporariamente desativado”;
· “Mesmo após intermediação de um oficial de Justiça, o acesso ao local foi impedido por representantes do MLB, o que foi registrado junto ao processo”.
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