Recentemente tive uma conversa com um privilegiado interlocutor do governador Eduardo Campos. Eduardo não dá qualquer pista de como será o seu projeto para a sua sucessão e acaba deixando todo mundo esperando por ele. Seja aqui, seja nacionalmente.
A revelação deste interlocutor, que pode não ser o mesmo pensamento de Eduardo, compreende que o objetivo do nome que o PSB apresentará para governador é de que seria como se fosse um terceiro governo de Eduardo. Isso significa que o nome apresentado pelo PSB pode ser de alguém que viverá na sombra de Eduardo independentemente do resultado da eleição presidencial.
O governador sabe que está fazendo uma jogada de alto risco disputando a presidência da República em vez do Senado e isso provocou a ira do PT, que naturalmente fará de tudo para derrotá-lo não só na disputa presidencial como também em seu principal reduto, tentando emplacar Armando Monteiro como governador.
Eduardo poderia muito bem já ter escolhido Fernando Bezerra Coelho, que é indiscutivelmente o nome mais capacitado do PSB para disputar o governo com o apoio de toda a Frente Popular. Mas o grande nó dessa questão é que Eduardo teme não vencer a disputa presidencial e FBC sentado na cadeira do Palácio do Campo das Princesas queira cantar de galo.
Por isso talvez Eduardo entregue o Senado para Fernando Bezerra Coelho, onde estaria retribuindo ao ex-ministro da Integração Nacional o apoio que recebeu quando estava na oposição e ele governava Petrolina e naturalmente a desistência de FBC de participar da chapa majoritária de 2010 em nome da unidade da Frente Popular para aquele pleito.
O nome que seria uma espécie de terceiro governo de Eduardo e que encarna a defesa de nova política que Eduardo prega é Maurício Rands. Relativamente jovem, articulado politicamente, renunciou ao mandato de deputado federal e se desfiliou do PT após toda confusão envolvendo a escolha do candidato do partido para a prefeitura do Recife no ano passado.
Dificilmente Eduardo optará por Tadeu Alencar, Antônio Figueira ou Danilo Cabral. Esses nomes além de serem eleitoralmente pouco competitivos, não encarnam essa tese que Eduardo pretende experimentar. Se as pesquisas qualitativas do argentino vão corroborar essa ideia e ela será colocada em prática, são outros quinhentos.