Estadão Conteúdo – Partido mais fiel ao PT nas eleições presidenciais desde a redemocratização, o PCdoB pretende lançar, em março deste ano, candidato próprio ao Palácio do Planalto em 2018. A legenda trabalha para se livrar da imagem de “puxadinho do PT” e mostrar que tem condições de apresentar um projeto nacional próprio.
Na sigla comunista, há hoje pelo menos três nomes que se colocam como futuros presidenciáveis. O considerado mais forte é o do ex-ministro Aldo Rebelo. Atualmente sem cargo público, Rebelo, de 60 anos, já foi presidente da Câmara dos Deputados e ocupou vários ministérios relevantes durante os governos do PT, entre eles, Defesa, Esporte, Ciência e Tecnologia e Relações Institucionais. Aldo, porém, resiste a encampar a ideia.
Outro nome defendido é o do atual governador do Maranhão, Flávio Dino. A avaliação é de que Dino tem uma boa interlocução com a oposição – o PSDB, por exemplo, é de sua base aliada no Estado. Há ainda quem defenda o nome da deputada federal Jandira Feghali (RJ), que foi candidata a prefeita do Rio de Janeiro pelo partido e já foi líder da oposição na Câmara.
Segundo a presidente nacional do partido do PCdoB, a deputada federal Luciana Santos (PE), o partido acredita que pode contribuir para o país de forma mais singular. “Estamos com a avaliação de que vivemos uma fragmentação razoável no nosso campo político. E num ambiente desses de crise política, com fortes ares de crise institucional, como muita instabilidade, ao contrário de buscar um caminho na defensiva, avaliamos que vale muito a afirmação de um pensamento para o País”, afirmou.
Fisionomia
A avaliação de líderes do PCdoB é de que o ciclo político marcado pela polarização entre o PT e PSDB se encerrou. Nesse cenário, após a Operação Lava Jato de diante da crise econômica, acreditam que o eleitor vai exigir “outro caminho”. Por isso, a intenção é assumir uma “fisionomia própria”, desassociada do PT
No Congresso, o partido vem dando demonstrações de descolamento dos petistas. Na eleição para a Mesa Diretora da Câmara, em uma decisão pragmática, a legenda fez questão de fechar apoio à reeleição do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), antes do PT. Na disputa, os petistas apoiaram oficialmente o deputado André Figueiredo (PDT-CE), que acabou em terceiro lugar, com 59 votos.
Deixe um comentário