Um dos principais corredores logísticos do Pernambuco, a BR-232 mais uma vez ganha destaque como símbolo da interiorização do desenvolvimento econômico. Às margens da rodovia, no município de Moreno, será construído o mais moderno centro de compras voltado a cidades médias do Nordeste, o Recife Outlet Premium. Inspirado nos modelos norte-americanos, o primeiro outlet do Estado será voltado à comercialização das grandes marcas e implicará em um aporte de R$ 60 milhões, com perspectiva de geração de 2 mil novos empregos já na primeira fase de operação.
O governador Paulo Câmara e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Bruno Schwambach, receberam os investidores nesta quarta-feira (15), no Palácio do Campo das Princesas. O empreendimento é assinado pelo Grupo BCI, que atua há mais de 20 anos no mercado pernambucano, por meio dos empresários Paulo Perez, Marcos Menezes e Rômulo Pina.
“Esse é mais um importante investimento que temos o prazer de anunciar. O Recife Outlet Premium será um grande indutor do desenvolvimento econômico da região, gerando emprego e renda. Esse modelo de empreendimento vai contribuir ainda mais para o fortalecimento de uma cadeia que vem crescendo em Pernambuco”, destacou Paulo Câmara. O projeto conta com a consultoria do especialista em shoppings centers Eduardo Lemos Filho, da LMS│TGI Gestão de Empreendimentos. Entre as empresas que os sócios agregam estão TT Work, Pandenor, Shineray do Brasil, BCI Combustíveis, BCI Armazéns Gerais e BCEI Imobiliária.
Durante o encontro, os empreendedores informaram ao governador que a terraplenagem da área de 11,2 hectares será iniciada até o fim deste mês. As obras, por sua vez, terão início em agosto de 2019 e a entrega aos lojistas está prevista para julho de 2020, dois meses antes da inauguração para o público, planejada para setembro do ano que vem. A expectativa do secretário de Desenvolvimento Econômico, Bruno Schwambach, é que o equipamento fortaleça o perfil do Agreste como destino para o turismo.
“Mais uma vez, Pernambuco exerce esse protagonismo no Nordeste, ao receber o mais moderno outlet de marcas premium da região. É um equipamento importante, tanto para quem faz turismo de negócios quanto para quem faz turismo de lazer, uma vez que o Aeroporto Internacional do Recife nos conecta a todos os Estados nordestinos. Ganhamos mais um atrativo que, certamente, vai aumentar o tempo de estadia do visitante por aqui”, enfatizou Schwambach.
Modelo norte-americano – O novo shopping será erguido nas proximidades do condomínio Alphaville. Diferenciado dos demais em conceito e na arquitetura, o projeto foi baseado no modelo “village”, totalmente térreo e bastante difundido nos outlets dos Estados Unidos. A principal característica destes projetos é a área de circulação aberta, o que reduz o investimento e agiliza o acesso dos consumidores a todos os espaços.
O Recife Outlet abrirá as portas com área bruta locável (ABL) de 13 mil metros quadrados, mas terá capacidade para chegar a 24 mil m² no futuro. Estão previstas 66 operações em um primeiro momento, com lojas e praça de alimentação, além de restaurantes e 650 vagas de estacionamento. Há perspectiva de se dobrar essa capacidade, para 1,3 mil vagas.
“O empreendimento não terá o perfil de shopping no modelo que conhecemos, o layout proporcionará uma locação mais barata para os lojistas. Vamos atender diretamente às fábricas. Os consumidores que tiveram acesso às marcas, em outro momento, não regridem mais em suas escolhas de compra”, comenta Eduardo Lemos. De acordo com o consultor, há no Brasil, atualmente, 12 equipamentos com este perfil. No Nordeste, apenas Ceará e Bahia contam com outlets, embora em formatos mais antigos.
No ano seguinte à inauguração, em 2021, devem ser criados mais mil postos de trabalho, com a expansão que já está sendo planejada – a expectativa é que o shopping chegue a 18 mil metros quadrados de ABL. Segundo o Grupo BCI, este tipo de empreendimento tem como característica a empregabilidade de mão de obra mais jovem, o que vai beneficiar diretamente as populações de Moreno e de Jaboatão, por exemplo, pela proximidade. Os empreendedores estimam atrair consumidores de todo o Nordeste. Somente em um raio de 100 km, calculam alcançar 7 milhões de potenciais clientes de 115 municípios de Pernambuco e da Paraíba.
Desde que foi duplicada, a BR 232 tem atuado como fio condutor na atração de grandes empreendimentos para o Agreste do Estado, e foi escolhida estrategicamente para sediar o centro de compras. Entre as razões preponderantes estão a grande movimentação de veículos e o fato de interligar o Recife a cidades economicamente importantes, como Caruaru. O Recife Outlet ficará a 20 km do Marco Zero da capital pernambucana, permitindo que os visitantes também tenham acesso ao mall.
Valdemir da Silva diz
É um grande empreendimento para o estado de Pernambuco, mas eles estão agindo maquiavelicamente com a comunidade ribeirinha que fica encravada atrás da área da construção. Visto que existia uma estrada que ligava essa comunidade à BR 232, comunidade chamada de Engenho Camassari, essa estrada é a única passagem viável para os moradores daquela comunidade, não existindo nenhuma possibilidade viável de acesso por outro lugar. Desde o início das obras que os responsáveis vinham afirmando que estavam verificando a viabilização de projeto para a construção de nova estrada que beneficiaria a comunidade, que até lá, permitiriam a passagem por dentro da obra, por onde a estrada antiga ainda estava preservada. Mas a poucos dias a advogada do grupo chamou os moradores e em postura autoritária e prepotente, entregou-lhes um documento que afirmava a proibição da passagem pelo local da construção, sem nenhuma discussão, sem dar alternativas, apenas impondo a vontade do grupo pelo poder do capital. Eu pergunto: como essas pessoas poderão ter acesso às suas casas? Como irão sair delas? Se alguém adoecer e precisar ser socorrido? Como vao comprar seus alimentos e dos animais que criam? Peço a quem tem influência, que ajude esses moradores, porque eles não tem ninguém por eles e aos investidores que cobrem dos responsáveis pela obra uma postura mais humanística para poderem investir no empreendimento. Porque estão tratando pessoas como se fossem lixo ou como se não existissem?