A deputada estadual Priscila Krause (DEM) subiu à tribuna da Assembleia Legislativa, agora há pouco, para questionar o governo de Pernambuco a respeito da não utilização de R$ 125,6 milhões repassados pelo governo federal, que repousam nos cofres públicos estaduais desde dezembro de 2012. Ela questionou se o dinheiro não utilizado será devolvido aos cofres federais agora que o trecho estadual da BR-101 passará a ser gerida pela iniciativa privada. A parte pernambucana da estrada foi incluída no Plano de Investimentos em Logística (PIL) anunciado pela presidente Dilma Rousseff (PT) na semana passada. Se corrigidos pela inflação, o dinheiro depositado nos cofres estaduais já rendeu cerca de R$ 23 milhões em novas receitas.
“Em meio a essa crise toda de falta de recursos, parece inadmissível aceitar que Pernambuco tenha mais de cento e vinte cinco milhões em caixa para ajeitar a BR-101 há quase trinta meses sem nada ter sido feito. Pior ainda é admitir que esse dinheiro poderá voltar aos cofres federais. É preciso que o governo de Pernambuco explique porque não investiu e qual o destino dessa verba. São milhares de cidadãos que sofrem com a falta de qualidade da BR-101 no entorno do Recife e que, como eu, tem o direito de entender porque a verba pública está parada na conta”, afirmou Priscila.
O montante foi liberado pelo governo federal (Ministério dos Transportes) especificamente no dia 31 de dezembro de 2012 e representa 69% do valor referente à participação da administração federal no convênio (de nº 673434) em prol da reestruturação de 30,7 quilômetros da BR-101, trecho entre Jaboatão (Cajueiro Seco) e Abreu e Lima. Da parte do governo estadual, dos R$ 41 milhões da contrapartida nenhum real foi liberado.
Priscila também lembrou que o governo estadual prometeu lançar novo processo licitatório para a obra da reestruturação da BR-101 na Região Metropolitana do Recife no início de maio, mas até agora nenhuma novidade foi concretizada. “Essa demora toda para colocar a obra pra andar coincide com o fato de que a BR está na lista das concessões do governo federal. É preciso que fique claro se vamos usar dinheiro público para ajeitar a BR e logo em seguida entregar o benefício à iniciativa privada ou se de fato essa obra não irá pra frente”, acrescentou.