Foi exatamente o Prefeito Geraldo Julio que abriu, em 03 de junho de 2014, o processo de negociação com a sociedade sobre o Projeto Novo Recife. O diálogo ocorreu durante mais de 1 ano em reuniões com a presença do próprio prefeito, de entidades representativas, universidades, representantes de movimentos e da população em geral. Foram pelo menos 07 reuniões de negociação, 04 audiências públicas, 04 reuniões do Conselho da Cidade e mais 43 dias na Câmara Municipal.
Muitas das propostas apresentadas pela sociedade no processo de participação foram incorporadas ao Plano Urbanístico. Parte dos movimentos, que hoje pede a reabertura do diálogo, utilizou os espaços das reuniões e das audiências públicas para xingar, balançar cédulas de dinheiro próximo ao rosto de pessoas e hostilizar de várias outras formas os outros participantes e a equipe da Prefeitura, não apresentando sequer uma proposta.
O diálogo teve como conseqüência um Plano Urbanístico, que foi aprovado em todas as votações por unanimidade e sancionado pelo Prefeito, depois de 01 ano de discussão. Ele abrange as áreas do Cais José Estelita, Cais de Santa Rita e Cabanga e está consolidado em uma lei. Este Plano incluiu um conjunto de novas exigências urbanísticas para qualquer empreendimento que venha a ser implantado nos três bairros. As exigências têm como objetivo criar um espaço urbano inclusivo e voltado para as pessoas, seguindo os mais modernos conceitos urbanos e ambientais adotados nas cidades mais inclusivas do mundo.
– 65% do terreno que hoje é privado será de uso público.
– Toda borda d’água será de área verde e pública, ou seja, muito do que hoje é pista de concreto será transformada em área verde.
– Haverá uso misto, ou seja, comércio nos térreos dos edifícios residenciais, dinamizando o bairro com vida diurna e noturna, como acontece, por exemplo, no Rio de Janeiro.
– A altura dos prédios foi significativamente reduzida, sendo os três mais próximos dos galpões preservados terão no máximo 14 andares e foram afastados para 50m de distância dos galpões.
– Diversificação de usos: residenciais (com apartamentos iniciando em 35m2), hotel, comércio, serviços, cultural, turístico, salas comerciais e áreas de lazer.
– Aumento de 5 quadras para 8 quadras, todas sem muros ou grades, com calçadas largas e ciclovias em todas as ruas que serão abertas.
– Foi proibida a construção de prédios na linha de continuidade da Av. Dantas Barreto, que poderá chegar como um largo passeio até a Bacia do Pina, este um dos pontos mais reivindicados por urbanistas.
– O empreendedor será obrigado a construir 200 unidades habitacionais populares localizadas a uma distância máxima de 300m do terreno.