Órgão constatou variação de até mais de 500% no preço do mesmo medicamento, de uma farmácia para outra. Também encontrou 7 funcionando sem farmacêutico, o que contraria legislação federal
Uma pesquisa do Procon Jaboatão sobre preços cobrados pelas farmácias do município apontou variações de mais de 500% de uma farmácia para outra, em alguns medicamentos, além de constatar a ausência de farmacêuticos em 7 dos 15 estabelecimentos visitados, o que resultará em autuação, visto que isto contraria lei federal. A pesquisa foi realizada entre os dias 2 e 16 deste mês e visitou drogarias distribuídas por diversas Regionais administrativas da cidade.
O medicamento que mostrou maior variação foi a versão genérica do Metildopa (250 mg com 30 comprimidos), medicamento usado no combate à hipertensão. Ele teve o preço mais barato na Farm São Paulo de Piedade (R$ 4,62) e mais caro na Farm Bongi do mesmo bairro (R$ 28,61), uma variação de 519,26%, totalizando R$ 23,99 de diferença..
Também apresentou grande variação – de até 514,60% – a versão genérica da Losartana Potássica (de 50mg, 30 comprimidos), outro medicamento usado no tratamento de hipertensão. Custou R$ 5 na Farm do Trabalhador de Prazeres contra R$ 30,73 na Pague Menos de Piedade.
Dentre os medicamentos originais, o que apresentou maior variação foi o Acetato de Dexametasona ou Dexason, usado para tratamento de infecções na pele. No seu formato de creme de 10g, ele custou R$ 2,99 na Big Bem de Candeias contra R$ 11,53 na Farm Bongi de Piedade, uma variação de 285,62%.
O Procon Jaboatão ainda verificou que, apesar das grandes variações, nenhum medicamento verificados nos estabelecimentos fiscalizados estão sendo vendidos a um preço superior ao máximo estabelecido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A pesquisa foi realizada nas seguintes farmácias: Santa Maria e Bompreço, no Shopping Guararapes; Big Ben, em Candeias; Drogamar, Farm Bongi, Pague Menos e Farm São Paulo, em Piedade; Farm do Trabalhador e Rede Med, em Prazeres; Farmácia Independente e Farmácia Economia, em Jaboatão Centro; Farmácia Saúde e Farmácia Prestígio, em Cavaleiro; e Farmácia Liberdade e Farmácia Maia, no Curado.
SEM FARMACÊUTICO – Chamou a atenção do Procon Jaboatão o fato de que, das 15 farmácias visitadas, 7 não tinham farmacêuticos no momento da visita. Isso contraria a Lei Federal 13.021/2014 e a Resolução 44/2009, da Diretoria Colegiada da Anvisa, as quais estabelecem a obrigatoriedade de pelo menos um farmacêutico trabalhando durante todo o horário de funcionamento da drogaria.
A gerente jurídica da Secretaria Executiva de Defesa do Consumidor, Renata Carvalho, informou que as 7 farmácias serão autuadas e sofrerão as sanções cabíveis. “A ausência desses profissionais põe em risco a saúde e a segurança do consumidor, pois ele não terá informações técnicas na hora da compra”, salientou.