A deputada estadual Priscila Krause (DEM) protestou, por meio de discurso na tribuna da Assembleia Legislativa, na sessão desta terça (12), a respeito da exclusão do Recife da rota de cidades brasileiras que receberão, a partir do fim de maio, delegações olímpicas estrangeiras para o período pré-jogos Rio 2016. De acordo com levantamento da deputada, 72 cidades brasileiras sediarão treinamentos, localizados em centros de treinamento aptos aos esportes de alto rendimento. Das 72 cidades, localizadas nas cinco regiões brasileiras, 16 são capitais. Do Nordeste, estão na rota Aracaju, Natal, Fortaleza e São Luís. A cidade de Salvador está representada no contexto olímpico pois sediará jogos de futebol do torneio. Diferente dos outros esportes, a modalidade não contará com jogos exclusivamente na capital fluminense.
“É lamentável que diante de um evento internacional desse porte o Recife tenha ficado de fora. O poder público não se preparou para isso. Não seria o caso de gastar com equipamentos novos, mas entregar a modernização do Geraldão, que se adaptaria aos treinos de voleibol, de ginástica, por exemplo, e executar a requalificação do Centro Santos Dumont, que apesar do avanço relativo à pista de cooper, não teve a estrutura do espaço adaptada às exigências, inviabilizando o uso pelos atletas olímpicos”, explicou Priscila. Em Fortaleza, por exemplo, dois espaços sediarão treinamentos olímpicos: O Parque Esportivo Unifor será local de treinos de atletismo, basquetebol, handebol, tênis e voleibol. Já a Arena Castelão está apta, de acordo com o Comitê Olímpico, para treinos de futebol.
Priscila afirmou que é preciso fazer diferente na concepção e execução das políticas públicas voltadas ao esporte, principalmente voltadas ao público de menor poder aquisitivo. “Acredito que uma política pública de atenção efetiva nos esportes é um dos caminhos fundamentais na construção da cidadania, sobretudo para os nossos jovens. Somos celeiro de bons atletas que, por falta de oportunidade, muitas vezes se perdem no caminho. É preciso fazer diferente”, registrou. De acordo com Priscila, a obra do Geraldão permanece parada, com execução financeira somando 34% do total proposto. Já o Santos Dumont aguarda viabilização de convênios na ordem de R$ 16 milhões para efetivar as obras. “É claro que hoje nós temos um cenário muito ruim, de crise, mas as Olimpíadas foram confirmadas no Brasil na década passada. Essa exclusão do Recife é reflexo do que não foi feito”, concluiu.
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