Após a divulgação de duas pesquisas (Opinião e Maurício de Nassau), as primeiras depois da homologação das candidaturas a prefeito do Recife, podemos chegar a algumas conclusões. Vamos primeiro aos números.
No Opinião o senador Humberto Costa, candidato do PT, aparece com 34,4% das intenções de voto, enquanto o deputado Mendonça Filho (DEM) em segundo surge com 24% seguidos pelo deputado Daniel Coelho (PSDB) com 9,5% e Geraldo Júlio (PSB) com 4,1%. Os demais candidatos têm 3,8%. A margem de erro é de 3,1% para mais ou para menos. Arredondando Humberto surge com 34%, Mendonça 24%, Daniel 10%, Geraldo 4%, Demais 4%.
No Maurício de Nassau, Humberto Costa surge com 35,5% seguido por Mendonça Filho com 20,7%, Geraldo Júlio com 6,8% e Daniel Coelho com 5,6%. Já os demais somam apenas 2,5%. Com o arredondamento ficam Humberto 36%, Mendonça 21%, Geraldo 7%, Daniel 6%, Demais 3%.
Fazendo uma média dos dois institutos e arredondando, Humberto 35%, Mendonça 23%, Daniel 8% e Geraldo 6%. Demais 4%. Transformando essa média em votos válidos, começamos a observar pela primeira vez uma tendência de segundo turno desde que Humberto Costa foi colocado como candidato do PT a prefeito do Recife.
Humberto teria 46%, Mendonça 30%, Daniel 11%, Geraldo 8% e Demais 5%.
Vale lembrar que Mendonça Filho disputa a sua terceira eleição majoritária em um curto espaço de tempo de seis anos. O que facilita a lembrança do eleitor.
Humberto Costa também disputa a terceira majoritária no mesmo período de Mendonça, mas ainda teve 1998 quando disputou o Senado, 1992 e 1988 a Prefeitura do Recife e 1990 o Governo do Estado.
Enquanto Daniel Coelho nunca disputou uma eleição majoritária e já tem 1/3 da votação de Mendonça e 1/4 da de Humberto. É uma boa partida pra quem tem pouco conhecimento do público.
Já Geraldo Júlio pode se considerar um fenômeno. Em menos de vinte dias que foi definido como candidato já possui 8 pontos nos votos válidos, o que dá pra perceber que ele tem muito chão pra crescer.
Num comparativo entre os dois desconhecidos contra os amplamente conhecidos, podemos chegar a conclusão que Daniel e Geraldo vão crescer consideravelmente, podendo em vinte dias já estarem à frente de Mendonça Filho ou pelo menos tecnicamente empatados. Já Humberto tem mais gordura pra gastar, a não ser que ocorra uma catástrofe, o petista com essa partida mesmo perdendo uma parte das intenções de voto deve garantir seu passaporte para o segundo turno.
A grande polarização do primeiro turno na verdade será entre Mendonça Filho, Geraldo Júlio e Daniel Coelho, com mais chances para o candidato palaciano que dispõe de uma megaestrutura político-eleitoral, podendo ser surpreendido pelo tucano Daniel Coelho por causa do seu discurso leve e sua característica jovial.